— Eu quero voltar!
Priscila revirou os olhos, e voltou a me puxar de dentro do carro, enquanto eu me debatia para não sair.
Ela em um movimento brusco me puxou do carro, olhei incrédula para ela.
— Você não pode ser tão bruta, estou grávida esqueceu?! —olhei irritada para ela, que voltou a revirar os olhos.
— Chega de desculpas, Ash. Você precisa falar com o pai desse bebê!
— O que quer que eu diga?! —perguntei, e me encostei no carro, olhando para o apartamento do pai do meu bebê. — Supresa, você vai ser papai!
Olhei ironicamente para ela, que olhou na mesma direção que eu, e olhou para mim nitidamente surpresa.
— Aquele é o apartamento dele?! —questionou boquiaberta.
— Até onde eu lembro, sim. —dei de ombros, e franzi a testa. — Porquê?
— Como assim "Porquê"?! —quase gritou. — É enorme! Não acredito que você conseguiu dar o golpe do baú mais rápido do que eu!
Olhei incrédula para ela, e dei um tapa no seu braço.
— Me respeita!
Priscila gargalhou, e voltou a olhar para o apartamento, voltando sua atenção para mim.
— Chega de conversas. Vai logo falar com seu ricasso!
Torci a boca, e olhei nervosa para frente.
— Priscila, o que digo quando chegar lá? —perguntei temerosa.
— Não sei. —se aproximou de mim, colocando as mãos no meu ombro. — Mas tenho certeza que você saberá quando chegar lá.
Eu não tinha tanta certeza assim do que ela havia dito, mesmo assim assenti, e em um largo suspiro fui em direção ao apartamento.
De frente com a porta, fechei os olhos por breves segundos, para tomar um pouco de coragem e apertei a campainha.
Algum tempo depois, a porta foi aberta, dando-me visão, do mesmo homem do meu sonho de hoje cedo.
E o mesmo homem que eu acordei ao lado.
É ele!
Ele olhou para mim, um pouco confuso, pela sua cara ele tinha acabado de acordar.
Ao lembrar da cena do meu sonho, minhas bochechas coraram.
— Podemos conversar? —perguntei engolindo em seco, enquanto ele ergueu uma das sobrancelhas.
— Você é...?
— Natasha. —respondi com um enorme frio na barriga.
— Espere aí... —estreitou os olhos na minha direção, e me olhou como se tentasse lembrar de algo. — Eu te conheço de algum lugar...
Claro que conhece, eu perdi minha virgindade com você. E adivinha? Estou grávida.
Dei um sorriso nervoso para ele.
— Posso entrar?
Sem me responder, ele foi para o lado me dando espaço para passar.
— Então, em que posso ajudar? —perguntou, trancando a porta e voltando sua atenção para mim.
— Eu não sei nem por onde começar.
— Que tal pelo começo? —sugeriu, e foi em direção a geladeira pegando uma cerveja. — Aceita?
Tentei não fazer uma careta ao ouvir isso, quem bebe assim tão cedo?
— Então... —tomou um gole, e sentou-se no sofá. — O que você faz aqui exatamente, como é mesmo seu nome?
— Natasha.
— Isso, o que faz aqui, Natasha?
Ok, essa era hora. Com certeza essa é a situação mais difícil e embaraçosa que eu passei em toda a minha vida.
Nunca mais, em toda a minha vida coloco uma gota de bebiba na minha boca, afinal, foi ela que me pôs nessa situação.
— O que vou te dizer parece meio maluco, talvez seja totalmente maluco. —hesitei, enquanto seus olhos permaneciam em cima de mim, fechei os olhos e falei de uma vez. — Eu estou grávida!
Eu continuava com os olhos fechados, e não ouvindo nenhuma resposta da sua parte, olhei temorosa para ele.
— Parabéns? —disse totalmente confuso.
— Você não entendeu. —suspirei frustrada. — Eu estou grávida.
— Você já me disse isso.
— Sim, mas não disse que VOCÊ é o pai.
Ele olhou para mim sem reação alguma, ficamos nos encarando nenhum de nós falava nada, até que sua alta gargalhada preencheu todo o apartamento.
E eu? Fiquei parada, totalmente estática, observando ele se contorcendo enquanto ria.
Eu estava me sentindo como se tudo isso fosse um circo, e eu fosse a palhaça.
Assim que ele parou de rir, enxugou as lágrimas que caíram durante a risada.
— Ótima piada, menina. —disse com o ar de riso, não evitei de revirar os olhos.
— Não foi uma piada.
— Espere! —levantou-se de uma vez, olhando para mim com os olhos arregalados. — Você realmente acha que eu sou o pai do seu filho?
— Eu sei que pode parecer tudo muito confuso. —comecei andando de um lado para o outro. — Mas tente lembrar, nos conhecemos em uma boate algumas semanas atrás, e estávamos totalmente bêbados, e bem...
— Calma! —levou as mãos a cabeça totalmente nervoso. — Você é a moça virgem?
— Pois é. —abri os braços. — Surpresa.
Ele não disse nada, apenas permitiu que seu corpo caísse sobre o sofá. Ele estava assustado olhando para o nada. Como se fosse algum tipo de estátua.
Fazia uns dez minutos que ele permaneceu do mesmo jeito, eu já estava começando a me preocupar, quando ele olhou para mim.
— Eu vou ser pai? —sussurou tais palavras, sem acreditar. — E como posso ter certeza que esse filho é meu? Você com certeza sabe que sou rico e está tentando tirar proveito disso!
Olhei indignada para ele.
— Como acha que eu sereia capaz disso?! —esbravejei vermelha de raiva. — Claro que é seu, qualquer teste de DNA ou qualquer médico pode comprovar a quantidade de semanas de gravidez! —quase rosnei para ele. — Mas quer saber? Pegue seu dinheiro e engula, eu posso muito bem criar meu filho sozinha!
Virei meu rosto, e fui em direção a saída, eu estava bufando de raiva, como ele ousa insinuar tal coisa ao meu respeito?
Antes que eu alcançasse a porta, ele segurou meu braço fazendo com que eu parasse.
— Me desculpe. —pediu fazendo com que minha ruga no meio da testa sumisse, então suspirei pesadamente.
— Tudo bem. —fechei os olhos brevemente, voltando a olhá-lo.
Eu mal podia acreditar que que o pai do meu bebê, era esse mal educado.
Mas o que está feito, está feito. Não posso mudar o pai do meu filho.
— E agora, o que a gente faz? —perguntei, enquanto o olhava preocupada.
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De Repente Pais [COMPLETO]
RomanceNatasha sempre foi uma garota cética, até o dia que perdeu o emprego e decidiu afogar suas frustrações quebrando todas as regras que a mesma impôs, mas ela jamais imaginou que algumas semanas depois teria uma surpresa e tanto ao descobrir que estava...