Soluços Abafados

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Magnus continuou sentado na cama com o coração batendo forte no peito, ele estava desesperado, não por ele mas por toda a situação. Sua cabeça estava girando muito e mesmo alerta o álcool no sangue ainda era bem presente e isso provavelmente seria sua condenação, em outro momento ele não teria medo de fato, conseguiria se defender mas agora, aéreo pelo álcool ele tinha certeza de que talvez suas chances fossem menos de cinquenta.

Depois de alguns minutos em completo silêncio ele começou a se preocupar realmente, ou Mahir não estava falando dele ou estava esperando ele em outro cômodo, ninguém sabia que ele tinha chego em casa mas Ragnor tinha trago ele e seu carro para casa, não seria difícil deduzir que ele estava no quarto. Magnus levantou e espiou o corredor, estava tudo escuro e a única luz vinha do quarto de Alec e Mahir junto com soluços baixinhos. Magnus andou até lá. 

Ele viu Alexander na janela olhando para fora e abraçado a si mesmo. 

—O que aconteceu? —Perguntou Magnus e Alec se virou para ele e correu em sua direção e se jogou nos seus braços, ele escondeu a cabeça em seu peito e os soluços ficaram mais fortes. 

—Acho que acabei de matar uma pessoa. —Sussurrou Alec, tremendo. Magnus teria recusado esse abraço se não estivesse tão desesperado. 

—Quem? —Perguntou Magnus. Alec suspirou r soluçou, ele engasgou e tossiu. —Respira Alexander, respira e se acalma. Você está engasgando com o choro. 

Alec não o soltou, ele continuou agarrado nele e Magnus quase chorou junto. 

—Alexander. —Continuou ele. —Precisa me dizer o que está acontecendo ou eu não posso ajudar. 

Alec se afastou dele e negou bem rápido. 

—Não, você não pode se envolver nisso. —Disse Alec. —Você nem deveria estar aqui, não pode me ajudar Magnus e nem se envolver em nada relacionado a mim sem que ele peça. Não pode, está estendendo? 

Magnus estava mas também estava cansado, irritado, frustrado e sem paciência nenhuma para os enigmas que aquele casamento arranjado tinham. Talvez na manhã seguinte quando estivesse só de ressaca, ele conseguisse. 

—Tá, não posso. —Resmungou Magnus e passou a mão pelo rosto. —Mas conta o que aconteceu porque eu tava achando que quem ia morrer era eu. 

Aquela frase surtiu efeito em Alexander porque ele viu o garoto inteiro tremer, foi notável e ficou estampado no rosto dele, o medo que evoluía muito para para pavor. 

—Mahir foi me buscar na faculdade hoje e... Eu ia sair com o André pra dizer, em um lugar neutro que a gente não podia se ver mais, ele ficou insistindo dizendo que poderia me ajudar, essas coisas que as pessoas dizem quando querem que você termine um casamento. —Alec suspirou e encarou o chão. —Eu não queria colocar ele em perigo e avisei que meu marido era perigoso mas... Mahir viu tudo e deduziu que eu estava tendo um caso com ele. 

—E deduziu certo. —Confirmou Magnus porque ele não poderia negar, era um saco mas isso não era motivo para matar outra pessoa. 

—E agora ele quer ir na casa do André, arrancar a pele dele com aquela faca idiota. —Disse Alec e se jogou na cama. —Por minha culpa. 

—Por que sua culpa? —Perguntou Magnus e sentou ali. 

—Não é óbvio? Mahir é louco, ele não iria... 

—É você quem está matando o cara? —Perguntou Magnus, ele pegou o celular e checou a localização de Mahir, não estava longe ainda e estava parado, provavelmente juntado seus capangas. —Sinceramente, eu sei que você está errado em ter traído seu marido, está bem errado mas agora se culpar por ter um marido louco não é loucura , você nem teve a opção de escolher o marido. Quem te escolheu foi ele e você não teve muita opção. 

Liar - Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora