O aeroporto estava cheio, mas não me surpreende. Faltava dois dias para a manhã de natal e todos estão indo passar o dia com sua família. Assim como eu.
De certa forma, também tenho minha família presente nessa cidade. Aqueles garotos compõem uma família e não evito esboçar um sorriso sabendo que faço parte.
Eles fazem muito bem estando perto ou longe e eu tenho sorte de os ter. Pelo menos quatro deles.
Não sei se Christopher vai me desculpar por fugir dele dessa forma. E eu não o culpo se isso acontecer, não seria a primeira vez que faço isso.
Sentei em um dos bancos desconfortáveis e vazios do salão do aeroporto com minha mala ao meu lado. Não a despachei ainda já que meu vôo será daqui a pouco mais de quatro horas.
Infelizmente, todos estão na sua capacidade máxima e o único com um último assento disponível sairá quase no fim da tarde.
Sendo sincera comigo, não sei se eu quero ir embora. Essa cidade pode me trazer algumas memórias ruins do último ano. Mas, agora foi completamente diferente. Eu não teria lembranças dolorosas ou coisa do tipo.
Suspirei encarando a pequena caixa embrulhada por Chris e com um laço desproporcional, porém fofo em minhas mãos.
Tudo na minha vida parecia estar dando certo. Eu já estava começando a conseguir me desfazer, aos poucos, de tudo que sentia por Christopher e seguir em frente.
Eu conseguia me ver feliz, ou pensar que em alguns momentos eu estava. Meu trabalho estável, com uma relação melhor com minha família pequena, meus amigos que sempre estiveram ao meu lado. Eu sentia certa felicidade com o equilíbrio que minha vida estava mantendo.
Mas, não é possível controlar o coração. Não dá para o obrigar a sentir algo diferente do que ele sente.
E tudo mudou no momento em que Christopher entrou no mesmo quarto de hotel que o meu. A minha defesa foi ficar irritada, sair do lugar poucos segundos depois que ele surgiu na minha frente.
A partir daquele dia já não sabia o que se passava no meu coração. Cada pequeno detalhe da sua presença me deixava desestabilizada.
Depois, ele me beija. Sua boca mantinha o mesmo gosto tão conhecido por mim. Ele é o único capaz de me fazer sentir isso.
É difícil me concentrar quando o vejo andando ao meu redor. Ele faz parecer que o mundo gira mais rápido me deixando tonta.
Sempre tentei esconder meus sentimentos. Mas, Christopher Vélez conseguia destruir cada uma das minhas barreiras sem precisar se esforçar.
É difícil pensar o certo quando estou perto dele. Ser racional se torna um pouco confuso e então eu corro para longe. Eu odeio essa sensação, odeio complicar coisas que poderiam ser simples.
Quando ele me disse o que sentia, acredito ter me mantido sem reação definida com as informações e em seguida nós começamos a agir como um casal. Como nós fazíamos. Talvez, até mais entregues um ao outro.
Tentar ir com calma não é algo que se encontra nas nossas vidas agitadas.
Mas o que isso significaria afinal? Já havia decidido confiar nele uma vez e não me causou apenas boas recordações, infelizmente. Não sei até que ponto poderia confiar em suas palavras. Ou até que ponto elas seriam verdadeiras.
Volto a respirar fundo olhando ao redor do lugar em que eu estava. A decoração simples pelas paredes, crianças gritando ou correndo enquanto os pais tentavam as manter quietas, algumas duzias de casais sorrindo um para o outro animados entregando suas passagens e malas. A música natalina em um volume agradável que tocava soando por todo o lugar. O aroma de café vindo da direção da área de alimentação se espalhava por toda parte. Por mais que eu não goste de tal bebida, é um aroma bom. Eu conseguia sentir o natal.
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Last Christmas
Fanfiction[CONCLUÍDO] Nova Iorque pode ficar ainda mais cheia e agitada quando as festas de fim de ano se aproximam, uma tempestade imprevista pode cruzar novamente o caminho de Christopher Vélez, membro da boyband latina CNCO, e Charlotte Grace. As lembrança...