Capítulo 14

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Pov Sina

Aquela madrugada Heyoon não falou mais nada, parecia realmente revoltada, me deixou em frente a minha casa e nem ao menos um boa noite recebi.

Entrei em casa sorrindo imaginando ela irritada, mas algo em mim dizia que não era muito bom brincar com aquela mulher.

No dia seguinte acordei umas 9 horas, eu tinha ido dormir quase 4 da manhã, meu corpo ainda estava exausto. Assim que cheguei na cozinha percebi uma variedade de sacolas com alimentos, minha mãe e meu pai olhava tudo se reação, assim como eu.

— Fizeram compras? – Perguntei assim que eles notaram minha presença.

— Bem cedo um entregador veio aqui e deixou todas essas coisas.

— Sem motivo algum? – Perguntei, mas minha cabeça gritava "Foi Heyoon Jeong, foi Heyoon Jeong, foi Heyoon Jeong.

— Disseram que você ganhou uma rifa na escola.

Que desculpa esfarrapada Heyoon Jeong.

Pelo total de comida que tinha ali, Heyoon tinha gastado ao menos uns 3 mil reais em compras.

Eu odeio como essa mulher quer ter poder sobre tudo. Ela é rica e ama esbanjar isso.

— Não comprou nenhuma rifa filha? Será que foi enganado? – Disse meu pai aparentemente um pouco triste pela possibilidade.

— Sim pai, eu comprei uma rifa, podem guardar as coisas. Esse sorteio caiu do céu. – Dei um sorriso amarelo.

Meu pai sorriu e me deu um beijo. Ao menos de comida eu deixaria eles bem e não me preocuparia com isso enquanto estiver com ela. Mas quando ela for me pagar, vou fazer questão que ela desconte o dinheiro dessas compras.

Peguei meu celular na cama e me certifiquei que não tinha nenhuma mensagem dela. Abri minha caixa de e-mail e vi um do mesmo endereço que havia me enviado o contrato.

De: Heyoon Jeong
Data: 10 de dezembro de 2020 08:19
Para: Sina Deinert
Assunto: Início

Boa dia senhorita Deinert, espero que tenha dormido bem essa madrugada. Estou ansiosa para te ter em meus domicílios, te darei a manhã e a tarde para se despedir de seus pais e inventar alguma desculpa para passar um mês comigo. Você poderá visitar eles sempre que quiser. Um motorista te buscará as 18:00.

Atenciosamente: H- Jeong.

Nem ao menos mencionou que mandou uma grande variedade de compras para minha casa. Eu também não esperava que ela fizesse isso.

Fiquei jogada na minha cama pensando no que inventaria para meus pais e enfim conclui a desculpa ideal.

Corri para a cozinha novamente fingindo uma felicidade que nem sabia que existia dentro de mim.

— Mãe! Pai! Acabei de receber uma proposta de emprego de uma conhecida.

Minha mãe deu um sorriso tão grande que era capaz de rasgar seu rosto.

— Conta meu amor. Não vai atrapalhar seu curso? – Ela estava dividida entre felicidade e preocupação.

Me sentei na mesa e eles se sentaram comigo.

— Uma mulher que conheci na faculdade, me chamou para trabalhar com ela em sua casa. Irei fazer algumas tabelas, e cálculos com relação a meu curso. Será apenas um mês, mas o dinheiro é irrecusável.

— Meu Deus filha, fico feliz que nem se formou e já está conseguindo se sair bem na profissão. – Meu pai falou e segurou na minha mão orgulhoso.

Eu me senti mal por estar mentindo para eles, mas eu precisava fazer aquilo.

— Quanta notícia boa em um único dia. – Minha mãe sorriu e beijou meu cabelo.

— Quanto vai ganhar por esse trabalho prestado? – Meu pai perguntou interessado.

— Não sei exatamente, mas em torno de 50 mil reais.

Meu pai teve um susto tão grande que seus olhos ficaram de um tamanho exagerado.

— É um valor bem alto... – Disse ele.

— Ela disse que o importante é concluir as tabelas, e irá me pagar muito bem para que eu acelere o processo o mais rápido possível. Por isso terei que morar com ela.

— Tudo bem, é uma proposta realmente irrecusável. – Disse meu pai ainda orgulho. E apertou minha mão descansada sobre a mesa.

— Eu vou sentir muita saudades de você filha. Me promete que não vai largar o curso em segunda opção para focar nesse trabalho?

— Prometo sim mãe, não se preocupe. E eu irei vim em casa sempre que possível.

Minha mãe me abraçou forte, assim como meu pai.

Comi de café da manhã bolo e uma torrada. Fazia tempos que não via a geladeira da minha casa tão abastecida.

Minha mãe tava tão radiante com tudo, que hoje tava fazendo lasanha para o almoço e meu estômago tava pulando de felicidade, mesmo eu por dentro ainda estando irritada com o quanto Heyoon é metida, ela não tinha que se meter nisso e mandar nada aqui para minha casa.

Usei a tarde toda para dormir, eu parecia que tava com ressaca com tanto sono que existia dentro de mim.

Acordei com o despertador do meu celular as 17:00, um motorista me pegaria as 18:00 e nem ao menos minha mala eu fiz.

Minha mãe percebeu que eu estava acordada e veio para meu quarto me ajudar a arrumar a mala. Coloquei algumas roupas para faculdade, calça moletom, camisetas e meus únicos dois tênis. Tentei colocar as coisas mais novas que eu tinha, o que não era tantas. Coloquei roupa íntima, boné, perfumes, meus produtos de cabelo, escova. Deus era muita coisa para colocar, eu nem sei por que estou colocando tanta coisa, tenho certeza absoluta, mesmo conhecendo Heyoon tão pouco tempo, eu sei que no quarto que irei ficar vai ter tudo que eu preciso.

Para ir a casa dela, vesti uma calça jeans preta, uma camisa branca sem detalhes, coloquei uma jaqueta jeans por cima, um boné e um tênis da vans.

Ia me esquecendo do meu notebook, coloquei na minha mala de última hora, se eu esquecesse ele tava fodida, ainda tenho que terminar meu projeto de TCC.

Encostei minha mala próximo a porta, olhei a hora, era 18:00 em ponto. Ouvi uma buzina do lado de fora. Vi um lágrima escorrer do olho da minha mãe e fui até ela dar um abraço rápido.

— Não fica assim mãe. Eu vou vim quase todo dia te ver.

Depois de um longo abraço nela, abracei também meu pai.

Assim que abri a porta vi Savannah descer do carro e vim a meu encontro. Ela pegou minha mala e colocou no banco de trás. Olhei uma última vez para meus pais antes de entrar no carro.

Só Deus sabe o que esse mês preparou para mim.

(.) (.)

Esse mês preparou Heyoon Jeong pra você Sina Deinert.

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