Capítulo 3

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        Troquei de roupa rapidamente. Troquei meus jeans por um shorts jeans e uma camiseta mais larga. Coloquei um dos meus favoritos Tom's e caminhei rapidamente em direção à porta.

- Aonde você vai, querida? - Minha mãe perguntou, cozinhando.

- Parque. - Respondi rapidamente.

Recebera há alguns minutos atrás outra mensagem do anônimo.

O que acha do Parque Nacional?

Uma tarde no parque parece perfeita.

        Não sei bem se deveria confiar nessa pessoa que nem sequer conheço, mas eu estava agindo por impulso pela primeira vez na vida. Peguei minha bicicleta antiga e fui até o parque nacional que ficava a apenas 15 minutos de minha casa.

Já estou aqui, mandei. Meu coração palpitava rapidamente.

Procure por Sarah Johnson, da sua aula de inglês avançado.

       Prendi minha bicicleta em um lugar qualquer - ninguém roubaria uma bicicleta velha - e caminhei pelo parque. Comprei uma garrafa d'água e um sorvete de massa Häggen Dazs - um dos meus favoritos - e fui caminhando pela trilha. Avistei uma garota que usava roupas chamativas e só pude pensar em Sarah Johnson, a garota que usava meias neon todos os dias e uma faixa florida em seus cabelos. Fui até ela e limpei a garganta.

- Sarah?

- Olá, Alexis. - Ela disse, sorrindo. Ela limpou a garganta e começou a falar como se estivesse dizendo algo ensaiado. - O que brilha tanto quanto o céu e as estrelas?

Ah, por favor. Será que seria uma daquelas cantadas sem graça? A resposta seria o tão clichê "você, gata" ou algo pior. Eu revirei os olhos, esperando que não.

- O quê?

- O reflexo deles! - Ela disse e parou de imitar. - Sério, isso quer dizer que você precisa ir para a sala dos espelhos.

- Obrigada, Sara. - Agradecendo por não ter feito aquela cantada horrível que se formou em minha cabeça e também por ela ajudar quem quer que seja a fazer isso.

- Boa sorte, Alexis. - Ela disse e começou a sussurrar, como ela faz quando fala consigo mesmo. Acho que ela pensa alto sem perceber. - Vai precisar se...

- Se o quê? - Interrompi.

- Nada. - Ela disse, fingindo ter fechado um zíper imaginário em sua boca e ter jogado a chave fora.

Eu a encarei, pensando no que ela teria sussurrado, mas ela apenas ficou balançando as suas mãos indicando com que eu fosse embora.

- Te vejo na quarta. - Respondi e continuei a andar.

Avistei ao longe, um edifício pequeno e redondo, cuja entrada tinha uma placa enorme ao lado. Ela dizia

Atração Nova: Sala Dos Espelhos!

Veja você deformada!

         Incrível. Eu adorei aquele lugar. Não só porque quando eu parei em um espelho, ele me fez parecer mais alta do que eu realmente era, mas também porque eu ri muito quando virei uma espécie de anã achatada.

- Gorda.

Meu coração parou. Ele estava lá.

- Quem é? - Chamei.

        Mas ninguém respondeu. Continuei a procurar pela pessoa e, quando comecei a correr mais depressa, me deparei com uma série de espelhos que faziam juntos um círculo. No centro de um deles, havia um post-it e algo atrás dele, colado ao vidro.

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