I Lived

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   Katsuki tinha levantado 23:00 naquela mesma noite. Eijirou reparou que Bakugou nem tinha feito questão de o acordar quando saiu e, agora, não tinha ideia de onde o outro estava, mas sabia que ele deveria ter dormido menos de 3 horas.

   No dia anterior, quando ambos devolveram a moto alugada e voltaram para o hotel, Bakugou parecia perdido nos próprios pensamentos. Apenas chegou, tomou um banho e foi dormir. Para o desespero de Kirishima, ele dormia sem roupas, mesmo tendo a mala devolvida para si. No segundo em que Katsuki saiu do banheiro, com a boxer preta sendo a única peça de roupa que vestia, Eijirou sentiu que podia passar horas admirando-o e nem sentia mais vontade de negar isso, ainda que tentasse disfarçar.

   Foi justamente por ter olhado para Bakugou antes de dormir que ele viu o pequeno detalhe preto em sua pele, pouco acima da linha da virilha, onde a roupa íntima não cobria.

   Katsuki tinha uma tatuagem.

   Isso era especialmente chocante para Kirishima, já que ambos eram japoneses e ter uma tatuagem gerava um estigma gigantesco no Japão. Ainda assim, Eijirou não podia deixar de imaginar o que Bakugou tinha tatuado em si mesmo.

   Não conseguiu descobrir antes que Katsuki virasse de costas para dormir.

   Agora, a madrugada iria recém começar e, reparar que o companheiro de quarto não estava ali, fez com que Kirishima se lembrasse da tatuagem e pensasse sobre. Talvez tivesse a oportunidade de perguntar do que se tratava. Se tivesse sorte, Bakugou o responderia sem anunciar sua morte, como normalmente fazia.

   Ele saiu do quarto quando seu despertador tocou, preparado com a mochila e as coisas que o guia do tour pediu. Eles tinham sido avisados para descerem meia noite, já que iriam para o aeroporto e viajariam durante a madrugada para a Tanzânia. O voo sairia em uma hora. Kirishima não tinha ideia do que o tour os reservava para aquele dia, mas sabia que conheceria mais uma cidade africana.

   Eijirou se encontrou com o grupo do Adrenalina Tour no saguão, todos prontos para sair. Bakugou já estava ali e com a mochila pronta. Kirishima se colocou ao lado do colega de quarto.

   —Esta vai ser a noite mais turbulenta de vocês, já que viajaremos durante toda a madrugada e, assim que chegarmos na Tanzânia, imediatamente iremos para a próxima aventura. Sugiro que durmam bem durante o voo, acordaremos já no destino, cerca de seis horas da manhã —o guia explicou.

   Todos começaram a caminhar para o veículo que os levaria ao aeroporto. O guia já tinha feito check in virtual de cada um dos passageiros, então eles tiveram o benefício de poder chegar num horário mais perto do embarque.

   —Tudo bem com você? Acordei e você tinha sumido, cara —Kirishima disse, sentando-se do lado de Bakugou na van.

   —Aham —ele concordou, baixo. Apoiou a cabeça no vidro e ficou olhando a cidade passar.

   —Você tem algum lugar para visitar na Tanzânia? —questionou Eijirou, lembrando das fotos da mãe de Katsuki.

   —Eu escolhi esse tour exatamente porque passava onde eu queria, já esqueceu? —respondeu Bakugou, remexendo no bolso e retirando uma das fotos, dobrada ao meio. Entregou a Kirshima.

   Eijirou pegou a fotografia e observou. A jovem mulher loira estava parada em uma estrada deserta, deitada no chão de vegetação rasteira e sorria, olhando para o céu. Certamente, outra pessoa tinha tirado a foto para ela, mas esse detalhe nem importava diante da imagem simples e cativante. Entretanto, era difícil para Kirishima se alegrar diante da pessoa que expulsou Katsuki de casa. Aquela foto não representava a verdade por trás da mãe de Bakugou.

AdrenalinaWhere stories live. Discover now