Calangada

437 23 2
                                    

                               35

- Vou guardar de lembranças.

- Então, guarda minha lingerie vermelha, paguei caro nela, não quero nenhuma vagabunda usando! - Ela diz e entra no carro.

- Como assim você trouxe para minha casa uma lingerie bem sensual da cor vermelha e não usou? - Digo enquanto ligo o carro.

- Nem lembrei, não tive tempo pra procurar na minha bolsa e usar.

- Qual é, eu adoro lingerie vermelha! - Digo triste para ela.

~ Meu Deus o que ela tem na cabeça dela? Uma lingerie vermelha no corpo dela ia ficar tão quente~. Penso.

- Agora você tem uma lingerie vermelha é só usar. - Ela diz com deboche.

- Eu comprei uma camisinha que brilha no escuro, mas você vai embora amanhã e não quer ter mais nada comigo. - Digo e ela revira os olhos.

- Pare o carro! - Ela grita e eu olho assustado para ela.

- Tenho que comprar a pílula do dia seguinte, vamos na farmácia onde Fran trabalha.

- Não, nele não. - Balanço a cabeça.

~ Aquele carinha de anjo vai jogar na minha cara, que eu me empolguei e acabei gozando~.

- Gerson! Para de implicância.

- Ta bom. Vamos lá.

~ Vamos não~.

Ela encosta a cabeça no vidro, vejo que estou chegando perto da farmácia do "Fran" e acelero.

- Gerson! Para esse carro! Qual é o seu problema?! - Ela grita.

- Desculpa Pretinha, eu esqueci. - Minto.

- Então volta. - Ela diz.

- Não, tem outra farmácia aqui perto. - Ela bufa irritada e quando paro na farmácia, ela pula e entra rápido, vou atrás dela.

- Boa tarde, vocês tem pílula do dia seguinte? - Ela pergunta para uma jovem.

- Temos sim, aqui está. - Ela abaixa e pega uma caixinha e levanta mostrando o decote enorme e entrega o remédio a minha Pretinha.

- Vai tomar remédio para não engravidar desse bonitão aí? Que desperdicío. - Ela olha para mim de cima a baixo e morde os lábios.

- Eu realmente acho a mesma coisa, por que imagine um filho meu? Ia ser bonito igual o pai. - Digo e recebo um pisão no pé.

- Não pretendo ter filhos, não é hora. - Minha Pretinha diz.

- Quanto custa?

- 20 reais.

- Paga Gerson, é mais justo porque foi você que fez merda hoje. - Ela sussurra no meu ouvido.

- Como se você não estivesse gostado né baby? - Digo no ouvido dela e ela dá um soco de leve no meu braço.

- Aqui moça. - Ela me entrega o troco com o número dela.

- Manda mensagem. - Aceno com a cabeça e vou para fora, pego o papel que ela me entregou e jogo na lixeira.

- Eu só tenho olhos para minha Pretinha e mais ninguém. - Digo para mim mesmo.

- Vem Gerson, minhas malas não vão se arrumar sozinhas.

- Tô indo! - Grito.

- Puta que pariu mulher! Para que tanta pressa?

- Quero me livrar daqui o quanto antes. - Ela diz.

~ Porr@ mulher, eu só não vou te impedir, porque seus planos vinheram primeiro que eu~.

- Pronto, entregue e ainda por cima na porta de casa! - Digo.

- Eu ia trazer essas caixas sozinha.

- De nada.

- Obrigada Gerson, vou sentir sua falta. - Diz ela e me abraça depositando um beijo no meu rosto.

- Se vai sentir minha falta, por que não fica aqui comigo?

- Por que as coisas nem sempre são como queremos. Tchau Gerson.

- Tchau Pretinha. - Tento sair mas meu corpo é atraído para trás, para ela, me viro e vou em direção a ela, envolvo ela em meus braços e a beijo lentamente, um beijo envolvente e amoroso, ela coloca a mão no meu rosto e sinto o seu coração batendo forte assim como o meu, uns dos beijos mais longos e delicados que já dei na minha vida, nos separamos por falta de ar e ela respira fundo ficando atordoada, me afasto dela e vou embora.

- É Pretinha, nossa história ainda não acabou, a nossa parte dos juntos para sempre, vai chegar....

                       EDY P.O.V

Depois do beijo que ele me deu, eu fiquei toda atordoada e entrei em casa.

- Chegou. - Bruna diz.

- Estávamos falando de você agora. - Regy diz.

- Sobre? - Pergunto.

- Achávamos que você havia desistido e ficaria com Gerson. - Reviro os olhos.

- Parece que vocês nem me conhece direito, aquilo só passou de uma diversão.

- Sei. - Ela diz desconfiada e dou de ombros, vou na geladeira e tomo o comprimido com água.

- Ta passando mal? - Bruna pergunta. Dou um sorriso malicioso.

- Não, só evitando uma possível gravidez, porque Gerson não usou camisinha e acabou gozando.

- Meu pai, sem camisinha? Você tá louca?

- Fizemos três vezes sem, mas aí eu dei a notícia que eu iria embora e ele acabou né...

- Reza então filha, esses remédios não são 100% eficazes. - Regy diz.

- Nem pense nisso, querida.

- Só não vou te julgar porque fiz com o meu bof duas vezes e foi bom demais, mas não deixei ele gozar dentro de mim, claro.

- Relaxa meninas, já arrumaram suas coisas?

- Um pouco, vamos levar exatamente quase nada. - Bruna dá de ombros.

- Verdade, vou arrumar algumas coisas e entregar alguns para doar. - Digo indo para o meu quarto.

- Como que vai ficar os meus livros? Não posso levar eles juntos, mas também não posso deixar eles com qualquer um. - Digo para mim mesma.

- Mas você vai ter uma biblioteca inteira na Espanha para ler.

- Vou levar alguns. - Digo e coloco uns cinco na mala, pego algumas roupas e cremes, documentos e claro o maço de dinheiro que recebi do meu trabalho e, mais aqueles que eu deixava guardado, guardo minha torre de Paris, porque ela é muito importante para mim.

Vou na rua e entrego meus livros na biblioteca e alguns objetos para pessoas necessitadas, fico horas e horas do lado de fora apreciando as paisagens e quando vejo que está tarde eu volto para casa.

- A janta você prepara. - Regy diz pulando para o sofá.

- Argh! Tudo eu! - Desabafo.

- Não vem com essa, ficou três dias fora... - Ela continua.

- Falando nisso, como foi passar três dias com um jogador do Flamengo? - Bruna pergunta.

- Com os jogadores do Flamengo você quis dizer.... Ah, eu não aguento mais vocês perguntando sobre minha vida.

- Ah por favor, conta para nós. - Ela faz uma carinha triste.

- Tudo bem calangada.

- Calangada? - Regy pergunta.

- Quer dizer grupos de calangas. - Dou uma gargalhada.

Gerson- A Aposta Onde histórias criam vida. Descubra agora