Matt,matt.

1.2K 139 210
                                    

Light on

Eu sentia meu couro cabeludo doer por meus cabelos  serem puxados pelo meu pai,realmente parecia que a qualquer momento eu ficaria careca.

Ele deve ter bebido mais do que deveria.

Não que isso justificasse ele me maltratar,já que ele sempre fazia isso,bêbado ou não.

Eu só não queria que Ryuzaki tivesse que presenciar isso,por isso não quis que me trouxesse até a porta de casa.

A essas horas,ele já deve estar em casa.

- Então é isso que você faz agora? - Meu pai disse,me empurrando com força para cima da cama.

Me encolhi ali no canto,sentindo meu corpo tremer de medo.

- Eu estou falando com você! - Ele disse,ainda mais alto,enquanto segurava meu rosto com força,me fazendo o olhar.

- Eu só fui ver um filme. - Eu dizia,enquanto sentia meus olhos lacrimejarem.

- Ver um filme,hum? - Ele debochou. - Eu não te criei para virar uma puta e se prostituir,seu imprestável.

-O que  você pensa que eu sou? -Eu perguntei,em um ato de coragem,me levantando da cama.

- Eu não penso nada,você quem está me mostrando o que você é! -O homem,gritava a minha frente.

-Sabe quem você me mostrou ser,desde que mamãe morreu? - Eu perguntei,sentindo inúmeras lágrimas rolarem por meu rosto. - Você me mostrou ser um bêbado,inútil! Um bêbado inútil que não faz nada da vida, não procura um emprego,nem nada! Se não fosse o dinheiro que mamãe me deixou,nós estaríamos na rua. Você é um ninguém!

Após dizer tais palavras,sinto um forte soco no canto de minha  boca,que me fez recuar alguns passos.

-Diga adeus a esse bêbado inútil,então. - Ele disse,vindo para cima de mim,com as mãos em meu pescoço.

Eu tentava me soltar,me debatendo enquanto encarava o homem a minha frente me observar com ódio.

Parei de tentar me soltar,quando senti meu corpo ficar mais fraco.

Ele me mataria,e depois,provavelmente se mataria.

Mesmo sendo uma pessoa tão ruim e amargurada,não conseguiria viver com essa culpa.

-Solta ele agora! - Eu ouvi,antes de perder a consciência por completo.

Eu sentia minha cabeça latejar,ao abrir os olhos e olhar ao redor.

Eu não estava no meu quarto.

Me levanto com dificuldade,sentindo minha garganta queimar.

- Você tem que matar ele! -Franzo o cenho,ao ouvir o que parecia ser a voz de Near,gritando.

-Você não deve se meter no que não é da sua conta,Nate!

Saio do quarto onde eu estava,me deparando com um enorme corredor.

-Se você não tem capacidade de fazer,eu tenho,L! -O de cabelos brancos continuou gritando. - Você não sabe o que está colocando em risco não o matando!

Espera,L?

Quem é L?

E de quem eles estavam falando?

A gritaria toda parecia vir do primeiro andar.

- Eu... Eu não consigo. - Eu ouvi,ao chegar no primeiro andar,eles estavam na sala,onde vimos o filme na noite anterior, Ryuzaki parecia estar quase arrancando seus cabelos.

- Eu faço por você,tudo bem? -Near,disse,com a voz incrívelmente calma. - Chegou a hora de pararmos com essa rivalidade toda,nós somos irmãos.

Ryuzaki levantou o olhar para encarar Near,arregalando seus olhos ao me ver atrás da porta,o que fez Near olhar para trás.

- Você está aí a muito tempo? -O de cabelos brancos foi o primeiro a se pronunciar.

-Estou tempo o bastante. Que jogo vocês estão jogando,afinal? - Eu perguntei,enquanto ria e me aproximava deles.

-É um jogo aí... Mas o Nate já estava de saída,né?

-É,estava. Bom dia,Light-Kun.  - Ele concordou,me dando um beijo na testa,antes de se retirar.

-Bom dia. - Eu sussurrei,vendo Ryuzaki queimar de raiva a minha frente. - Está tudo bem?

- Está. A Misa foi comprar algumas coisas pro café da manhã. - Ele respondeu simples,virando as costas e caminhando até a cozinha,eu apenas o segui.

-Você parece incomodado. - Eu apontei,me sentando em uma cadeira ali. - Ryu... o que houve ontem?

Eu perguntei,me lembrando da noite anterior.

- Seu pai deve estar na delegacia agora.

-Delegacia? -Pergunto,sentindo meu coração apertar.

- Sim. Você viu como ele te tratava? Aquilo não era nem um pouco certo.

-Você não podia ter feito isso. -Sinto meus olhos lacrimejarem. - Ele é o meu pai,Ryuzaki. Desde que mamãe morreu,ele se tornou esse homem,mas ele ainda é meu pai. Ele é a única coisa que me restou.

Finalmente,o de cabelos pretos olhou para mim,se aproximando rapidamente.

- Não,por favor. Eu nem deveria estar aqui.

Disse,enquanto me levantava da cadeira onde eu estava sentado.

-Para onde você vai?

-Para casa. - Eu respondi,simples.

-Você não pode,eles estão investigando. - Ele disse,dando de ombros em seguida. - Vai ter que ficar aqui.

Me encolhi frustrado,eu definitivamente  não queria ser um incômodo na casa dos outros.

- Não precisa. Eu tenho um primo aqui,na cidade. Eu vou pedir para passar uns dias na casa dele. Obrigado,Ryuzaki.

Eu disse,o olhando por alguns segundos,não o dando chance de responder,me virando,saindo dali.

-Droga,Light. -Escutei ele dizer,antes de eu sair.

Vocês conseguem me entender? Eu não quero ser um fardo na casa de ninguém,principalmente do Ryuzaki,que é meu amigo.

Eu prefiro ir para a casa de um parente,sendo assim,meu primo,o único que ainda mora em Kanto.

-Light? -O ruivo perguntou,arqueando as sobrancelhas ao me ver,na sua porta. - Como você cresceu,cara. Eu não te vejo desde-

-Desde a morte de mamãe,Matt. - Eu completei,entrando em sua residência .

Não era uma casa muito grande,tinha apenas um andar,e era bem simples,mas haviam tantas lembranças ali,que a tornava a melhor casa.

-Aqui não mudou nada. -Comentei,antes de dar um passo para dentro da casa. - Puta merda,aqui está pior que um lixão.

E realmente estava,haviam garrafas de bebidas espalhadas por toda a casa,peças de roupas,tanto femininas quanto masculinas,cacos de vidro,e até frascos de drogas variadas.

Faço uma careta,ao sentir o forte cheiro de álcool que havia na casa.

- Você anda fazendo a antiga casa de sua mãe,de motel? -Perguntei perplexo,enquanto o encarava,que havia ficado vermelho,envergonhado.

Matt,matt.

Destino? - Lawlight Onde histórias criam vida. Descubra agora