A Freira - Adaptação Rabia

Capítulo 17

-- Você não vai me perder Rafaella, mesmo que eu saia desse convento você não vai me perder.

-- As coisas não são tão simples assim Bianca.

-- As coisas são do jeito que queremos que elas sejam Rafaella, e eu quero você.

--Bianca...menina...não torne as coisas mais difíceis do que já estão...

Bianca passou as mãos suavemente no rosto de Rafaella, queria sentir a maciez da sua pele, o seu perfume suave o seu toque... queria gravar cada pedaço daquele rosto que tanto adorava. Rafaella fechou os olhos e deixou ser acariciada, precisava daquele afago, daquele momento, precisava de Bianca... Estavam muito próximas, respiração ofegante, dava pra sentir o calor que emanava dos seus corpos....a saudade, vontade, desejo exposto, sem mascaras, sem medo...no momento em que Bianca aproximou-se mais escutou um barulho e só aí tiveram dimensão de onde estavam e o que estavam prestes a fazer.

--Rafaella – Bianca sussurrou – eu...eu

--Não precisa Bianca – levantou-se – preciso ir, até mais.

Rafaella sabia que se ficasse ali acabaria cometendo uma loucura, não conseguia esquecer a noite de amor que teve com Bianca, não conseguia tirar da cabeça as sensações que sentiu, sentia falta dos beijos de Bianca do seu toque macio e intenso, sentia falta do corpo quente e delicioso daquela menina, da forma como ela lhe olhava, de como lhe tomava nos braços. Estava ficando louca...só podia ser.

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Rafaella fez as orações das 18:00h não poderia deixar que os acontecimentos interferissem na rotina do convento, fez as orações, conversou um pouco com as irmãs e propôs que fizesse algo após o jantar, afinal, as salas de músicas, leituras e áudios eram para serem usadas e não ficar de enfeite.

Após as orações as irmãs foram para o refeitório, estava um ambiente tranquilo, descontraído, Rafaella estava tentando ficar tranquila não queria que a tensão tomasse conta do seu corpo, não iria resolver nada e ainda iria deixá-la emocionalmente cansada. Precisava mostrar para as meninas que estava tudo sob controle e que nada iria mudar, sabia que era uma situação difícil, mas não poder ia se entregar.

Rafaella foi a sala de leitura era um espaço bem aconchegante com cores claras, pufs espalhados pela sala, mesas coloridas e estantes cheias de livros, gostava de incentivar a leitura e as artes, acreditava que um convento não era um lugar apenas de orações e queria apagar aquela imagem que as pessoas tinham de ser um lugar frio e distante da realidade. Ficou na sala e contou algumas histórias para as meninas, indicava livros e quando estava saindo escutou uma melodia vindo da sala de música, sabia que era Bianca, esboçou um singelo sorriso e encaminhou-se para a sala.

Bianca estava sentada na frente do piano tocando e cantando músicas para as crianças do orfanato e algumas noviças, dava para perceber em seu sorriso que estava se divertindo, o olhar brilhava, o sorriso largo e verdadeiro, estava linda. Rafaella parou na porta e ficou como que hipnotizada olhando para aquela cena. Bianca cantava, tocava e sorria para as crianças, era tão espontânea, sorridente e as crianças a adorava. Rafaella ficou olhando com um sorriso bobo até que Bianca a viu e ficou um pouco tensa.

--Continue... as crianças estão adorando...e eu também – disse sentando onde as crianças estavam e colocando uma em seu colo – quero te escutar um pouco – sorriu.

Bianca sorriu e voltou a tocar e encantar Rafaella que simplesmente estava fascinada, era difícil negar que não sentia nada, era difícil esconder que não estava apaixonada e em troca de olhares elas conversavam e se entendiam. Rafaella às vezes baixava o olhar, mas logo voltava a procurar os olhos de Bianca que brilhavam e a hipnotizava.