Capítulo 4

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Rafaella não entendeu porque foi tão áspera com Bianca ela não é assim com ninguém, é sempre gentil e sorridente com as pessoas e com aquela menina foi tão áspera, ela pareceu ser tão meiga, educada e ao mesmo tempo tão decidida e segura de si, sentiu uma mistura de sensações, uma vontade de cuidar e proteger parece que o instinto materno havia sido acionado. Ao mesmo tempo sentiu uma sensação desafiadora da parte dela, sentiu-se incomodada com algo naquela garota e achou melhor que ela não demorasse muito ali.

Bianca saiu da sala da madre com o coração aos pulos, não entendeu porque estava assim, porque aquela mulher a intimidava tanto e ao mesmo tempo a prendia com o olhar, não entendia o que estava sentindo, mas algo a puxava a continuar, a ir mais além, algo naquela mulher a chamou atenção, acionou seus sentidos, a desafiou a algo que ainda não sabia o que era. E ela adorava um desafio e o melhor, adorava superá-lo.

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As orações já haviam começado quando Bianca entrou na capela, olhou sorrateiramente para todos os lugares e sentou-se ao lado de Mariana que a presenteou com um singelo sorriso. Aquilo tudo era muito novo, em toda sua vida só tinha ido à igreja para ser batizada e quando fez a primeira eucaristia, não tinha costume de ir às missas, de acompanhar nada que se dizia religioso estava sendo um desafio tudo aquilo. Após algumas orações Rafaella conversou um pouco com as freiras, Bianca não tirava os olhos dela, acompanhava cada movimento, cada gesto, a forma séria como ela falava e ao mesmo tempo o sorriso tão singelo e verdadeiro que saia de seus lábios, Bianca estava adorando o fato de poder ficar ali olhando-a.

-- Hoje nós temos a presença de uma pessoa que fará uma experiência conosco – disse olhando para Bianca – Ela passará um tempo aqui no qual aprenderá sobre muitas coisas que provavelmente nunca teve a oportunidade de viver ou conhecer. O convento não vive apenas de orações, mas também de trabalhos, aprendizado e companheirismo – disse sorrindo – E espero que no final dessa experiência se não for isso mesmo que ela queira para a vida que pelo menos a tenha tornado uma pessoa melhor e que seja nossa amiga – sorriu – Seja muito bem-vinda Bianca.

Bianca sentiu o rosto formigar e tinha certeza que estava vermelho não esperava que Rafaella fosse falar sobre ela assim na frente de todas as freiras, ela falou olhando diretamente em seus olhos, Bianca não entendia porque aquele olhar a prendia tanto a deixava sem ar, sem fala, completamente hipnotizada.

-- Está vendo, a Madre é uma boa pessoa – Mariana sussurrou para ela.

-- Mas ainda acho brava – sorriu.

Bianca estava saindo da capela ao lado de Mariana quando Rafaella passou por elas e a pediu que a acompanhasse até a sua sala. No percurso elas caminharam caladas, uma ao lado da outra sem dizer uma única palavra, sem aproximar -se, Rafaella abriu a porta e deu espaço para Bianca passar.

-- Bianca, preciso conversar algumas coisas com você.

--Pode falar Madre.

-- Espero que você esteja levando realmente isso tudo a sério Bianca.

-- O que eu preciso fazer para você acreditar em mim? – perguntou impacientemente.

--Nós temos tarefas aqui Bianca, como eu disse mais cedo aqui não é apenas um lugar de oração, mas também de trabalho.

-- Estou disposta a seguir todos os procedimentos e realizar todas as tarefas que me forem destinadas.

-- A rotina aqui é puxada e espero que você se adapte com facilidade.

-- Farei o possível pode ter certeza – sorriu.

-- Nós temos uma rotina de orações são quatro momentos e às vezes temos mais um momento, durante o dia revezamos em tarefas e atividades e temos um momento em que conversamos sobre variados temas.

A Freira - Adaptação RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora