Família

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I

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I

Harry observou a cena sem conseguir conter o sorriso, assim como Draco não conseguia se conter. E ele tinha prometido tanto aos meninos...

Prometera a ambos que não os faria passar vergonha na estação, afinal iam pra Hogwarts. Tinham uma reputação a criar.

Harry sabia que o marido não agüentaria. Fosse ajeitar o cabelo dos meninos, endireitar as gravatas ou, mais embaraçoso ainda, espanar a poeira imaginaria das capas tão limpas quanto possível.

Nunca, nem em seus sonhos mais otimistas, imaginaria que Draco Malfoy seria tão bem acolhido por seus filhos, os gêmeos que Cho gerara pouco antes de morrer na guerra.

A relação dele com a chinesa estava abalada há muito tempo, chegando ela a se referir os próprios filhos como "um terrível erro de cálculo". Harry podia ser taxado de utópico, mas acreditava que Draco o estava ajudando muito mais na educação e cuidado dos garotos do que se Cho estivesse viva. Uma pena ter tão ruim recordação da mulher que acreditara amar.

Mas a vida continuava. Ali estava tudo o que importava: os dois garotos prestes a embarcar para o colégio de magia e seu marido, Draco Malfoy, tentando discretamente secar uma lágrima que teimava em escapar enquanto se despedia.

Os três tesouros mais preciosos de Harry Potter.

Sua família.

II

A medida que os anos avançavam momentos como aquele eram mais e mais preciosos. Momentos em que chegavam ao lar depois de um dia exaustivo de trabalho, podiam se aconchegar junto ao fogo da lareira ao fim do jantar e apreciar a companhia um do outro, juntamente com um bom copo de cerveja amanteigada. Ou hidromel.

Claro que nem sempre era assim. Draco tinha gênio forte demais para se render a rotina. E Harry apreciava um bom desafio. Não suportava o tédio, a mesmice.

Porém foi numa noite de paz invejável que a coruja irrompeu pela sala, indo suavemente até Malfoy, a quem entregou um pergaminho.

Era dos garotos. Harry reconheceu a letra logo de cara, acostumado ao fato deles preferirem escrever a Draco, que fazia uma festa a qualquer besteira infantil. O que lhe sempre lhe trazia a mente a comemoração que fora logo após a seleção, com um dos garotos indo para Slytherin e o outro para Ravenclaw. Nada de Gryffindor, como Draco fazia questão de sempre lembrá-lo.

"Ora...", o loiro começou em tom de voz malicioso. "Parece que os dois já têm par para o baile..."

Harry voltou a atenção para a correspondência. Quem diria... os dois garotos já tinham idade para ir ao baile do colégio. Não pôde conter o sorriso. E a leve sensação de que estava ficando velho...

III

"Draco," o moreno resmungou "se você mexer na minha gravata outra vez eu juro que tiro e jogo no lixo."

"Hunf. Faça isso e vai ficar sozinho pra festa."

Harry riu sabendo que a ameaça era vã. Ainda mais que os garotos de Ginny também estavam se formando, traduzindo, ela estaria no baile. E Malfoy morria de ciúmes da caçula Weasley. Era mais fácil cair um aeroplano Muggle em Hogwarts do que Draco abandoná-lo numa festa com Ginny...

Não acreditava que aquele dia chegara tão rápido! Os garotos estavam se formando em Hogwarts. E um deles com louvor, como Draco gostava de deixar claro sempre que possível.

É, Harry não tinha muito do que reclamar. Na verdade não tinha nada do que reclamar. Se soubesse, no passado, como seria feliz...

Sentiu Draco mexer na sua gravata novamente, inconformado em como o moreno conseguia parecer desarrumado com as roupas caríssimas que comprara pra ele. Sorrindo, moveu a mão e beliscou a bochecha pálida com carinho, arrancando uma fraca reclamação em resposta.

"Vamos, Draco. Os meninos estão impacientes esperando por nós.".

Venciam mais um ciclo juntos. E a felicidade de colher aqueles abençoados frutos era a certeza de estar no caminho certo. Juntos. Unidos. Apesar dos altos e baixos, das brigas e desavenças. Reconciliações e pedidos de perdão.

Como amantes. Como pais.

Como uma família.

drabble colection (Drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora