Capítulo 35

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Bom dia!!!


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Rafaella estava ansiosa naquela manhã havia procurado não pensar muito a respeito, mas estava impossível não sentir um tanto temerosa.

Bianca seria atendida no ultimo horário da manhã e desde que acordou sentiu-se ansiosa, ao mesmo tempo em que não queria mais vê-la sentia-se responsável em ajudá-la.

-- Drª a senhora Bianca já chegou – Manuela avisou a Rafaella.

-- Mande-a entrar Manuela – disse acomodando- se na cadeira.

Poucos minutos Bianca entrou na sala estava impecavelmente elegante, deu-lhe um singelo sorriso e sentou-se na cadeira ficando em frente à Rafaella separadas pela mesa.

-- Bom dia – sorriu – Tudo bem?

-- Bom dia Bianca – disse sem mostrar emoção – Estou bem.

-- Que bom – abaixou o olhar.

-- Como você está?

-- Um pouco ansiosa.

-- Por quê?

-- Não sei – sorriu – Mas estou nervosa – disse desviando o olhar de Rafaella.

-- Entendo.

-- Rafaella... o que conversamos aqui fica apenas aqui não é mesmo?

-- Claro Bianca, sigilo profissional, mesmo que lhe encontre fora do consultório não lhe direi um única palavra em relação as nossas conversas.

-- É que eu fico com receio de que...

-- Não falo nada dos meus pacientes com ninguém Bianca, e você não seria uma exceção – disse encarando-a.

-- Desculpe, eu não queria ser indelicada.

-- Está tudo bem, não se preocupe. Mas me diga como foi essa semana com a sua filha?

-- Ela procura atenção a todo tempo Rafaella, fica acordada me esperando chegar da galeria, me pede para ler história para ela.

-- E você o que faz? O que sente?

-- Eu procuro me sair dessas situações, mas as nem sempre consigo e faço só que é algo mecânico sabe, apenas por fazer – disse triste.

-- E o que ela diz?

-- Acredito que percebe. Essa semana ela me perguntou por que nunca brinco com ela, porque sempre estou cansada.

-- Ela percebe a sua distância Bianca, é um erro achar que ela não sente.

-- Eu sei – disse triste – O que eu faço Rafaella?

-- Você não pode culpar sua filha por algo que ela não tem culpa Bianca, ela pode ter s ido gerada de uma forma indesejada, pode ter sido rejeitada, mas não pode conviver com isso, ela não pediu para nascer.

-- Nem eu Rafaella, nem eu quis que ela viesse.

-- Mas veio Bianca e você tem que começar a entender isso.

-- Como?

-- Aproximando-se dela olhando o que há de melhor nela.

-- Ela é linda – sorriu – Esperta, inteligente, uma pimenta.

-- Tenho certeza que sim. O que você mais gosta nela? O que ela faz que você mais gosta.

-- Gosto do abraço – disse pensativa – E da forma que ela me chama de "mamãe" acho bonito.

A Freira - Adaptação RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora