Capítulo 31

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Pov Sina

Acordei assustada com meu celular tocando, cocei meu olhos e peguei o aparelho, era Savannah, meu coração automaticamente disparou, era pouco mais de 04:00 da manhã.

Que Heyoon esteja bem

Que Heyoon esteja bem

Que Heyoon esteja bem

— Oi Sav...

— Sina por favor me ajuda! – Meu coração quase fugiu da caixa torácica — Você sabe onde Heyoon guarda a chave reserva desse maldito quarto? Ela foi para uma balada ontem com Sabina, quando chegou estava levemente alcoolizada, e se trancou no quarto.

Eu tava toda me tremendo.

— Está comigo Savannah, eu chego aí em 10 minutos.

Desliguei a ligação, e me levantei, abri minha minha gaveta e peguei a chave no saquinho que eu tinha guardado.

Peguei uma calça moletom e vesti, meus pais com certeza devem estar dormindo a essa hora.

Corri até a porta do quarto deles e bati, bati, bati, bati, até que meu pai abriu.

— Sina o que foi? – Meu pai parecia assustado. Eu nunca acordo eles de madrugada.

— Pai posso pegar seu carro emprestado?

— Filha a essa hora, onde você vai?

— Eu preciso ir até a casa de Heyoon pai. Eu te amo, não se preocupe.

Eu nem esperei ele responder, só ouvi um "tenha cuidado" quando eu já tinha dado as costas.

Peguei a chave no chaveiro e sai de casa, entrei no carro e pisei no acelerador.

Eu não sei dirigir tão bem, mas essa hora as ruas são calmas, acho que não dá pra matar ninguém. Ou me matar.

Em poucos minutos eu cheguei em frente a casa dela, o segurança rapidamente me conheceu e abriu o portão para que eu entrasse.

Encostei o carro de qualquer forma e entrei correndo dentro de casa. Subi as escadas no mesmo pico, no fim do corredor encontrei Savannah na porta do quarto com Lamar e outro rapaz.

— Sina graças a Deus!

— Eu entro, eu quero conversar com ela sozinha, por favor Sav, se precisar eu te chamo.

Ela me olhou, mas balançou a cabeça em afirmação.

Eu coloquei a chave na fechadura e abri, a luz do quarto tava vermelha, eu mudei para a luz normal, fechei a porta novamente e olhei para ela.

Heyoon tava na defensiva, toda encolhida no chão.

— Yonn?

Ela não se virou para mim, tive medo de ter acontecido o pior, mas logo ouvi seu soluço quebrar meu coração.

Eu caminhei até ela, me ajoelhei e toquei em seu ombro, ela continuava estática no chão.

— Eu tô aqui com você, por favor fale comigo.

Eu fiz carinho no seu ombro.

— Sina vai embora!

Eu respirei fundo, lhe peguei em meus braços e levei para a cama, ela não tinha forças pra lutar contra mim, eu nunca a tinha visto tão frágil.

Me deitei na cama com Heyoon, a rapidamente se aconchegou em meus bracos e eu fazendo carinho no seu cabelo.

— Sina?

— Oi...

— Transe comigo por favor, me bata, eu preciso sentir algo.

Dessa vez meus olhos encheram de lágrimas. Eu jamais seria capaz de fazer algo do tipo diante das circunstâncias que estávamos.

— Não Heyoon... Não pense que estou te negando, eu não posso fazer isso, não agora, não com você assim.

Ela secou os próprios olhos.

— Por favor... Eu preciso sentir algo, você faz eu sentir algo bom Sina.

Eu deixei um beijo em seu cabelo e fiquei fazendo cafuné. 

— Sinta o amor que tenho por você Heyoon, eu te amo.

Ela se afastou dos meus braços rapidamente, levantou da cama e saiu andando pelo quarto.

— Não, você não me ama! – Ela aumentou o tom de voz.

— Sim, eu te amo!

Ela colocou as duas mãos nos ouvidos, e repetia constantemente. "Não, não, você não me ama, você não me ama"

Eu me levantei da cama e fui até ela, tirei as duas mãos de seus ouvidos e puxei para meus braços, ela cravou as unhas nas minhas costas com uma força desnecessária.

— Deixe eu cuidar de você Heyoon. Você é mais forte que todo o medo que existe dentro de você.

— Não Sina, você não pode me amar, eu sou toda cheia de problemas, você é linda, inteligente, você merece alguém melhor que eu.

— Está falando isso porque quer que eu vá embora. Eu não vou Heyoon, eu quero ficar com você, quero ficar pra você.

— Eu não posso me relacionar, eu não suportaria perder mais alguém.

Eu segurei o rosto dela fazendo ela olhar para mim.

— Vai me perder se me mandar ir embora. Está sofrendo por antecipação, lembre de tudo que vivemos Heyoon, todas as lembranças. Esses foram os melhores dias da minha vida, não deixe isso para trás por medo de amar. Eu sinto muito por seus pais, mas infelizmente é a vida, e temos que aceitar, me deixa curar todas as suas inseguranças, todos seus medos, todas as suas cicatrizes. Me deixe estar aqui por você e te fazer feliz enquanto Deus permitir.

Vi duas lágrimas solitárias fugir de seus olhos. Eu beijei cada olho dela, e em seguida sua boca com selinhos demorados seguidas vezes.

Heyoon parece ter acordado de um transe, ela me olhou estática, piscava os olhos freneticamente. 

— Sina... Eu... Eu... – Ela tentava falar algo, mas parece não encontrar as palavras certas. Então apenas se agarrou a mim novamente.

— Vem, vamos sair daqui meu amor.

Tirei Heyoon daquele quarto ainda agarrada a ela. Savannah ainda estava do lado de fora com Lamar, eles relaxam quando viram ela em meus braços.

Eu não falei nada, Heyoon não falou nada, eles não falaram nada.

Eu levei ela direto para o quarto, e se deitamos, como sempre, ela por cima do meu braço, uma perna sobre minha coxa, e o cheiro de seus cabelos invadindo meu olfato.

Eu não sei como será o dia de amanhã, mas quero viver cada dia como se fosse o último ao lado dela, apresentar a Heyoon um novo mundo, e a cobrir de amor todos os dias.

(.) (.)

:)

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