Quase morrendo... De novo!

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Capítulo X: Quase morrendo... De novo!

Quase morrendo... De novo!

Alice Cullen - Point of View

Samantha não apareceu na segunda-feira e, por recomendação de Carlisle, não fui até sua casa, na terça-feira pela manhã não a vi pela escola, e em uma rápida troca de olhares com Edward, comuniquei que iria até sua casa. Dirigi pelas ruas minúsculas de Prince Rupert e estacionei um pouco distante da casa, cogitando se deveria ir realmente até lá. Ouvi seus passos dentro da casa, seu cheiro exalando do local e fazendo minha garganta arder, percebi que ela caminhava em direção a porta, acelerei um pouco e estacionei em frente à mesma. Desci e caminhei rapidamente até o ultimo degrau da varanda, me escorando no corrimão, não demorou três segundos para que ela abrisse a porta, dando um pulinho de susto.

Seus olhos encontraram os meus naquele brilho humano único, suas sardinhas retorcendo enquanto ela sorria, seu cheiro maravilhoso misturado com perfume me faziam questionar até onde minha sanidade podia ir, seu rosto adquiriu um rubor leve enquanto ela pareceu ponderar o que dizia, para mim, o tempo passava lento, mas para ela tudo acontecera em milésimos de segundos. Sam vestia um moletom cinza comprido e uma calça do mesmo pano, segurava um copo de plástico com um peixinho dentro, e arqueei a sobrancelha para aquilo.

– que surpresa... – sua voz doce pareceu quase uma comemoração, e meu ego agradeceu por aquilo. – o que faz por aqui? Não tivemos aula hoje? – ela riu de lado em uma cara travessa.

– vim ver como você esta, meu pai contou o que houve. – encarei seus olhos fixamente, e ela desviou o olhar para baixo, observando o peixe no copo de plástico, que parecia desesperado e tentava se esconder.

– o que você tem, Horacio? – ela levantou o copo na altura dos olhos, e pareceu conversar com o peixe – ele nunca agiu desesperado assim antes... – arqueou as sobrancelhas para o bichinho que girava no copo, parecendo desesperado. A minha presença era ameaça, e os animais tinham muito mais instinto de sobrevivência que um ser humano, (e qualquer ser vivo tem mais instinto de sobrevivência que Sam...)

– por que você colocou o coitado em um copo de plástico? – perguntei sem ao menos me conter.

– ele precisava tomar um solzinho, poxa... vim trazer ele enquanto ainda é cedo. – Samantha disse com naturalidade, e franzi o cenho para aquilo, tentando pensar como um ser de mais de 100 anos.

– e desde quando isso é necessário? – questionei enquanto andava atrás dela, mantendo uma distancia razoável para que eu não pulasse em seu pescoço.

– ué? Desde sempre. – afirmou como se aquilo fosse óbvio, me olhando incrédula antes de sentar-se sob a árvore grande dali e colocar o peixe razoavelmente distante dela, e conseqüentemente de mim, o que fez com que ele parasse com seu surto. – senta aí... – ela indicou com a cabeça o gramado ao seu lado, e me sentei na maior tentativa possível de ser uma humana comum, Sam riu breve, e a encarei esperando alguma explicação para aquela risada. – você é toda formal, sei lá... olha só, você senta com a coluna impecável de reta! – sua mão tocou de leve minhas costas, e ela recuou os dedos rapidamente ao observar meus olhos sobre ela. Não esperou dois segundos para assoviar em alto e bom som, e logo Circe apareceu, semelhando-se a uma bola de pelos com perna e muito pouca coordenação motora, visto que quase capotava em cada degrau das escadinhas. (Mas era difícil de se esperar algo diferente levando em conta a Samantha como sua dona...)

Para a minha surpresa, Circe correu em minha direção e pulou no meu colo, tentando lamber meu rosto, foi involuntário sorrir e levar minhas mãos para acariciá-la, talvez a coitada também tivesse tão pouco instinto de sobrevivência quanto Sam...

Human (Alice Cullen)Onde histórias criam vida. Descubra agora