Golpe De Estado

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Alec respirou fundo e virou para Rafiq, aparentemente situações estressantes eram boas para deixar uma pessoa sóbria, ele sorriu com seu movimento e pareceu muito contente por isso. Ele empurrou o homem devagar até a poltrona onde ele estava sentado e o acomodou ali. Precisava ganhar tempo e teria que usar a atração dele para isso.

—Você é tão intrigante, Alec. —Disse Rafiq e sorriu em sua direção. Ele bateu suavemente em sua perna, para indicar ali para ele sentar e Alec quase chorou com a familiaridade daquilo, era um movimento sutil que Mahir fazia e às vezes, ele não tinha como recuar ou negar. —Vem, senta aqui no meu colo, quero olhar você melhor.

Alec negou e deu a volta, ele passou os braços pelos ombros de Rafiq e massageou a região, com toques suaves para deixá-lo mais relaxado e ganhar tempo.

Rafiq desabotoou sua camiseta e segurou a mão de Alec para que descesse por seu peito e ele estava muito frio diante de seu toque, quase o paralisando e congelando.

—Você parece cortês agora mas está muito calado. —Disse Rafiq, ele puxou a mão de Alec um pouco mais e ele teve que se inclinar na poltrona mesmo que involuntariamente e puxou o braço bem rápido quando percebeu onde ele queria levá-lo.

—Você quer um pedido de desculpas bem feito, não quer? —Perguntou Alec, baixinho, próximo ao ouvido dele, testando a atração que tinha ali e vendo se ele conseguia afetar o homem.

Rafiq se virou para ele.

—Sabe que sim mas confesso que achei que teria mais relutância de sua parte. —Observou ele, um pouco curioso.

—Sou uma caixinha de surpresas, não? —Disse Alec e sorriu mesmo que sua vontade fosse só chorar desesperado. Estava com pressentimento ruim, Magnus sumido não poderia ser boa coisa. —Agora, ao que interessa: sinto muito pelo seu nariz, mas não deveria ter passado a mão em mim.

Rafiq o puxou para perto e praticamente o obrigou a sentar em seu colo e Alec suspirou.

—Mas você disse que queria. —Disse Rafiq e acariciou seu rosto. —Você quem veio oferecer uma noite "ardente" para mim, eu não costumo cobiçar os parceiros de meus conhecidos a menos que eles venham até mim.

Alec revirou os olhos, então ir numa festa, dizer bom dia e ser simpático com qualquer pessoa era "oferecer uma noite ardente".

—Você foi mau educado e invasivo. —Disse Alec, ele levantou e se afastou no quarto. Já tinha feito sua parte, tinha pedido desculpas. Ele fechou a blusa com um pouco de dificuldade e se preparou para sair, talvez se fosse bem rápido poderia. —Mas eu sinto muito por todo o ocorrido e agora se me dá licença eu preciso...

Alec ofegou quando foi virado bruscamente, suas costas atingiram a parede fria e ele percebeu tarde demais o erro de ter dado as costas a Rafiq.

—Eu não deixei você sair do quarto. —Disse ele.

—Mas já pedi desculpas pelo seu infortúnio. —Respondeu Alec. —Você exigiu um pedido de desculpas e eu já fiz isso.

—Alec, você começou esse jogo anos atrás, me provocando, mandando sinais confusos e agora quer fugir? —Perguntou Rafiq e ele não escondeu o olhar de confusão, nunca tinha olhado para esse homem, na noite em que se conheceram Rafiq fez piadas sacanas e Alec saiu correndo dele, isso não era flertar e nem enviar sinais confusos.

—Rafiq nós dois sabemos que você começou essa palhaçada e que eu nunca correspondi, sempre deixei bem claro que não tinha interesse em você. —Disse Alec.

—É uma pena Alec, você seria muito bem cuidado aqui e não lidaria com as oscilações loucas de Mahir. —Disse ele e deslizou as mãos para suas costas outra vez, voltando a abrir o zíper. —E só para deixarmos claro, você vai colocar a roupa quando eu mandar. Agora tira tudo.

Liar - Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora