Parte três

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- Marquesa Nannette Delphine, estou feliz em poder vê-la uma outra vez. - O Grão-duque beijou-lhe a mão quando ela ofereceu, antes que pedisse.

- Eu também, estou ainda mais ansiosa para tratarmos do nosso assunto - disse Nannette, mas seu olhar crítico esquadrinhou o lugar sem sequer olhar para o homem.

Nós fomos levadas para uma sala ampla assim que chegamos, as peças da mobília sofisticada e polida em tons dourado e branco, não eram velhos e desgastados como os da minha casa. O cômodo cheirava a laranjas frescas, que talvez fosse do próprio Grão-duque. O piso de madeira não range a cada passo, é firme e seguro. Nem mesmo um enfeite de prata estava fora do lugar, os sinais de elegância e riqueza saltavam os olhos, mesmo para mim que não se importava, então não seria muito diferente para Nannette. Eu estava pouco interessada em sua conversa, e a curiosidade em olhar tudo pareceu mais intrigante.

Nos fundos, uma passagem para outro cômodo chamou minha atenção, ninguém olhava e eu queria saber o que tinha ali, se seriam mais peças de luxo ou qualquer outra coisa, descobriria. E tão logo vi, para minha surpresa, que era um corredor vazio com janelas grandes do lado direito e algumas portas do lado esquerdo. Nada de interessante para explorar. Me aproximo da janela e levo uma das minhas mãos a tocar o vidro impecável, é possível ver o quintal de arbustos esculpidos claramente. É quando percebo mais ao fundo dois homens em uma luta árdua de espadas.

Isso sim era interessante. Um deles tem o rosto coberto com algum tipo de proteção e o outro não, parece seguro o suficiente de suas habilidades. É para este que eu olho mais atentamente, empolgada com a dança bruta e viril que seu corpo apresenta. Agora que tem toda minha atenção, posso dizer que era muito bem apessoado. Lindo, se assim era possível descrever tão obviamente aquele homem másculo. Talvez, fôssemos da mesma idade, não aparenta ter mais do que vinte anos. As vestes cruas de linho cor creme moldam seus ombros e braços, destacando sua silhueta esguia. Os cabelos loiros brilhantes grudam alguns fios constantemente no seu rosto pálido, mas ele parece não se incomodar com isso.

De repente, o homem com o rosto coberto perde sua espada e cai sentado na grama, rendido, levanta suas mãos, enquanto o outro empunha a arma em sua direção, então logo abaixa e troca por sua mão estendida. O sorriso que surgiu em seus lábios, faz com que me dê conta do volume, são cheios em um tom rosado diferente, mas não menos atraente. De certa forma, eu estava hipnotizada, na verdade, um tanto impressionada. Eu já começava a deduzir de que cor seriam seus olhos, no mesmo instante em que virou seu rosto para a mesma direção onde eu estava. Seu olhar encontrou o meu, mas não tive tempo para apreciá-los, a vergonha pela reação secreta que tive a ele, as ondas de calor e o pulsar descompassado do meu coração, causou o rubor ardente no meu rosto. Rapidamente deixei o lugar refazendo meus passos de volta a sala.

- Adeliz, aí está você. Onde esteve? - Nannette gritou meu nome assim que me viu. - Já está futricando na casa dos outros, o que eu disse a você antes de virmos? Céus! Não importa, venha aqui e cumprimente o Grão-duque.

Ela mesma me pegou pelo braço e trouxe para mais perto, fui forçada a estender minha mão e inclinar um pouco a cabeça para baixo.

- Adeliz de quê? - perguntou, após beijar o dorso da minha mão, sua barba branca volumosa arranhou minha pele, não era nada agradável. Assim que pude, recolhi minha mão.

- Adeliz Blanchard, filha do Marquês de Blanchard, senhor. - Dei a resposta com orgulho. - Não se lembra?

O Grão-duque ofereceu um sorriso murcho e suspirou, estreitando seus olhos a Nannette.

- Sim, é claro. Espero que não esteja mais trabalhando no porto. Sabe bordar? Se portar como uma dama e tratar com seus deveres a seu marido? Vejo que é uma bela moça, mas só beleza não basta. - Lançou uma montanha de perguntas indiscretas para mim, acompanhado de comentários grosseiros.

Lábios intocáveis - Park Jimin 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora