Capítulo 17-Nosso segredo

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O vício é a marca de toda história de amor baseada na obsessão. Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria - um explosivo coquetel emocional, talvez feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo você começa a precisar dessa atenção intensa com a obsessão faminta de qualquer viciado. QUando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em
crise abstinência.

Elizabeth Gilbert


Depois do almoço,se encontrava América jogada em um sofá e Antônio em outro.Acompanhava um jogo de beisebol em um canal de esportes enquanto a menina virava em diferente posições incomodada.

Christopher havia sido claro:"Se eu chegar e souber de qualquer gracinha de vocês,se verão comigo.Se comportem!"_ameaçou.

América achava o cúmulo como o ruivo os tratava porém decidiu obedecer pela primeira vez,para ganhar regalias.E com elas,fugiria.

O jogo foi brevemente interrompido por uma notícia do jornal:

"Está desaparecido a dois dias,Benjamin 27 anos,seu carro foi encontrado..."

O loiro agilmente desligou a televisão.América correu até a mesma .

-Antônio,por favor,me deixe ver!_sua voz estava embargada e lágrimas começavam a cair.

-Não América_negou á pequena menina.

-ME DEIXE VER!_nunca se viu antes,tão furiosa.

-Não_negou novamente.

A menina levantou-se e correu até o homem no intuito de pegar o controle.

Começaram uma luta corporal,onde ela se esforçava para tirar o objeto de um homem de quase 2 metros de altura.

Ela socava, porém mais errava do que acertava,chutava e experniava,totalmente descontrolada.

O homem por sua vez,exaperado, jogou o controle no chão e esmagou com seu pé.

América desacreditada e chorosa chutou com toda sua força,a intimidade de Antônio, que caiu no sofá choramingando.

-Filha da puta!Você estragou tudo!_dizia enquanto tentava,miseravelmente,consertar o objeto,aos pedaços.

-Se eu não poder ter filhos,a culpa será toda sua!_fala com dificuldade-Vou contar para minha mãe que xingou-a.

A mente da menina estava um turbilhão de pensamentos:Ele estava a procurando?Está vivo?Ele conseguiu voltar?Pediu resgate?Se perdeu por sua causa?

Sua cabeça não a deixava em paz,tentando assimilar e entender os fatos,a ponto de não aguentar e parecer sufocada.

Precisava sair daquela maldita cabana se não enlouqueceria.

Rapidamente,abriu a porta e correu sem rumo,corria de seus pensamentos, corria da cabana e de Antônio.

-AMÉRICA VOLTA!_gritava tentando alcançar a menina,porém algo o atrasava,sua intimidade ainda dolorida.

A pequena menina assustada,chorava,embaçando toda a sua visão.As árvores estavam borradas e já não conseguia-se ver nada.

Tropeçou em uma grande raiz,batendo a testa em uma pedra,desistiu então da fuga sem sentido.

Viu quando,segundos depois,o loiro se aproximou,estava manchada toda a visão, porém reconhecia de longe os tão dourados cabelos cacheados.Poderia se confundir com um anjo,mas era o próprio diabo.

Levou as mãos até a testa onde havia um grande corte,mas não profundo.Sangrava como uma hemorrágia.

-Minha menina_agachou e colocou as mãos no rosto de América-Acalme-se!_ordenou-Respira e expira_olhava para sua íris esmeralda que a acalmava.

Expirava e respirava.Aos poucos sua falta de ar havia sumido e sua visão voltava ao normal.

-Precisamos ir!

-Não!_só de lembrar da cabana,um desespero consumia-a-Antônio eu preciso respirar e se voltar agora,não conseguirei_desesperou-se-Por favor,não fugirei.Prometo!

-Tudo bem_entendeu as mãos e me ajudou a levantar-Vamos,quero te mostrar um lugar_comentou pegando e guiando-a pelas árvores.

Em alguns instantes começaram a ouvir sons de água.Seus olhos se arregalaram com tamanha beleza do rio a sua frente,era extenso,água cristalina,as vezes se via cardumes coloridos e uma linda cachoeira.

-Aqui é meu lugar favorito da floresta_disse se aproximando mais das águas-O barulho da água me acalma.

Realmente,América estava calma e só ouvia o som das águas,as vozes haviam sumido.

Começou a tirar a roupa,ficando de blusa e cueca de Christopher.

-Oque está fazendo?

-Vou entrar para limpar esse sangue_subiu em algumas pedras e pulou dentro da lagoa.

Sumiu por entre as águas fundas e Antônio começou a se inquietar.

-Merda América!PRIMEIRO CHUTA MEU SACO,DEPOIS QUASE SE MATA E AGORA SOME ENTRE AS ÁGUAS_resmungou alto,tirando as peças de roupa.

Mergulhou e não conseguia achar a garota,subia pra pegar ar e descia novamente.Desesperou-se.Viu aparecer uma bela morena entre as águas e nadou até ela.

-Merda América me assustou!_estava sorrindo sapeca.

-Você entrou_fingiu surpresa e arrumou o cabelo.O corte em sua testa,livre de sangue-Eu sei nadar Antônio,fiz natação por vários anos.Eu amo nadar_parecia um pouco menos melancólica.

-Porra,Christopher irá nos matar!_sorriu sem medo com a adrenalina correndo no peito.

-Eu não conto se você não contar_comunicou.

-Será nosso segredo,esse lugar e agora_se aproximou mais.

A menina não entendia,mas Antônio causava borboletas em seu estômago, mesmo que,secretamente.

E como imãs se atraí pelo outro,a bela morena cedeu aos encantos do loiro.Se beijaram e de repente tudo pareceu fazer sentido no coração de Antônio.Era louco por ela.

E aquela séria a única vez,que América, admitiu para si mesma,que talvez,poderia gostar dos três.

À três horas dali,na pequena cidade de Virgin River

-Você confia mesmo América nos cuidados de Antônio?_perguntava John na entrada da loja feminina.

-Claro John.Eles não farão nada sem minha permissão!_concordaram.

A Cabana ♤Disponível Por Tempo Determinado ♤Onde histórias criam vida. Descubra agora