Capítulo 6

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May

  Mesmo com as minhas pernas querendo fraquejar começo à caminhar em direção à mesa onde Chris e Henry estão sentados, deveria ter ficado em casa, fica rodando na minha mente.

  Meu corpo todo tremia de nervoso, parecia que eu estava passando mal, e de fato eu estava mesmo, Chris não desviava seus olhos de mim e eu não conseguia sustentar seu olhar, era intenso demais.

  Seria engraçado se não fosse trágico e constrangedor, medo de escorregar e cair como uma abóbora no chão, medo de desmaiar, medo, medo, medo...

   Cheguei até a mesa finalmente, Henry como sempre tentava fazer eu me sentir confortável, já Chris só com sua presença me intimidava.

  - Desejam algo?- minha voz saiu baixa e insegura, isso may continua mostrando sua insegurança, nem morar em outro país me deixou mais confiante, pelo contrário eu me sentia ainda mais insegura.

  - Chris estava me dizendo sobre um cupcake de brigadeiro brasileiro que vocês tem... gostaria de levar alguns pra minha namorada. -  Henry diz gentil e abriu um sorriso.

  - Estão namorando?- sorri com sinceridade pra ele, que confirmou que sim, fiquei muito feliz por ele, parecia muito empolgado com a moça.

  - Avisei o Superman que esse doce o que tem de saboroso, tem de viciante. - as palavras do Chris fizeram eu me sentir dentro de um liquidificador sendo triturada, vi aquele olhar de malícia que só ele tem.

  - O brigadeiro é muito bom mesmo.- tentei ser imparcial, só tentei mesmo, porque esse homem tem um poder surreal sobre minhas emoções e sentimentos.

  - Você pode preparar três pra viagem, por favor?- Henry notou meu desconforto com Chris, tanto que o olhou com curiosidade, mas como bom cavalheiro nada comentou.

  - Claro, tenho certeza que sua namorada vai gostar. Ela é americana?- foi curiosidade minha mesmo, Chris ainda me olhava.

  - É brasileira.- sorriu de maneira amistosa.

  - Então ela vai gostar, definitivamente. - brasileiros que moram fora do Brasil sentem falta do nosso brigadeiro tradicional.- Brigadeiro é patrimônio nacional do Brasil, difícil quem não goste.- digo e ouço resmungo do Chris, decidi ignorar.

- Eu gostei. - ele resmungou.

  - Obrigado!- Henry me agradece e sem coragem para encarar Chris me afasto da mesa na velocidade da luz, andei tão rápido até o balcão que não percebi que Michele estava parada, praticamente passei por cima dela.

- May ???- a coitada quase caiu, não podia piorar a situação.

- Desculpa Mi. - murmuro e ela ri.

  

  Chris

  - O que existe entre você e essa moça?- Henry não é bobo, tentei disfarçar mas minhas ações me entregaram.

  - O que?- olhei com falsa surpresa. - Nada, por que ?- me fiz de inocente, como sempre.

  - Percebi uma tensão entre vocês. - como vou sair dessa?- Algo não resolvido.- penso antes de responder.

  - Eu a beijei. - joguei no ventilador, ele é meu amigo e sei que posso confiar nele.

  - Como é?- a Cara de incrédulo do Henry me fez querer rir, esse homem é uma figura.

  - Dei carona pra ela numa noite dessas e acabou rolando um beijo. - suspirei ao lembrar do gosto que os lábios da morena tinham.

  - E a Elsa?- Henry parecia não acreditar, as vezes nem eu acredito no que fiz.

  - Eu amo minha família, mas não sei o que aconteceu comigo...- fui sincero.

  - Acho que deveríamos tratar desse assunto em outro local, se alguém ouve e espalha...- Henry estava certo, tudo que eu não precisava era de burburinho à meu respeito e ainda mais envolvendo a May.

  - Vamos então?- já me coloquei de pé.

  - Vou acertar a conta e pegar meus doces. - caminhei pra fora da cafeteria o mais rápido que pude, sinceramente eu não sabia o que fazer nessa situação.

  - Agora me conta direito essa história do beijo. - Henry quis saber.

  - Eu me encantei por ela, logo quando a vi, foi algo singelo, num momento de fraqueza eu a beijei...e foi tão intenso e tranquilo ao mesmo tempo, um misto de sensações.- estava me abrindo com ele.

  - Você gostou do beijo?- a resposta seria muito pior.

  - Sim, o grande problema dessa história é que eu gostei do beijo. - tento manter minha atenção ao trânsito, pra não fazer nenhuma besteira.

  - E Elsa? As crianças...- a verdade era que eu não sabia o que fazer.

  - Os amo, mas...não posso ser desonesto com eles. - concluo.

  - Pretende contar pra Elsa?- não sei se conseguiria.

  - Não sei o que fazer...- suspiro.

  - Sabe sim, só tem medo de fazer, mas no fundo já tem sua resposta. - as palavras dele faziam muito sentido.

   Ele estava certo, eu já sabia o que fazer, só tenho medo das minhas escolhas.

Secret_May96

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Love in the darkOnde histórias criam vida. Descubra agora