Vinte e três.

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Acordou na maca do consultório, encontrando o par de olhos puxados do namorado.

"Sean, por favor me diz que estamos em casa..."- pediu, mas logo avistou o médico.- "Merda."- xingou, os fazendo rir.

"É normal ter essa reação quando acaba de descobrir a gravidez."- o homem falou.- "Mas normalmente é o pai quem desmaia."- olhou para Sean.

"Quase doutor, quase."- ele respondeu, o fazendo rir.

"Doutor, não brinca comigo, eu tenho tanta coisa pra fazer, e um bebê com certeza não tá no meio disso."- ela resmungou, passando as mãos pelo rosto.- "Isso não pode tá acontecendo..."- respirou fundo.

"Eu sinto muito, mas tem sim um bebê no seu ventre."- o médico afirmou.- "Mas se ter um filho está tão fora dos seus planos eu posso te passar um remédio pra você abortar."- falou.- "É um método simples e eficaz."

Kaycee encarou o médico, assustada com o que acabara de ouvir. Desviou os olhos para Sean, que engoliu em seco e permaneceu quieto, sabia que essa decisão pertencia à ela.

"Eu quero ir pra casa."- falou, sentindo os olhos marejarem e se levantou da maca, pegando sua bolsa.- "Por favor..."- olhou para o namorado, que assentiu.

Saiu da sala do consultório sem Sean, que permaneceu lá dentro.

"Qual o tamanho dele?"- perguntou pra o médico.

"Bem pequeno ainda, ela está com seis semanas de gestação, descobrimos bem cedo."- ele respondeu.- "Tem mais ou menos o tamanho de um grão de feijão."

"Tão pequeno..."- pensou.- "Mas, ela sempre tomou os anticoncepcionais..."- contou.

"O único método cem por cento eficaz é a abstinência de sexo, do contrário, todos os outros podem haver incidências."- o médico explicou.- "Leva ela pra casa, vocês precisam conversar sobre o assunto."- aconselhou, organizando os papéis em sua mesa.- "Mas deixa ela pensar, sei que descobrir que vai ser mãe de uma hora pra outra é bem complicado, assim como ser pai, mas você me parece bem mais tranquilo com a situação."- sorriu para ele.- "Dá um tempo pra ela pôr a cabeça no lugar."

"Claro, com certeza."- assentiu.- "Obrigado doutor."

"Por nada, me mantenha informado sobre o que resolverem. Vou estar torcendo pra decisão dela ser compatível com a sua."- olhou para Sean, que lhe deu um sorriso de canto e pegou o cartão que o médico lhe entregou.- "Sei que quer isso garoto, e mesmo sem te conhecer, acho que seria um ótimo pai."- sorriu.- "Só pelo seu comportamento corporal, dá pra ver."

Sean assentiu e suspirou, se despedindo do médico e saiu do consultório. Encontrou a namorada na sala de espera, de cabeça baixa enquanto mexia em seu colar de um lado para o outro.
O caminho inteiro até o apartamento foi em um silêncio insuportável, completamente diferente de todas as vezes que estavam no carro. Ele estava nervoso, queria ter o poder de saber o que se passava na cabeça da namorada, que não fez mais nenhum contato visual com ele desde que saíram do hospital.
Ela entrou correndo quando chegaram, se trancando no banheiro e ele a seguiu.

"Linda por favor, abre a porta."- pediu, batendo na mesma.- "Vem, a gente pode resolver isso juntos."

A ouviu soluçar e sentiu os olhos marejarem, ele precisava ser forte agora, ela precisava dele.

"Linda, eu sei que é muito difícil, mas não é o fim do mundo."- falou, a cabeça encostada na porta.

Sentia o coração apertar a cada soluço dela e respirou fundo, sem acreditar no que estava prestes a dizer.

"Se você quiser eu posso pedir a receita pro médico e..."- parou por um momento, sentindo a voz embargar.- "E aí você toma o remédio e..."

Ela abriu a porta rapidamente, os olhos cheios d'água.

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Voltei, quer vocês queiram, quer não... kkkk Aí gente! To nervosa! Espero que não me matem por isso...

Ps.: Querem que eu volte?

"Freakishly Connected"- Terceira temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora