O sol ainda existe?

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O sol ainda existe?

Point of view Samantha Griffin.

Acordei sentindo minha cabeça girar, parecia que um elefante tinha sentado nela e ficado a noite inteira. Sentei na cama, e o quarto fez um giro de 360 graus no mesmo instante, peguei o celular e conferi o horário. 11:30 a.m.

Gente que absurdo, eu entrei em coma?! Olha esse horário!

Levantei e me arrastei até o banheiro, me enfiando em baixo da água gelada, despertando quase de imediato. Vesti uma calça jeans skiny e uma blusa de banda com mangas pretas, pretendia passear com Circe após comer algo, desci as escadas com aquela bolinha de pelos em meus calcanhares. Quando cheguei na sala, recebi o olhar de julgamento de minha mãe, e desviei para a cozinha, evitando qualquer conversa. Quando sentei a mesa para tomar café, Shirley sentou a minha frente, as mãos cruzadas sobre o queixo enquanto me analisava com o olhar.

- não, eu não bebi. - falei enquanto passava a geleia no pão, deixei o mesmo sobre a mesa e fui em direção a cafeteira. O café já estava frio, mas não me dei ao luxo de reclamar, Shirley continuava encarando-me quando voltei a me sentar.

- que horas você chegou? - perguntou com os olhos fixos em mim, e evitei encará-la, meu cérebro parecia vago sobre aquilo.

- uma da manhã. - menti de imediato, buscando uma saída daquilo, mordi o pão, meu estômago parecia revirar, busquei qualquer lembrança sobre como eu havia chegado ali, mas nada parecia fazer sentido.

- não vi você chegar. Como entrou? - perguntou arqueando as sobrancelhas, ainda evitava olhá-la, minha mãe sabia ler minhas reações, e por hora era bom eu manter aquela mentira. Não fazia ideia de como tinha parado em minha cama e tudo parecia um borrão escuro e vago.

- eu levei a chave reserva, não quis te acordar. - respondi observando como aquilo era repleto de verdades irônicas, a chave realmente estava comigo, só não sabia aonde, e é bem provável que eu tenha passado bem longe de acordar minha mãe.

- certo. O que fez nessa festa? - perguntou, comecei a me sentir em um interrogatório.

- dancei com minhas amigas e só. - respondi seca, irritando-me com o tom de voz que Shirley raramente usava, e sabia muito bem o teor dele.

- só isso, Samantha? - perguntou em ironia.

- é, mãe. Só isso. - falei largando o pão sobre o prato e a encarando.

- você tem certeza? - devolveu com sarcasmo, e cogitei levantar da mesa e deixá-la sozinha, mas as consequências seriam ainda piores. Respirei fundo, buscando a paz no meu Buda interior antes de responder.

- O que você quer saber, mãe. Pergunta logo. - cruzei os braços e mantive encarando-a, quatro segundos de silêncio seguiram.

- não é nada. Deixa. - suspirou e desviou o olhar - vou marcar médico pra você essa semana. - falou antes de levantar da mesa, e tendei entender o que aquilo queria dizer. Eu não tava doente...

- como assim? Médico de que? - questionei sem entender, ela me olhou com as sobrancelhas arqueadas como se fosse obvio. Quando tomei noção, meu estômago embrulhou. Minha mãe é uma sem noção mesmo! - sem chance! Eu não fiz nada desse tipo! - respondi ofendida e de imediato. Era RIDÍCULO ela pensar que eu havia "dormido" com alguém! Senti-me ofendida.

- e como vou saber?! - cruzou os braços para me olhar, aquela expressão que fazia me dava nos nervos.

- porque eu to falando, oras! - objetei de imediato. Meus olhos pareciam vidrados de irritação.

Human (Alice Cullen)Onde histórias criam vida. Descubra agora