the spy

17. um possível delírio

atenção
este capítulo contém cenas de violência explícita e posse de armas de fogo.

continuação do capítulo anterior

— Todos levantem as mãos e encostem na parede, bem 'devagarzinho'. - A voz grossa e firme ordenou, com sua cabeça indicando o lugar onde deveríamos encostar. Seus olhos castanhos focaram em cada pessoa naquela sala, mas quando me fitaram, seu sorriso aumentou ainda mais, em pura ironia. — Você também, Jisoo.

O típico semblante de quem já sabia de tudo desde o começo, a postura convicta de um homem paciente que aguardou pelo momento certo para me capturar.

Era impossível enganar Choi Seungcheol.

— Jisoo? - Yoon indagou.

Ignorei a pergunta de meu – até então – namorado e apenas me levantei lentamente e caminhei de mãos para cima até o lugar onde fôra indicado, me encostei na parede gelada do canto da sala, deixando minhas pernas separadas uma da outra, e meu corpo trêmulo entre o de Yoon e a postura hesitante de Wonwoo.

— Seokmin, vá revistá-los. - Choi voltou a ordenar.

Passos rápidos vinham até nós, e quanto mais se aproximavam, mais Wonwoo e Soonyoung se fitavam, como se conversassem por pensamento. Jeon apenas piscou uma vez e virou seu corpo bruscamente juntamente dos outros.  Eu até ponderei permanecer naquela posição, mas me virei também apenas para acompanhar o plano dos capangas de Jeonghan. Seokmin deu um passo para trás, mas mesmo assim levantou a pistola, apertando mais seus punhos em nossa direção.

— Encostem na parede! - Seokmin esganiçou com um certo receio, parecia haver medo em seu tom de voz.

Soonyoung e Wonwoo puxaram suas pistolas em seus coldres escondidos por baixo das roupas de grife. Eu arregalei meus olhos e por um momento eu já soube o que estaria por vir. Jeonghan correu rapidamente para trás do balcão e se agachou, não demorou muito para se levantar com um fuzil AK-47 em suas mãos, mirando na direção dos agentes.

Eu me perguntei onde eles conseguiram aquelas armas.

Seungcheol soltou o ar pelo nariz e se aproximou mais de nós com os outros em seu encalço. Nem ao menos expressava alguma expressão de estresse ou desespero. Aquilo me amedrontava. Minha sorte foi que Seungkwan não estava na missão, mas em compensação, a equipe de Choi se resumia em Lee Seokmin, Lee Jihoon, e ninguém menos que Kim Mingyu para completar minha desgraça.

— Então vocês querem brigar? - Seungcheol ironizou, pendendo sua cabeça para o lado.

— O que está fazendo aqui, Jisoo? Você não tinha sido cortado da missão? - Kim questionou, franzindo o cenho.

— Como assim? Que Jisoo? E que missão, inferno? - Jeonghan indagou, entrando na conversa. Se aproximou de mim em passos desesperados, ainda com o fuzil pesado em suas mãos suadas.

— Ele era um agente do FBI, seu burro. - Seokmin respondeu. Eu apenas fiquei calado diante daquilo. O que eu falaria? Não podia mentir.

— Mas se tornou um ladrãozinho. - O mais baixo deles lamentou, negando com a cabeça em pura lástima.

— Isso é verdade, Joshua? - Jeonghan sussurrou ao pé de meu ouvido, eu apenas o encarei de relance e fiz um gesto para que se afastasse de mim.