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Oii amores 🤗
Bom, eu não costumo escrever notas, mas acho necessário depois do que aconteceu com uma escritora que eu admiro em outra plataforma

Essa história gira em torno da homofobia, então vai ter termos e ações homofóbicas

Se você for uma pessoa sensível, deixe de ler

Eu escolhi escrever sobre esse tema para mostrar que, mesmo com tudo contra você, você pode vencer na vida. São não padrões antigos que vai te definir, e muito menos traumas causados por pessoas ignorantes

Enfim, se esse tema te deixa mal, não leia!

Minhas fics tem o mesmo padrão, apesar de coisas tristes acontecerem, gosto de finais felizes

Se mesmo assim, desejar ler, fique a vontade. Espero que goste 😘



Minha camisa social de mangas compridas aumentava o meu calor naquela manhã de verão. Eu estava habituado às roupas com mangas compridas há vários anos, mas odeio o calor que sempre sinto. Por um breve segundo de coragem pensei em usar uma roupa mais leve, já que meu trabalho não exige vestimenta formal, mas tal coragem se desfez assim que olhei meus braços cicatrizados.

A mesa no meu trabalho é pequena, eu não preciso de muito, apenas um computador e alguns papéis, uma caneta e clipes de papel metálicos e pequenos. Algumas pessoas acenavam ao passar por mim e outras me ignoravam. Nenhuma delas fez diferença. Brinquei com um dos clipes de papel, dobrei sua estrutura frágil e cutuquei a palma da minha mão, olhando com sadismo simples a pele ficar marcada, vermelha e depois voltar ao normal.

—Midoriya, preciso do seu artigo do assassino dos livros. Está pronto?

Sim, o artigo. Um casal foi encontrado morto, uma jovem de 19 anos e um professor quase 40 anos mais velho. O professor abusou dela aos 12 anos e não parou mais, apesar das denúncias a garota o protegeu e afirmou que se amavam. Aquele caso estava deixando todos loucos e preocupados com qualquer falha moral escondida por sorrisos falsos. Peguei um clipe novo e juntei as folhas impressas com minhas pesquisas e artigo.

—Aqui Iida, vou te enviar por email também.

—Obrigado, sabe como o diretor é antiquado e gosta de tudo no papel — Ele correu os olhos pelas páginas — Como conseguiu fotos do diário da garota?

—Um dos peritos é um velho amigo, foi fácil.

Dei de ombros, na verdade não tinha sido fácil, conversar com Kimimaro foi cansativo e exaustivo até eu perceber o que ele queria, então no fim tivemos uma noite agradável que eu não pretendo repetir.

—Não é a toa que você é o melhor daqui, mas francamente, eu não entendo como você tem estômago para escrever sobre esses casos.

Olhei para o homem alto e corpulento com uma sobrancelha erguida. Iida era um cara bonito, gentil e muito certinho. Era uma das poucas pessoas que me elogiava apenas por elogiar. Eu gostava disso nele. Dei de ombros outra vez.

—Com o tempo a gente nem liga mais.

—Isso é triste Midoriya... Enfim, vou levar isso aqui. Até mais.

Acenei em resposta e voltei para o computador e me foquei em trabalhar para esquecer os flashes do passado que queriam tomar conta de mim. O clipe retorcido pareceu gelado em minha mão, tentador.


—Midoriya! Na minha sala.

A voz animada demais do editor chefe soou pelo auto falante e eu praguejei o maldito elevador que demorou demais para chegar. Se ele tivesse chegado um minuto antes, se eu não tivesse parado tempo demais no almoço, tantos 'se' ocasionais que poderiam ter evitado a minha reunião com Nezu, porém lá estava eu caminhando calmo até a sala pequena dele.

CicatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora