Capítulo 47

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— Que tipo de bebida é essa? — Encarei melhor a tela do celular, enquanto Josh, do outro lado da chamada estava na cozinha.

— É uma bebida com frutas, meu colega de quarto quem faz, e não é nada ruim.

— Parece vômito.

— Obrigada, isso me deixou realmente feliz. — Gargalhei observando finalmente o mesmo sentar me encarando.— Quando vai voltar pra casa?

— Não sei. — Falei baixo.

Ele apoiou o rosto na mão. — Eu quero muito te ver.

— Eu também, mas você está tão longe, isso é tão chato. — O vi se esticar pegando algo e mostrando a câmera.

— Olha o que comprei. — Mostrou uma camisetinha de algodão lilás. — O que achou?

— Acho que você vai ser um tio babão. — Ele deu de ombros.

Encarou algo e arregalou os olhos.

— Tenho aula agora, falo com você depois . — Acenei antes de desligar.

De canto de olho, observei o pé descoberto de Bailey pra fora do sofá.

— Ele tem um encontro. — Bailey "gritou" da sala.

— Eu não acho.

— Pode ter certeza que ele tem. 

Olhei para o conteúdo da televisão que ele estava concentrado. 

— Programas para pais de primeira viagem? O que fizeram com você? — Ele se sentou me olhando irônico.

Ficamos um pouco em silêncio, quando uma pergunta me veio em mente.

— Vai voltar pra Londres? — Ele  rolou os olhos, levantando.

— Você vai pra Phoenix? — Neguei imediatamente.

Não que eu não quisesse.

— Não posso.

Ele parou em minha frente.

— Eu também não. — disse como se fosse óbvio.

O mesmo se esticou, pegando uma cenoura e mordiscando, fiz careta.

— Como pretende fazer agora? Olha pra gente, não podemos fazer nada. — Suspirei. — Não temos emprego, ou universidade.

— Eu saí da casa do meu pai, pra um apartamento que estava no meu nome, e quando contei a minha situação pra o Liam, o dono de todo o programa estudantil, ele me ofereceu um emprego na empresa daqui. 

— Só me contou isso agora?

— Vai ver que é porque você estava sendo estranha comigo.

— Okay, okay, você está certo. — ergui minhas mãos em redenção. — Mas não é o que você quer. 

— Eu quero ficar perto de vocês, é isso que eu quero.

Sorri de canto, mas ele sumiu por meio segundo quando senti uma sensação estranha, mas conhecida. Sorri novamente, suspirando.

— O que foi?

— Vem aqui. — Ele que não estava longe se aproximou. — Me dá sua mão? — Ele uniu as sobrancelhas. Peguei delicadamente sua mão, colocando-a sobre minha barriga.

Vi uma expressão não antes vista me seu rosto, ele piscava perplexo. Depois de alguns segundos ele estava mais confiante ao sentir a mesma mexer.

— Eu escolhi um nome. Por favor não discorde de mim. — Brinquei em tom de aviso, ele ergueu as sobrancelhas. — Rose. 

Fechei os olhos, esperando que ele fizesse piada, mas quando abri ele continuava concentrado.

— Eu gosto de Rose.

O vi soltar finalmente minha barriga, e se abaixar.

— O que vai fazer? — Ele fez sinal de silêncio pra mim. Gargalhei.

— Oi, Rose...— Sua voz era muito boba.

Vê-lo ali, tão cuidadoso, me fez lembrar do quanto ele mudou, desde que descobriu sobre a gravidez. Eu finalmente tinha uma resposta pra pergunta "Por que o Bailey?"

— Bailey. — Chamei ele me olhou, levantando devagar. 

— O que foi?

Então, pela primeira vez em meses, selei nossos lábios, lentamente, me dando conta do quanto senti falta daquilo. No começo ele estava surpreso, mas em um segundo ele correspondeu, senti sua mão tocar meu rosto.

Porém, nos afastamos, quando um som de carro estacionando soou.

Ele me olhou.

— Está esperando alguém? — Neguei. 

Bailey andou até a porta, e suspirou, travando o maxilar, estranhei.

— É a Lea. — Falou baixo, me deixando confusa pelo motivo do mesmo estar tenso.

Levou menos de um minuto para que a mesma chegasse a porta, seu olhar se desviou de Bailey para mim, vi o filipino coçar a nuca e suspirar.

E Lea me olhou de um jeito que nunca vi, como se fosse a primeira vez.

Nota Mental: Dizem que certos reencontros, são a certeza de que duas almas nunca deveriam ter se separado. Talvez isso seja verdade.

***

Minha Estúpida Forma De Te Odiar_ Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora