Das iniciações.
A partir do ponto em que a bruxaria fora se tornando uma organização do submundo. Cada vez mais a admissão do jovem neófito era realizada por meio de uma iniciação. Este rito exigia que o membro recém-admitido fizesse um juramento solene de lealdade. Quando a bruxaria era punida com torturas e com mortes, um juramento deste nível era assunto sério.
As iniciações nos círculos de bruxas atualmente são realizadas de várias formas, como provavelmente eram no passado. Porém, a antiga idéia de que a iniciação tenha que passar de alguém do sexo masculino para o feminino, e de alguém do sexo feminino para o masculino ainda persiste. Um bruxo deve ser iniciado por uma mulher, e uma bruxa por um homem. Essa crença pode ser também encontrada em outras formas, no folclore tradicional.
Existe também uma antiga e forte crença, tanto na Grã-Bretanha como na Itália, de que as bruxas não podem morrer até terem passado seu poder para outra pessoa. Essa crença em si mostra que a bruxaria há séculos é uma organização iniciatória, na qual a tradição deve ser transferida de uma pessoa para outra.
De maneira geral, para sua própria proteção, os covens criaram uma regra de não aceitarem ninguém como membro que não tenha no mínimo 21 anos de idade. Os filhos de bruxas são apresentados como bebes para os Antigos Deuses, mas não são admitidos como membros até que atinjam sua maioridade.
Essa regra tornou-se geral nos tempos das perseguições. Um segredo do qual a vida das pessoas dependia era peso demais para os ombros de uma criança. Fica evidente, a partir das histórias de perseguições das bruxas, que os caçadores de bruxas perceberam como a bruxaria era passada nas famílias. Qualquer sangue relativo de uma bruxa condenada era considerado suspeito,
O monge caçador de bruxas, Francesco-maria Guazzo, em seu Compendium Maleficarum, conta-nos que “trata-se de uma indicação segura e certa apontada contra pessoas acusadas de bruxaria, que seus parentes possam ser considerados culpados também desse crime”. Quando o infame Matthews Hopkins iniciou sua carreira como general caçador de bruxas, a primeira vitima que ele perseguiu foi uma senhora cuja mãe tinha sido enforcada como bruxa.
Há uma série de relatos fragmentários de iniciações de bruxas dos tempos antigos, e deles uma figura pode ser elaborada. A aceitação total da religião das bruxas, e o juramento de lealdade, eram as principais características.Havia também a cerimônia em que um novo nome era dado, ou um apelido, pelo qual o noviço era a partir de então conhecido no circulo do coven. Essas coisas eram seladas em atos cerimoniais, o neófito recebia algumas instruções e, se a iniciação acontecesse em um sabá, como era de costume, eles tinham permissão de participarem da festa e das danças que aconteciam em seqüência.
Em alguns casos. Nos dias das terríveis perseguições, também exigia se que o candidato fizesse a renuncia formal da fé e da religião cristã e, para fortificar essa ação por meio de um ato ritual, pediam que a pessoa, por exemplo, saltasse sobre a cruz. Isso era feito para se provar que o postulante não era um espião hipócrita, porque uma pessoa assim não ousava cometer um ato que ele ou ela acreditava tratar-se de um pecado mortal. Assim que era cumprido o ato, ele tinha sob a óptica da igreja condenado sua própria vida, estava se entregando ao fogo do inferno; portanto, isso funcionava como um verdadeiro teste de fidelidade.
Um dos rituais registrados como parte de uma iniciação de bruxas é aquele descrito por Sir Georg Mackenzie quando, em 1699, escreveu sobre a bruxaria na Escócia em seu livro Laws and customs os Scotland: “A solenidade confessada por nossas bruxas acontece quando colocam uma mão na coroa da cabeça, e a outra na sola do pé, renunciando assim seu batismo.”
Sua iniciação esta acontecendo ao ar livre, em algum lugar solitário entre duas arvores grandes. Com elas estão outras três mulheres, uma das quais parece estar apresentando-as para o demônio com chifres e com asas. Na pratica, porém o demônio era um homem vestido de preto, que era às vezes chamado de homem de preto, por esta razão. A “grande exibição” da mascara com chifres e demais itens era somente usada em ocasiões especiais. Uma variante deste ritual acontecia quando o homem de preto tocava a cabeça da nova bruxa e ordenava que ela se entregasse completamente a ele.
Informações sobre a iniciação de homens na bruxaria aconteciam com menor freqüência que as mulheres. Porém tem-se um relado de William Barton em Edimburgo por volta de 1655: “Um dia, indo de minha casa em Kirkliston, até Queens Ferry, eu alcancei em Dameny Muire uma jovem senhora, que tinha aparência bela e atraente. Aproximei-me, mas ela não quis minha companhia. Finalmente depois de muito galanteio ela pareceu estar mais acostumada á minha presença, e com o tempo ela me confessou que sofreria se aceitasse meus agrados, e que fazer aquilo sobre os ouvidos cristãos não seria aceito pela igreja, mas que estar comigo seria de seu agrado. Depois disso partimos com muita alegria. Na noite seguinte, ela apareceu diante dele naquele mesmo lugar, e diante daquele que não pode ter seu nome revelado, ele pode perceber que era o demônio. Ali ele renunciou ao seu batismo, e se entregou a seus serviços, e ela passou a chamá-lo de seu amado, e deu a ele o novo nome de João Batista, e assim recebeu a marca”.
A marca do demônio era muito procurada pelos caçadores de bruxas profissionais; segundo eles estas eram inapagáveis e eram dadas pelo próprio demônio durante a iniciação. (coisa que é um absurdo completo, porque diabos o demônio iria deixar uma marca de fácil reconhecimento para que seus seguidores fossem pegos?)
Nas cerimônias de bruxaria hoje em dia, o novo iniciado é marcado com óleo, vinho ou algum pigmento como, por exemplo, o carvão. Entretanto, existe a possibilidade de serem feitas cicatrizes e tatuagens, tudo vai depender da vertente e da tradição que se segue.E por fim o conselho que deixo é; nunca seja impulsivo, estude e avalie bem antes de se iniciar em uma vertente, encontre a si mesmo antes de tentar se encontrar em coisas exteriores.
Fonte: Enciclopédia da bruxaria.
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