Traga-o de volta

Oito

20 de Abril de 1841, Inglaterra. (17h40)

"Eu quero o meu dinheiro de volta!"

"Não há necessidade de fazer isso, William. Ocorre com quase todas as mulheres."

"Você me disse que ela estava em ótimas condições"

"Você me prometeu uma esposa fértil e domável!!"

"Olhe só para ela, não consegue nem segurar um filho no ventre."

❋❋❋

Enquanto, perto do quarto de hospedes, o pai de Arabela tentava convencer William a não abandonar a sua filha.

A pobre garota, alheia ao mundo, continuava a ninar seu pequeno embrulho enquanto cantava sua doce melodia. A parteira já havia ido, as serviçais foram dispensadas, restando assim, apenas Mrs. Taylor e o pequeno Ian sem vida, a dama de companhia desolada pela sua senhora e a mãe de Arabela que permanecia estática na porta do quarto, abaladíssima com a cena que via.

Num vai e vem interminável, as lagrimas continuavam a descer silenciosamente, enquanto a pobre mãe acariciava o frágil rosto do filho sem vida. Quando a canção terminou e Bela tornou-se a recomeçar, Mrs. Davies, mãe de Arabela, despertou de seu pequeno transe ao ver aquela triste cena, com os olhos marejados e as mãos tremulas, aproximou-se da filha desolada.

Sentando ao seu lado na cama, e tocando em seus ombros, disse:

— Minha filha... — Soluça e a moça para de cantar.

Virando delicadamente o rosto para a sua mãe, com um doce sorriso fala:

— Olhe, seu neto, mamãe. — Olha para o pequenino bebê. — Ian. Lindo, né?!

— S-sim.. Um adorável bebê... — Abalada, reponde a mãe dela ao observar o seu falecido neto.

Voltando a observar o seu pequeno embrulho, Bela suspira pesadamente e sussurra:

— L-lindo...

Logo após a realidade vem à tona, e não se escuta mais nada. Nem os gritos de Sr. Taylor com o Sr. Davies, apenas o choro desolado de uma mãe que perdeu o seu filho.