Unendlichkeit [Tokio Hotel]

Capítulo 1

Magdeburg, Alemanha. 1999.

            - Ninaaaa!

         Tom e Bill gritavam na casa de frente para a sua. Sua amiga morava lá e sempre saiam juntos para se divertir desde que se entendem por gente. Cresceram juntos. Suas mães eram amigas inseparáveis, assim como eles.

         O garoto de rastas nos cabelos se irritou ao notar que a menina não saía e nem aparecia na janela do segundo andar onde sabia ser o quarto dela. Gritou mais uma vez e aguardou. Tinham algo para compartilhar com ela e não fariam isso sem ela.

          - Bill vai lá.

         - Eu não, vai você.

    Tom puxou-o pelo braço magro de criança e assim que colocaram os pés na varanda da casa dela, a porta da frente se abriu. Uma mulher loira, olhos de um azul-piscina e com roupas sociais apareceu, sorrindo para eles. Era Eileen, mãe de Irina.

        - Oi meninos... Acho que a Nina não está muito afim de brincar hoje. Não saiu do quarto nem para tomar café da manhã.

      - Oi... Ah não, ela está afim sim, eu sei disso. - Tom disse, convicto.- Posso ir chamar ela?

          Eileen abriu passagem para o menino e aguardou Bill, um pouco mais tímido passar, antes de fechar a porta. Tom era o mais cara de pau dos gêmeos de Simone. Ao menos em relação a Irina.

         Tom subiu os degraus da escada de dois em dois e ao chegar em frente a porta com um grande adesivo escrito “KEEP OUT” deu quatro batidas fortes, chamando-a sem resposta. Mandou sua amiga a merda e girou a maçaneta da porta, que estava destrancada. Entrou e observou Nina deitada em sua cama cheia de lençóis e edredons. Apenas conseguia ver os cabelos loiros da menina esparramados pelo travesseiro branco.

         - IRINA ACORDA, CARA, JÁ É QUASE MEIO-DIA! - Ele berrou dentro do quarto dela.

         Nina nunca levou um susto tão grande em sua vida. Levantou-se de um pulo e com o coração pulando tanto que parecia ser a bateria de Lars Ulrich. Olhava fixa para o menino em sua porta, puxando o ar, como se estivesse tendo uma crise asmática. Ao perceber ser Tom, sentiu vontade de estrangular o moleque. Levantou-se da cama rápido e correu até ele, batendo em sua cabeça e costas com socos.

         - VOCÊ TEM PROBLEMAS TOM KAULITZ? QUER ME MATAR DO CORAÇÃO?! - Gritou com ele, enquanto o mesmo tentava escapar de seus socos.

          - Quero sim. Quero te matar logo, você já viveu demais! Menina chata!

               - Moleque insuportável!

         Tom observou-a melhor, agora que ela estava em pé, enquanto fugia dela. Nina estava apenas de regata preta e calcinha da mesma cor.

               - Você fica uma graça semi nua. - Riu.

        Somente após o comentário malicioso do amigo, ela foi notar sua roupa. Deu um grito agudo e correndo, se trancou em seu closet. Tom ria, fazendo sons agudos também.

        - Você é um safado desnecessário de dez anos, Tom! - Ela disse de dentro do closet.

        Tom se sentou na cama da garota e passou a esperá-la se trocar.

        - Cala a boca, Nina. Você não tem nada ai pra eu olhar. Se troca logo, eu e o Bill temos uma coisa pra você.

          - Tem? O que? - Ela abriu a porta e saiu vestida com um short jeans, uma camiseta preta e tênis.