• End? •

572 44 23
                                    

Ashley's point of view

Houston, Texas • Night  🌑

Acordei e mal conseguia abrir meus olhos, as cordas que estavam amarrando meus pés e minhas mãos estavam queimando a minha pele, sentia o gosto da sangue na minha boca, sentia meu corpo dolorido. Eu pensei que tinha morrido assim que eu apaguei, acordar agora era a única coisa que eu não queria.

Assim que eu olhei para o lado, ouvi um assobio vindo de trás de mim. Não me dei ao trabalho de olhar para ver quem era, escutei algumas pessoas se aproximarem, eram os mesmos caras.

- Ora, ora, ora... - Disse o homem estava no meio, parecia que ele mandava ali. - Até que enfim acordou, pensei que iria dormir para sempre. - Ele riu.

- Ha Ha Ha - Eu falei de modo sarcástico, cuspi o sangue que estava em minha boca & logo senti um soco em meu rosto, eu já não aguentava mais.

- Escuta aqui garota, se você continuar assim infelizmente vamos ter que acabar com você e com algumas pessoas que você gosta, exemplo... a sua irmã! - Ele disse e riu. - Eu quero que você entenda, que você é apenas uma isca para que eu possa finalmente acabar com aquele desgraçado do Travis. - Assim que ele falou eu ardi de raiva.

Eu tava com tanto ódio do Travis, eu certamente o denunciaria para a polícia assim que tivesse chance. Isso se eu saísse viva daqui.

- Coloquem ela na cadeira. - Ele ordenou.

Logo senti alguns meninos me carregarem e me colocarem sentada, eles me amarraram na cadeira enquanto eu reclamava de dor.

- Sorria para a foto! - Ele disse e riu, eu abaixei minha cabeça e escutei o clique. - Agora é só esperar. - O homem disse olhando para o celular.

Assim que ele caminhou para longe, foi colocado um saco na minha cabeça.

- É sério isso? - Perguntei e ri.

- Cala boca vadia. - Escutei gritarem e então ri.

Horas Depois...

Eu estava exausta, meu pescoço doía, eu mal conseguia respirar. Assim que eu ouvi um carro chegando, respirei fundo e percebi alguém correndo até mim.

- Calma. - Sussurrou Travis, enquanto começava a me soltar.

- Sai daqui, eles vão pegar você. - Sussurrei enquanto reclamava de dor.

- Se você continuar falando vão mesmo. - Ele respondeu e eu revirei os olhos. - Vamos. - Ele disse me pagando no colo.

- Onde você pensa que vai. - Disse uma voz masculina atrás da gente, logo apareceram vários deles.

Travis me colocou no chão e levantou as mãos. Merda! Agora que a gente tava ferrado mesmo.

- Você caiu direitinho, salvando a namoradinha... Logo você, de namorada? Quando me contaram eu não acreditei. - O homem disse se aproximando e rindo.

- Cala boca mano. - Trav falou baixo.

- Peguem ele. - Ordenou o homem.

Logo eles caminharam até a gente, me amarraram ao lado do Travis e eu respirei fundo.

- Você é muito burro. - Sussurrei desacreditada.

- Não. - Travis disse bravo. - Talvez. - Ele abaixou a cabeça.

Passamos horas e horas ali, em silêncio, até tirei um cochilo mas acordei pois estava sentindo muita dor.

- Desculpa. - Escutei Travis falar com a voz rouca. - Eu não deveria ter te deixado ir, eu sabia dos riscos... - Ele disse um tanto quanto magoado.

- Tá tudo bem. - Sorri fraco.

- Espero que a gente possa recomeçar, fazer as coisas de forma diferente. - Trav falou enquanto me olhava.

- Travis não me entenda mal, mas a única coisa que eu quero de você é distância... - Suspirei ao terminar a frase.

O silêncio prevaleceu por longas horas depois do que eu disse, eu estava decidida a entregar ele para a polícia e nada que ele me dissesse iria mudar meu pensamento. As horas foram passando, e logo era noite. Eu estava quase pegando no sono quando vários carros pararam em frente ao galpão.

- Acha que eu sou burro agora? - Ele me perguntou.

Os caras da gangue do Travis invadiram o galpão, vasculharam tudo e logo vieram nos soltar. Assim que minhas mãos se libertaram das cordas, Travis me pegou no colo e me levou até um dos carros.

- Levamos ela pro hospital? - Um dos caras perguntou.

- Não, vamos pra minha casa. - Travis respondeu.

- Eu não quero ir pra sua casa. - Respondi.

- Não interessa. - Ele respondeu seco e então eu revirei os olhos.

Assim que chegamos na casa do Travis, me colocaram no mesmo quarto que eu estava. Logo Sol entrou e eu sorri.

- Quando eu soube que você estava voltando, sabia que não era coisa boa. - Disse ela sentando ao meu lado.

- Eu to bem. - Respondi sorrindo.

- Vem, vou te ajudar a tomar um banho. - Disse ela.

Sol me ajudou a tomar banho, fez alguns curativos nos meus machucados e logo foi dormir. Eu estava quase dormindo quando Travis bateu na porta do meu quarto e logo entrou.

- Será que a gente pode conversar? - Perguntou.

- Eu ja disse Travis, eu quero que você fique longe de mim. - Respondi.

- Mas eu não quero ficar longe de você, a gente se divertiu tanto quando você morava aqui... - Ele disse enquanto sentava ao meu lado.

- Você acha isso divertido? - Perguntei olhando nos olhos dele. - Me deixa dormir. - Falei.

Ele saiu do quarto rapidamente, eu suspirei e fechei meus olhos esperando cair no sono.

Uma semana depois...

Travis e eu não estávamos mais se falando, ele não posava mais em casa. Já fazia uma semana do acontecido, meus machucados estavam melhores e eu já podia ir para casa.

Os caras da gangue disseram que já tinham dado um jeito na gangue rival, eu estava mais tranquila com isso, mas estava preocupada com Travis.

Minhas coisas estavam arrumadas, me despedi da Sol e então peguei um uber. Assim que cheguei em casa eu abracei minha irmã e minha mãe. Corri até o meu quarto e me joguei na cama, estava com saudades da minha casa, da minha cama, da minha irmã, de tudo.

Estava tudo normal, até eu receber uma ligação, era o Julius, um dos amigos mais próximos de Travis.

- Alô - Falei.

- Oi Ashley, é o Julius. - Falou.

- Oi oi, alguma coisa errada? - Perguntei.

- É o Trav, ele tá muito mal. Faz dias que ele só bebe, fuma e cheira. Você precisa fazer alguma coisa. - Disse Julius.

- Olha Ju, eu não posso fazer nada. - Respondi.

- Você precisa fazer alguma coisa, por favor, por mim. - Suspirei

- Me passa a localização, to indo pra aí. - Falei e desliguei o telefone.

Enquanto eu pegava minhas coisas para ir até Travis, eu pensava se realmente valia a pena fazer isso por ele. Por que ele está assim? Por que eu tenho que ir? Eu estava confusa, e acho que ele também. Acho que agora é a minha vez de salvá-lo.

God bless us ni**aOnde histórias criam vida. Descubra agora