Jogo de emoções

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Passaram-se duas semanas. Duas semanas que Sina Maria Deinert fugiu do manicômio e não dava notícias. Desde aquele nosso "encontro" na janela de minha casa, não obtive mais informações de onde ela têm estado. Na verdade, nenhum de nós que personaliza à procura dela.

Não disse a ninguém sobre o ocorrido, nem mesmo a Joseph. Pergunto-me o que deu em mim para tomar essa decisão de guardar esse "segredo" somente para nós duas. Realmente estou tomando decisões imprecisas em minha vida. Como posso guardar uma coisa dessas? Mas também não é pra tanto. Não é como se depois que eu contasse, nós conseguiríamos encontrar-la. Deinert pode estar em qualquer lugar.

- Heyoon? - me desesperto de meus pensamentos ao notar minha mãe, Haneul, parada à minha frente com o semblante preocupado enquanto eu estava com cara de paisagem, sentada no sofá da sala, pensando sobre certa paciente.

Há exata uma semana fui visitar meus pais, como Sabina me aconselhouhou, pois segundo ela, o trabalho estava sugerindo minhas energias e um bom dia perto de meus pais faria com que tudo de ruim evaporasse. Acabou que eu fiquei mais do que um dia aqui e me sinto totalmente leve de toda a tensão que estava controlando meu corpo, posso dizer assim.

- Você está bem, filha? Eu sei muito bem que quando fica assim é porque está pensando muito e fica angustiada. - mamãe senta ao meu lado e acaricia meus cabelos.

- Sim Dona Haneul, eu estou mesmo pensativa, mas não fique tão preocupada. Estou apenas pensando nela. - Disse por fim. Ela sabia de quem eu me referia.

Nós duas sempre fomos muito unidas e eu nunca fui tão grata por ter uma mãe como ela. Falávamos sobre todos assuntos possíveis. Ela era minha confidente. Mas tem vezes em que eu me fechava e queria rodeada somente com meus pensamentos. Isso acontecia à maioria das vezes em que ficava chateada.

- Está realmente pensando naquela maníaca? - ela me perguntou, talvez indignada com minha resposta.

- Mãe, por favor, não vamos discutir sobre esse assunto. A senhora sabe que eu estou sim preocupada com ela. Pode ter acontecido alguma coisa com a Sina e eu não sei como ajudá-la. - disse desapontada comigo.

- Heyoon, olhe para mim. - assim eu fiz, e então ela segurou minhas mãos. - Haverá muitas ocasiões que você tentará ajudar alguém, mas nem sempre irá conseguir porque essa pessoa não deixará. - deu uma pausa e continuou. - Você ainda é jovem e ainda entenderá. Essa sua paciente - franziu o cenho tentando se lembrar de alguma coisa - Deinert, talvez não tenha aparecido porque ela não quer ajuda, nem a sua. Isso não quer dizer que você tenha que desistir. Faça ela querer a sua ajuda, faça ela ver o lado bom da vida e ser uma pessoa melhor. - ri fraco da sua última fala. Não consigo ver Deneirt tentando ser uma pessoa melhor.

- Mãe, você não entende. - passei a mão em meu rosto, por ter uma leve sensação de estar suando frio. - Acontecer coisas horríveis na vida dela, coisas que mexem com o seu subconsciente e obrigam-na a afastar-se de qualquer pessoa que tente se aproximar dela. Eu não vou conseguir.

- Não seja modesta Heyoon. Você consegue tudo o que quiser. - sorriu amigavelmente para mim.

- Obrigada mãe, - sorri também - a senhora não faz ideia de como é incrível. - juntas rimos.

(..)

No final do dia tive que ir embora, despedi demoradamente de meus pais. Ainda era difícil conviver sozinha, mas terei de me acostumar.

- Nós prometemos visitar você minha filha - comentou meu pai, enquanto abraçados.

- Eu sei pai. Não se preocupe. - apertei-o em meus braços e sussurrei - cuide da mamãe.

Psiquiatra de uma AssasSina Onde histórias criam vida. Descubra agora