Capítulo 6

45.7K 5.1K 5.4K
                                    

- Estou preparado. - Thimoty diz depois de lavar suas mãos.

Já ajustei a tábua de carne e uma bacia para colocar a carne picada. Abro o armário pego outra bacia e vou para perto de Thimoty, pego a alface e explico o que ele precisa fazer.

- É bem simples, pegue uma folha por vez e coloque embaixo d'água corrente, passe os dedos na folha e verifique se há alguma sujeita, em seguida coloque as folhas na bacia. Vou encher a bacia com água e colocar o produto para higienizar, então deixamos as folhas de molho por uns minutos e depois é só escorrer e montar a salada. - Explico e encho a bacia d'água.

Pego o produto no armário e pingo umas gotas na água, então vou cortar a carne.

Thimoty começa a lavar umas folhas de alface e vou cortando a carne.

- Eu gosto de filmes, e o Senhor? - Pergunto puxando assunto.

- Eu aprecio o cinema, mas gosto mais de ler livros. - Ele diz e não me surpreendo.

- Eu leio livros online, mas não leio tanto quanto eu deveria, eu gosto de ver TV e vídeos na internet, assisto series também, acho que sou um pouco preguiçosa nesse sentido, mas gosto de ficar quietinha vendo TV, e comendo alguma besteira. - Digo pensando na minha vida.

- Os livros sempre foram meus melhores amigos, meu papai era meu melhor amigo, mas ele foi para o céu e só os livros me restaram, eu sou um homem muito sozinho. - Ele diz e entendo seu lado, eu tenho o Diego de amigo e sempre nos falamos, mas as vezes da solidão.

- O Senhor deveria arrumar uma namorada. - Digo para ver o que ele fala.

- Quero uma esposa. - Ele diz e o olho de rabo de olho.

- Mas pra casar precisa conhecer primeiro, aí tem o tempo de namoro e se tudo der certo vem o casamento. - Ninguém se conhece e já se casa.

- Eu não gosto de fornicação. - Ele diz e abro um sorriso.

- Dentro de um namoro, conversar, trocas de carinho e ter intimidade é algo natural. Não há fornicação nem nada de errado nisso. Casar-se sem conhecer a pessoa é ruim, pode dar muitos problemas e ambos os lados viveriam uma vida infeliz. - Será que ele não pensou nisso?

- As Senhoritas que conheci até hoje só me desprezaram e fugiram de mim, algumas me chamaram de louco sem nem me conhecer. Já outras eram fáceis demais, eu não gosto de tanta facilitação. - Ele diz e não me surpreendo.

- Se o Senhor não ficasse berrando na frente dessas moças, talvez elas não achariam que o Senhor é um doido. - Falo de uma vez.

- Eu sou assim, se quiser casar comigo vai ter que aceitar o meu jeito. - Ele diz e nego com a cabeça.

- Aham, vai achando que a vida é assim. Se você fosse meu namorado eu ia te dar um beliscão a cada grito seu, aí queria ver, se você ia continuar com essa mania de ficar fazendo teatro para assustar as pessoas! Respeito se adquiri tratando as pessoas com igualdade e educação. Medo não é respeito. - Falo olhando para Thimoty que me olha pensativo.

- Você é muito espertinha, não é, Srta. Luíza? - Ele diz e assinto.

- Sim, e tenho orgulho disso. Vovó sempre disse que não devemos deixar homem nenhum montar na gente, se não eles se acham nossos donos e quando vemos estamos em uma prisão. - Vovó era muito sabia.

- Então a sua intenção é me agredir? - Ele pergunta e estamos um olhando para o outro.

- Não. Se supostamente fossemos namorados eu ia te beliscar, e isso nem é tanta agressão. Sem falar que se você tomasse uns beliscões ia parar com a gritaria. O seu pai aprovava a sua gritaria? - Se aprovava era sem noção.

ThimotyOnde histórias criam vida. Descubra agora