Outono; Jungeun e a festa do pijama

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Nós estávamos paradas de frente para a enorme mansão de Jung JinSol e sua mãe. Choerry mal podia respirar de tanto nervosismo, estagnada com a beleza e magnitude do local.

De fato, cada pedaço do lugar parecia ter saído de um filme de conto de fadas com o dobro de luxo, a arquitetura impecável, e os cuidados para com a preservação nítidos a quaisquer olhos. Era muito bonito.

— Muito bem, — Choerry respirou fundo. — Este é o dia em que nosso exílio do anonimato social chega ao fim, oficialmente, — sua fala me fez massagear minhas próprias têmporas ao ouvir tanto drama. Yerim me tirava do sério. — Jungeun, toque a campainha.

— Yerim, ela está ao seu lado. Toque você!

— Jungeun, por favor!

Revirei os olhos e então aceitei minha situação, conferindo o relógio de pulso da Hello Kitty que Yeojin pusera em meu pulso mais cedo para que eu não perdesse a hora — marcava exatamente 17h20 da tarde. Então, empurrei seu corpo para o lado para apertar o maldito botão da campainha e a voz estridente se aproximou da porta, que foi aberta com rapidez, dando-nos a visão de uma JinSoul bem diferente da que estávamos acostumadas.

Antes que eu pudesse me dar conta, o pânico em mim foi liberado e muitas partes, as partes que não deveriam, do meu corpo tiveram sua temperatura elevada.

A princesa da cidade vestia um vestido de seda preta, folgado em seu corpo curvilíneo, mas ainda mostrando os detalhes usualmente escondidos, como a marca de sua calcinha sob a peça e suas coxas nuas, e uma pantufa azul estufada demais em seus pés.

— Acho que minha sexualidade acabou de ser questionada, — Choerry brincou e eu pigarreia alto para mandar meus pensamentos para bem longe dali.

Em resposta, JinSoul sorriu e nos puxou para dentro sem olhar para trás; vi, entretanto, uma empregada fechar a porta quando nós nos afastamos o suficiente e desejei muito fugir daquele castigo maldito que era me sentir, irrevogavelmente, atraída por Jung JinSol durante todo o percurso do hall até a sala de estar. Naquele momento, odiava a princesinha mais do que nunca.

— Desculpem por isso, meninas, é que estamos jogando. Vai ser divertido! — A loira garantiu.

A grande sala de estar, com a gigante televisão de plasma, o sofá forrado com veludo e o lustre, como eu imaginei, de cristais, encontrava-se em uma declarada zona de guerra. Roupas estavam jogadas no chão da escada até a porta da cozinha, lugar onde eu tinha passado a maior parte do tempo da festa de JinSoul no ano passado. Peças de um conjunto de equipamentos profissionais de maquiagem se espalhavam entre as cômodas e a mesa.

Encontrei Olivia de pé em frente a televisão, maquiando uma menina de bochechas grandes que eu jamais tinha visto na vida. Hye vestia um pijama cor de rosa bebê, com babados exagerados em ambas as peças pelas quais era composto.

— Hoje é a o dia do contra, temos que nos vestir totalmente o contrário do que costumamos usar, — explicou nossa anfitriã. — Estamos trocando nossos pijamas. Eu estou com o de Soojin, a namorada da prima de Hyejoo... É aquela ali na cadeira, estão vendo! Olie está tirando sua maquiagem. É bem sexy, como vocês puderam perceber, — suas bochechas logo tomaram o familiar tom avermelhado e eu quis muito rir da situação.

Sempre acaba ferrada, de um jeito ou de outro; presa por quase dois dias com patricinhas do colegial e seus corpos exuberantes cobertos por minúsculas e finas peças de roupa. Ótimo.

aa De quem é a roupa que Olivia está vestindo? — Choerry perguntou e eu me questionei sobre sua capacidade de reparar em qualquer outra coisa senão a silhueta marcada de Jung JinSol virada bem para nós.

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