O jovem militar encarregado de cuidar da moça foi ver o baú. Velharia. Cadernos, agendas, velhos postais, folhas com anotações, palavras quase apagadas. Sabia que eram coisas pessoais e isso talvez ajudaria. Separou tudo com carinho. Ele leria tudo para ela. Havia muitos poemas. Intrigantes. O autor sempre assinava com iniciais.
Soneto Selvagem
Sabe como é olhar a face do divino? Já olhou as estrelas no escuro hoje?
Já sentiu as pernas tremerem diante uma cascata torrencial de fúria natural?
A beleza do que é selvagem é transcendente. Venerá-la para mim é vital.
Dancei com índios, cantei para as montanhas, queimei dinheiro. Quero que ela me deseje.
Ela e tudo que é benevolente ou ardente. Um mar de loucura ingênua.
Vou lutar pelos fracos. Fortes que oprimem são escória, força é caridade.
Pulso, sangue nas veias. A esplêndida vitória quando o vestido cai e ela se faz nua.
Sei que meus loucos são melhores, confio neles, no meu plano, na nossa verdade.
Vai e deixa fluir. Uma dança entrelaçada ao infinito.
Somos lindos, dignos, sabedores das coisas belas da razão.
Estou junto, no mesmo turbilhão, pulo de qualquer abismo.
Conheço bem quem faz o bem. As tantas janelas da alma que já vi.
Ensinaram-me a ver mais que a casca. Sei o pranto que tem no vão.
Quebrei os templos dos homens vis, doei o que tinham pra fazer jus ao que vivi.
B. W.
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Uma Encomenda para um Novo Mundo
Ficção CientíficaTomás acorda de um coma em uma época à frente de seu tempo e descobre em 2333 um mundo renovado: o Brasil se tornou um país admirável e as pessoas são educadas e altruístas. Atormentado por memórias desconexas, ele desvenda seus vínculos e segredos...