Capítulo 8

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Dakota Prince

Assim que Rosalina cruzou a porta da minha casa com os olhos marejados, eu sabia o que tinha acontecido e o que eu precisaria fazer.

Sem nenhuma palavra, fui até ela e envolvi seu corpo esbelto com meus braços finos. Ela se curvou para ficar na minha altura, e liberou todas as mágoas em meu ombro. Quando a posição deixou de ser confortável, guiei ela para o quarto já familiar. Seu rosto ainda estava totalmente vermelho quando Rosa tentou falar.

— Shhiii — a tranquilizei — Você fez o certo, não podia continuar com aquilo.

— Eu sei — ela disse ofegante — mas ainda doí.

— Doeria mais se você não tivesse feito.

— Eu... eu... — Rosalina tentou dizer antes de voltar a chorar. Ela estava arrasada, afinal não é todo dia que você termina um relacionamento abusivo. Rosa sem dúvida alguma amava Jason, mas não acredito que o sentimento fosse recíproco. "Quem ama não destrói", é o que sempre disse para ela. Todas as vezes em que a consolei após uma briga deles, essa frase a fazia agir. Ela foi responsável por todos os términos anteriores, e eu agora serei a responsável por dar o apoio que Rosalina precisa para que esse seja o fim de uma triste história. Ninguém imagina o quanto eu queria que tivesse dado certo, pela felicidade dela, mas Jason é complicado demais, safado demais, esquentando demais e honesto de menos.

Após ter analisado a situação, me vejo sem saída a não ser a que eu proponho o meu pior pesadelo:

— Ok, já deu de chorar por quem não merece, levanta e vai tomar banho, ainda temos... — olho para o relógio — ...duas horas de farra antes de começarmos a nos arrumar.

Ela rapidamente levantou o rosto me encarando confusa.

— Arrumar para o que?

Dakota, depois de pronunciar essas palavras, não haverá volta, lembro a mim mesma. Mas tudo bem, ela é minha melhor amiga, e precisa disso.

Percebendo minha hesitação, ela entendeu em que eu estava pensando e se desvencilhou de meus braços.

— Não! Dakota hoje não. — ela pediu.

Sim, definitivamente hoje sim.

— Nós vamos ao Ibiza. — decretei com falsa animação.

Rosa se jogou de costas na cama suspirando. Eu posso não ser muito de festas — quem eu estou querendo enganar, eu trocaria uma festa por pipoca, sorvete e filme sem pensar duas vezes — mas quando eu coloco algo na cabeça, ninguém tira. Minha meta de hoje é colocar um sorriso no rosto da Rosalina.

Vendo a desanimação dela, eu fico em pé na cama e começo a pular gritando:

— Ibiza, Ibiza, é palma na asinha! — Imitei um pássaro e continuei — Festa no Ibiza, meu amor. — disse em tom sensual, fazendo referência ao filme "Rio".

Isso parece ter surtido efeito não só em Rosa, ela estava lutando contra um sorriso entre o emaranhado de lágrimas, mas também em minha mãe que botou a cabeça para dentro do quarto.

— Pode me chamar de vidente, mas eu sabia que vocês iriam. — disse toda sorridente — Sorte a das senhoritas que a madame aqui já preparou a roupa, feita exclusivamente para vocês. Sigam-me.

Ela saiu do quarto indo em direção ao seu estúdio de moda.

Trocando um olhar com Rosa, levantei e fui ver nossas roupas noturnas seguida por ela, que mesmo triste, gosta muito da minha mãe para acabar com sua animação.

COLD KINGDONOnde histórias criam vida. Descubra agora