Contrato De Compra E Venda

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Magnus pensou no efeito borboleta e que talvez aquele soco de Alexander em Rafiq pudesse ter causado uma explosão devastadora em algum lugar do futuro dele. Torcia para essa teoria do caos ser algo errado e enganoso mas tinha certeza de que mesmo que Mahir decidisse deixar para lá, provavelmente Rafiq não iria gostar, ele exigiria reparação e Magnus não gostava de reparações porque provavelmente não seria algo bom.

Já tinha visto Mahir fazer um cara acusado de traição enfiar a mão em um jarro com uma aranha venenosa, mesmo ele dizendo que era uma atitude extrema e não estava nem um pouco afim de ver Rafiq exigir algo bizarro parecido com Alexander.

Eles estavam sentados no sofá esperando Mahir sair do escritório dele, o homem disse que aquele era o controle de danos e precisava acalmar os ânimos de todo mundo. Achava um exagero porque o homem quem tinha sido desrespeitoso e quando Alexander falou do professor tinha ganhado uma facada, era bem mínimo o soco em Rafiq pelos padrões de Mahir, mas iria se calar porque já tinha se excedido demais.

—Você parece tenso.— Disse Alec e Magnus suspirou.

—Eu estou, não gosto de negociações feitas a portas fechadas, elas sempre são muito ruins para alguém.— Disse ele e conteve o impulso de trazer Alec para perto, precisava ser sensato agora, agir de maneira impulsiva só tinha feito seus planos darem errado.— E quando Mahir faz esse tipo de negociação, ele não me deixa de fora.

—Bom, as vezes é melhor não saber mesmo. Eu prefiro não investigar como meu marido continua sendo tão rico sem precisar trabalhar e apostando alto nas noites de poker.— Confessou Alec e Magnus concordou com ele, era melhor não saber mesmo.

Magnus olhou para Alec.

—Você já foi com ele nas noites de poker?— Perguntou e viu Alec assentindo.

—Fui uma vez, não gosto de salas fechadas com pessoas fumando e Mahir não gosta de ter homens querendo que ele me aposte, então para evitar que ele se irrite, eu não fui mais.— Disse Alec e riu para si mesmo.— Na verdade, ele não me convidou mais depois que perguntaram se ele estava falindo e por isso me levou junto.

—Você chama atenção.— Disse Magnus e Alec ficou corado, ele era tão adorável.

—Achei que homens poderosos assim não fossem perder tempo olhando para alguém como eu mas aparentemente as pessoas desejam aquilo que não podem ter e todos naquela sala são acostumados a terem tudo e as únicas coisas que não tem, são os parceiros uns dos outros. Provavelmente por isso eu fui a atração da noite.— Comentou Alec e Magnus apertou os punhos, precisava manter o controle. Ele sempre soube que Mahir apreciava a beleza, artes, roupas, carros, joias, jovens impulsivos.— Rafiq me incomoda a um tempinho, eu já tinha avisado o Mahir sobre a insistência dele que começou justamente nessa noite mas ele não ligou, preferiu fechar os olhos. Eu não vou deixar ninguém passar a mão em mim sem o meu consentimento, está no meu contrato.

—É uma cláusula boa.— Observou Magnus, curioso para ver as outras. Ele tinha lido a primeira versão do contrato e era bem comum mas pelo jeito Mahir e Alexander fizeram outro.

—Ela me protege de idiotas como esse.— Comentou Alec. 

Eles ouviram um barulho na porta e Mahir saiu, ele serviu bebida no seu copo e sentou na poltrona na frente dos dois e bateu a perna de maneira nervosa. Ele bebeu devagar e Magnus notou Alec relaxado ao lado dele, sereno.

—Vai continuar com o suspense ou vai falar de uma vez?— Perguntou Alec e Magnus soltou o ar preso devagar. Tudo bem que iriam atacá-lo mas não precisava ser tão direito assim.

—Estou tentando me manter calmo, Alexander.— Disse Mahir e continuou bebendo devagar.— Estou respeitando nossa cláusula de ‘’cordialidade’’.

Liar - Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora