7° Capítulo

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Alana passou a noite a apanhar umas folhas, uns ramos, qualquer coisa com um cheiro forte e ia jurar que maior parte era jasmim o que a deixava surpreendida pois jasmim é comum no interior de casas e não no meio de um bosque. Muitas vieram com raiz então ela pensou em planta-las na caverna para que crescessem lá e assim mantivesse sempre o cheiro das suas folhagens.

Aquela seria a sua primeira noite fora de casa e ela nem podia imaginar como a sua mãe se sentiria naquele momento.

Na aldeia Esmeralda procurava a sua menina por todo o lado, com ajuda de Diane, Eliot e Richard, mas nem sinais dela.

-O que vem a ser tudo isto? - Blenda pergunta ao chegar perto deles.

-A minha filha desapareceu. - Esmeralda diz já lavada em lágrimas.

-Por acaso a mãe nem teve nada haver com isto? - Eliot diz chateado.

-Como és capaz de pensar que eu iria fazer algo a Alana. - a feiticeira faz-se de ofendida.

-Nao leve tão a peito Blenda, ele só está preocupado com a amiga. - desta vez é Diane que fala levando a criança para perto de si.

-Na verdade eu não me admiro que fizesses algo. - Esmeralda diz se recompondo.

-Por quem me tomas?

-Não te faças de ofendida. Tu sabes bem do que falo.

-Bem, se achas que eu fiz algo procura onde achas que eu faria algo. - ela fala e então começa a andar na direção contrária a deles indo até sua casa.

-Claro, ela pode a ter presa nas masmorras de casa. - Richard fala.

As mulheres ali presentes estavam surpresas com o facto da casa de Richard ter masmorras. Nunca na vida pensariam que alguma casa daquela aldeia tivesse um lugar tão sombrio assim.

-Muito bem. As masmorras iremos ver então. - Esmeralda tomou coragem sem saber de onde.

Por conta das horas decidiram ir para casa de Esmeralda, lá eles iriam formar um plano para salvar Alana mesmo sem ter certeza que a menina lá estivesse.

-Richard e Eliot entram em casa como se nada fosse. Como se estivesse tudo bem. - Esmeralda começa.

-Assim que Blenda for para a cama vocês fazem um sinal e nós entramos por uma porta que vocês deixaram aberta nas traseiras.

-Mas que sinal vamos fazer? - Richard fala confuso.

-Eu sei um. Aprendi com a Diane. Pegamos num espelho e com a luz que reflete nele apontamos para elas, elas vão ver a luz e vem até nós. - Eliot diz claramente animado.

-Muito bem. - Diane está orgulhosa por ver que afinal Eliot aprende algo mesmo distraído nas aulas.

-Então que seja o reflexo do espelho. - Esmeralda fala firme.

-Mas e lá dentro? Se Blenda vos apanha até vocês vão para as masmorras. - Richard estava preocupado.

-Talvez eu e Eliot, que já somos da casa, deviamos de fazer isso sozinhos.

-Nem penses. É minha filha e eu é que a vou buscar. - Esmeralda estava determinada a ir buscar a sua menina, custasse o que custasse.

Richard baixou a cabeça, ele sabia que nada ia fazer a Esmeralda mudar de ideias, mesmo que inúmerasse todos os perigos a que ela estaria sujeita a correr.

Depois do plano estar completo, Richard e Eliot fizeram o que estava combinado, irem para casa como se nada fosse.

-Tão cedo por cá. Pensei que iam ficar a noite toda a procura da miúda. - Blenda fala sentada a mesa.

-Combinamos para amanha, será mais fácil procurar de dia do que de noite. - Richard fala senta do-se ao lado da sua esposa.

A feiticeira assentiu mesmo não acreditando nas palavras que saíram pela boca do seu marido.

-Vamos esquecer isso, logo aquela moça aparece. Vamos antes falar da caça. - nesta hora o jovem rapaz sentado à direita da feiticeira formou um sorriso no rosto.

-Vais finalmente me deixar caçar com o pai? - ele pergunta.

-É claro, não és mais um menino. Já fizeste 16 anos, estás quase um homem.

Richard não estava a espera daquela repentina mudança de planos da sua esposa, mas mesmo assim não contrariou.

-Prepara-te filho. Amanhã será a tua primeira caçada.

O rapaz assentiu continuando a comer.

Naquela noite ele tinha dois motivos para se manter acordado com os pensamentos, a caçada e a sua melhor amiga Alana.

Algumas horas se passaram e eles estavam a ver que a feiticeira nunca mais se ia deitar, já fartos de esperar sentados num sofá viram a dona da casa se levantar.

-Vou me deitar. Não fiquem aí até tarde. Tem muito que fazer amanhã. - ela diz beijando o topo da cabeça a seu filho e depositando um beijo nos lábios do marido.

Assim que os dois ouviram a porta do quarto bater levantaram-se a pressa. Eliot pegou um espelho pequenino rezando para conseguir fazer o sinal que ficou marcado. E Richard foi a correr para a cozinha abrindo a porta das traseiras.

-Clarice, tu nada viste. - Richard fala para a cozinheira.

A senhora de meia idade faz uma cruz no peito enquanto mantém a mão esquerda levantada e vai para o seu quarto nos fundos da cozinha.

Pouco depois Richard ouve a porta ranger e vê Diane e Esmeralda entrarem.

-Vamos, mas com cuidado que ela foi agora para o quarto. - ele diz em sussurros.

Com cuidado os três caminharam até à sala onde encontraram Eliot feliz por ter conseguido cumprir com a sua parte da missão "Salvamento da Alana".

Olá maltinha! 🥰
O que acham que estes quatro vão encontrar nas masmorras?
Deixem os vossos palpites nos comentários.
Beijos. 😚

Red Deer - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora