Alec não disse uma única palavra, desde o momento que Mahir atirou em Rafiq e foi um banho de sangue assustador porque ele estavam muito próximos e o rosto dele ficou cheio de respingos. Alec simplesmente se calou, ele ficou imóvel enquanto Mahir limpava seu rosto e depois se moveu meio roboticamente para o carro. Magnus ficou parado também, tentando entender o que tinha acontecido e qual detalhe e em qual momento, deixou passar, não fazia sentido porque Mahir não sabia que a cláusula de compra e venda anulava o contrato e mesmo que soubesse, assassinar Rafiq não tornava o contrato válido outra vez e para um homem tão empenhado em evitar uma guerra de criminosos poderosos, aquele não era o movimento ideal.
No avião a viagem passou devagar, Magnus foi sentado entre Alec e Mahir porque a única coisa que Alexander disse foi:
"—Eu não vou sentar perto dele." —E se jogou no assento da janela.
Magnus ficou quieto no meio, tentando não estar realmente ali e Mahir pareceu não ligar para isso e Alec continuou calado na sua própria bolha. Quando enfim pousaram em las Vegas, Magnus praticamente se jogou para fora do avião querendo sair de perto daquela tensão conjugal. Algo o incomodava profundamente sobre isso, sobre o jeito que os dois agiam um com o outro.
Quando entraram em casa Magnus observou Alec arrastando sua mala para o quarto e Mahir indo atrás dele. Magnus pegou o celular e mandou uma mensagem para Jace Herondale, precisaria de ajuda mais cedo do que o planejado. Ele subiu para o quarto e abriu sua mala específica para fazer as pessoas desaparecem e começou o processo com Isabelle Lightwood e foi indo um por um, até todos terem identidades falsas tão boas que nunca mais precisariam usar as verdadeiras se não quisessem. Magnus chegou em Alec e suspirou, não faria a de Alexander ainda, precisava esperar.
Os minutos passaram e Magnus escutou um barulho alto em casa, como se algo tivesse estourado ou quebrado e correu para a porta e congelou quando no corredor deu de cara com Mahir, as mãos dele estavam tremendo e ele suava frio.
—Magnus. —Disse ele e fechou a porta do quarto, trancando em seguida. —Queria mesmo falar com você.
Magnus andou até ele meio incerto, tentando apurar os ouvidos para ver onde Alec estava, o coração martelando no peito tão forte que não conseguia deixar de lembrar de quando teve que retirar dele aquela adaga idiota.
—Está tudo bem? Ouvi um barulho. —Especulou Magnus, tentando juntar informações para formar um opinião.
—Sim, Alexander derrubou a mala de cima do guarda roupa e agora ele quer ficar no quarto. Refletindo. —Disse Mahir suavemente e todos os alarmes internos de Magnus começaram a soar avisando que algo estava errado, algo estava muito errado. —Mas não é sobre ele que quero falar.
—E então? —Perguntou Magnus.
—Encontrei um apartamento para você, comprei enquanto estava ainda em Abu Dhabi e você já pode arrumar suas coisas, meu motorista vai levá-lo. —Disse ele e Magnus sentiu o peito afundar, o desespero começar a dominar. Alec ali sozinho, depois de tudo o que tinha acontecido era o oposto do que gostaria.
—Está me mandando embora da sua casa? Você parecia muito animado para me ter aqui e eu ainda nem descobri quem está ameaçando Alexander. —Observou Magnus, querendo deixar claro que já sabia que estava sendo expulso.
—Alexander está indisciplinado novamente e... Preciso colocá-lo na linha outras vez e você aqui parece incentivar ele à me desafiar porque você me desafia, e como não quero tirar você da minha folha de pagamento, vou pedir cordialmente que saia. —Mahir sorriu e Magnus suspirou. Teria que partir, teria que ir mas não poderia sem Alexander.
—Faço isso pela manhã, não preciso do seu motorista. —Disse Magnus.
—Não, você vai está noite. —A voz de Mahir estava firme, sem abrir espaço para contestar. —Você se lembra de como Alexander era quando chegou?
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Liar - Malec
RomanceCasamento arranjado no século XXI soa clichê mas se alguém tivesse que passar por isso definitivamente seria Alexander Lightwood. Depois de dirigir por dias até o encontro do seu noivo, Alec encontra na sua suíte um bilhete: "me encontre no bar do h...