Capítulo XVI: "A sapatão não tem um dia de paz"
Point of View, Samantha Griffin
A visão era horrível, e eu estava em perigo outra vez.
Alice piscou repetidas vezes, tentando fixar o olhar em mim. Suas orbes pareciam enegrecer aos poucos enquanto ela escaneava cada parte de meu rosto. Apertou firme minhas mãos, naquele momento não parecia que eu corria perigo, mas sim que eu era o perigo, ou tinha feito uma merda gigantesca.
"puta merda, o que foi agora?!"
– por Deus, Samantha, você... puta que pariu! – ela xingou entredentes, o que era uma novidade já que o linguajar de Alice era de uma dama do século XX. Ela fechou os olhos e pareceu respirar fundo, a testa apoiada em uma das mãos como se ela fosse explodir de estresse, e nesse momento eu só conseguia ficar paralisada. – olha, eu não te culpo, mas preciso de um tempo pra absorver isso. Me dê algumas horas. – Ela respirou fundo.
– o que? O que eu fiz? – questionei sem entender.
– Samantha! Por favor, às vezes ainda tenho emoções como uma humana, e uma delas é ciúmes. Essas garotas daqui... aaarg! Você beijou elas... até a Sophie – ela se lamentou como uma adolescente de 14 anos.
– Alice, pera aí! Você tinha me dado um toco! – eu rebati irritada.
– eu sei! Eu estou errada, só preciso de algumas horas para... me acalmar. – respirou fundo outra vez, ué, ela nem respira. – por favor me dê algumas horas. – suplicou e se levantou da mesa, saindo dali rápido antes que eu tivesse tempo de dizer algo.
Ah pronto, agora além de toda essa merda de vampiros, preciso lidar com um ciúmes do passado! Espero que Alice tenha noção de que aquilo foi uma maneira de tentar tampar a carência e o vazio que ela havia deixado em mim no momento em que partiu sem me dar respostas. Eu não iria atrás dela, e ela sabia disso.
"Me dê algumas horas" CERTO ENTÃO!
Me levantei da mesa e busquei Meg com os olhos, mandando uma mensagem para ela me encontrar no corredor externo.
Ela não demorou mais que cinco minutos para chegar lá e me encontrar roendo as unhas.
– o que foi, sapatão? – questionou enquanto puxava a carteira de cigarro do bolso da jaqueta e acendia um – puts, queria muito fumar. – comentou
– Alice descobriu da festa... e das meninas que beijei. Até a Sophie. – me lamentei.
– puta merda, como ela descobriu? – perguntou em uma preocupação visível e quase cômica.
– as pessoas dessa escola adoram fofoca. – menti, não era muito fácil contar pra sua melhor amiga que a menina que você gosta é uma vampira que tem visões.
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Human (Alice Cullen)
VampirSamantha Griffin mantinha uma vida sobre os grossos livros e a solidão como melhor amiga, a vida que pedira aos céus, mas as coisas mudam drasticamente quando se muda para Prince Rupert, uma pequena cidade no interior nublado do Canadá. O que deveri...