Capítulo 11

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Daysi Ross

Jason. Anderson. Morreu.

Porra, como diabos isso aconteceu? Hoje eu acordei em uma floresta, fiquei presa do lado de fora do meu apartamento, o síndico me salvou, eu entrei, me arrumei e fui para uma festa. E agora? Bom, agora estou escorada na porta de entrada do apartamento, com a maquiagem borrada, meu cérebro em fase de super choque, não consigo nem me mexer direito. Por que? Porque Jason Anderson Morreu.

Ele morreu.

Oh meu Deus. Eu dobro um joelho até o peito enquanto apoio meu cotovelo nele. Depois apoio meu rosto na mão. E fico olhando a cidadezinha pela sacada de portas abertas. Está um pouco frio considerando minha roupa. Preciso tomar banho. Me sinto suja. Como pode...? Talvez precise me lavar, lavar minha alma junto.

O que acontece agora? A cidade... Todos que conheciam Jason... Caleb? Rosalina? Ah, Becca...

Toc Toc

Isso interrompe meu transe. Tem alguém na minha porta.

— É o Cal... — Ah, é Calvin. — Day? ... Ouvi... Acho que ouvi você chegar, está aí? Já dormiu? Queria só saber se está bem...

Ah Deus. Eu... estou péssima. O que vou falar? "Ah, oi, Calvin. Desculpa o barulho todo, sei que está muito tarde mesmo, mas é que tive que passar na delegacia para um pequeno interrogatório. Contei que Jason agora é um defunto? Não? Pois é, cara."

Perfeito.

Eu poderia ter ignorado, mas eu... Eu precisava de alguém para falar comigo agora...

— Eu tô aqui. — Falei baixinho. — Cheguei a pouco, perdão pelo barulho todo.

Ele suspirou e ouvi algo bater na porta. Acho que sua mão estava lá agora, junto com seu anel grande.

— Tudo bem. Está bêbada?

Ele riu um pouco.

— Não.

Silêncio.

— O quanto você bebeu? — Perguntou baixinho, devagar.

Eu pensei por um tempo. Teria bebido uma cerveja completa talvez, se não tivesse jogado em Jason. Poderia estar bêbada se minha noite não fosse baseada em sangue. Mas eu não estaria. Estaria ainda dançando, estaria perdendo cervejas nas multidões. Sorrindo para pessoas que não conheço e pintando borboletas com tinta neon nas bochechas.

— Uma meia cerveja e um meio copo de vodca.

— Só isso? Uau.

Pude sentir seu sorriso se abrindo. Era apenas provocação. Não era algo a me ofender. Como Jason fazia. Merda. Fazia...

— Daysi, você está bem?

Não. Estou péssima. Cacete, eu estou...

— Day...

— Não, Calvin, eu não estou bem. — Lágrimas voltaram a descer meu rosto bem devagarinho.

— O que houve?

Jason está morto. Como que a cidade inteira já não estava sabendo?

— Jason... Ele...

Ele se moveu do outro lado da porta.

— Ele fez algo com você? Abre a porta, por favor.

Eu suspirei.

— Ele... — Fechei os olhos e cobri o rosto com as mãos. Depois voltei a abrir os olhos e cobri só a boca. Bati minha bota no chão, sujando-o mais um pouco com sangue. Minhas botas estavam sujas, elas haviam sujado o que mais...? — Ele está morto.

COLD KINGDONOnde histórias criam vida. Descubra agora