"Ei-o, aqui vem um perigo para este clube
Quando começarmos, nós não iremos parar
Nós vamos transformá-lo até incendiá-lo"Courtesy Call - Thousand Foot Krutch
Alexandra Donnelly
Uma voz distante chama meu nome. É como se eu estivesse mergulhada em água gelada e rodeada de escuridão e essa voz estivesse vindo das profundezas. Mais uma vez, ela chama, e meu corpo é sacudido por uma onda.
Abri os olhos vagarosamente e em primeiro momento, tudo o que vi foi uma silhueta embaçada.
— Alex? Graças a Deus você acordou!
Pisquei com força para clarear a visão. Mary está ajoelhada ao meu lado, tocando meu ombro. Os traços de seu rosto preocupado vão assumindo clareza conforme desperto. Meus braços e pernas estão pesados e junto da consciência voltando, vem uma ardência na palma da mão.
— Mary...? Hm... que horas são?
— "Horas"? Alex, eu entrei e te encontrei no chão! — A ruiva contempla a bagunça de cacos de vidro e rosas-brancas murchas. — O que aconteceu?
Com a ajuda de Mary, consegui me sentar. Uma dor em ondas atingiu minha cabeça e por alguns segundos, minhas memórias eram escuras. Mas olhando para as rosas e o vaso quebrado, me lembrei de Hortence. Meu lábio inferior tremeu e uma nova torrente de lágrimas ameaçou sair dos meus olhos. Fechei a mão ferida, me concentrando na dor para não ceder ao impulso de cair nos braços de Mary e me refugiar nela, como fazia quando criança. Esse desejo apenas me traz mais vergonha.
Não posso me lamentar pela situação da minha vida. Eu nasci nessas condições e tenho um papel importante para assumir. Já que não posso controlar o meu destino, ao menos posso controlar como vão se lembrar de mim, e me recuso a ser lembrada como a primeira dama sentimental que apanhava da tutora.
— Eu... passei mal, pouco depois que você saiu. Tentei sair para chamar ajuda, mas desmaiei antes de chegar à porta. — Para os cacos no chão, pensei em uma mentira rápida. — Me segurar no vaso de flores não foi a melhor decisão.
Se Mary não acredita na história, não demonstra, e me ajuda a levantar. Ela me leva para longe da zona do desastre e toca minha testa e examina o corte na minha mão.
— Você não está com febre. Quer que eu chame o médico?
— Não, não precisa. Estou me sentindo melhor.
— Tem certeza? — Insiste. — Você nunca desmaiou, isso não pode...
— Mary, eu estou bem.
A ruiva respira fundo, guardando as preocupações, e assente. Agora completamente desperta, noto que ela está usando uma camisola branca e os cabelos estão soltos. Olhei pela janela, me deparando com a madrugada escura, nem sequer uma pequena estrela brilhando no céu.
— Que horas são?
— Três e meia da manhã. — Mary solta as minhas mãos e esfrega as próprias na camisola. — Ah, Senhor, fiquei tão preocupada quando te encontrei, que me esqueci completamente...
— Esqueceu o quê?
— Acho... acho melhor você dormir um pouco mais, amanhã eu...
— Eu não quero dormir. — Interrompi, a preocupação abrindo uma fissura na minha voz. — Quero que me diga o que houve.

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Espectros [REESCREVENDO]
Algemene fictie"Em meio a nevoeiros, dias nublados e noites sombrias, o Império se ergue. Construído sobre a maior extensão de terras conhecida, é um centro de desenvolvimento tecnológico, e ostenta orgulhosamente o título de maior potência mundial. Mas máquinas a...