Eu não vou desistir

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Heyoon

No dia seguinte acordei determinada. Joseph disse que eu poderia começar o mais rápido possível, então combinamos de ir até ao manicômio hoje para me adaptar ao lugar.

Resolvi me levantar um pouco mais cedo do que previ para ajeitar minhas coisas. Como eu era psiquiatra, sempre, desde que me formei, antes de começar o tratamento de meus clientes, preparava algumas perguntas simples e logo em seguida algumas mais complexas, mais pessoais. Essas farão com que eu consiga me aproximar mais da paciente e, consequentemente fazer com que ela consiga se abrir melhor.

Depois de quase meia hora ajeitando minhas coisas, já pronta, fui tomar café da manhã.

Moro sozinha há dois anos, quando saí da casa de meus pais e, com a ajuda deles, consegui esta casa que era próxima de meu trabalho. Nada grandioso. Tinha dois quartos, três banheiros, contando com o da lavanderia, e um quintal, cozinha e sala de estar. Era bem seguro também. Foi ótimo saber que minha casa era próxima de onde trabalho. Assim eu teria menos complicações para ir e voltar.

No início foi difícil tanto para mim e meus pais que estávamos acostumados com três pessoas dividindo a mesma casa. Mas depois de algum tempo ambos nos acostumamos. E sempre que eu posso vou visitá-los.

Enfim, terminei de tomar meu café da manhã e fui ao meu banheiro para escovar os dentes e me ver no espelho.

Estava vestindo minha calça jeans de cintura alta, um cropped branco com um casaco marrom. Calçava uma bota cano curto preta que minha mãe havia me presenteado de aniversário. Meu cabelos estavam soltos.

Olhei para o espelho do meu banheiro novamente e suspirei. Andei em direção à saída de minha casa, saindo e trancando a porta principal e dirigindo-me ao meu carro. Eu teria que voltar à empresa onde trabalho para buscar Joseph, pois segundo ele não me deixaria ir sozinha para que pudesse me instruir em muitas coisas que eu deveria ou não fazer.

Liguei meu automóvel que estava novinho em folha e sorri. Tinha o conseguido com meu dinheiro e meu esforço. Fiquei orgulhosa de mim mesma no dia. Cinco anos de faculdade com certeza não foram desperdiçados.

(...)

Estacionei em minha vaga particular que a empresa tinha me reservado e, sem delongas, me dirigi ao elevador que me levaria ao andar da sala de Joseph.

Ao chegar ao lugar que queria, andei pelos corredores onde estava, cumprimentando todas as pessoas que passavam por mim até chegar em frente à sua sala. Quando ia bater na porta, a mesma foi aberta rapidamente, me dando um susto, fazendo com que eu desse um passo para trás. Olhei quem era e Joseph me encarava brincalhão.

- Desculpe querida. Não queria te assustar. - sorriu carinhosamente - Como você está? Pronta para conhecer o manicômio e sua nova paciente? - perguntou-me.

- Sim. Estou mais pronta do que nunca - sorri, confiante

- Então vamos. - andamos lado a lado até o elevador que nos levaria até onde estava meu carro.

Antes que chegássemos ao térreo, perguntei:

- Onde vai ser feito o tratamento dela? Terei que ter alguns cuidados ou não precisarei me preocupar? - disparei as perguntas, rapidamente

-O ambiente em que você irá ficar cara a cara com ele, é o mesmo lugar onde ela fica - o encarei confusa - sim a consulta será feita no quarto de Deinert. Não podemos deixá-la sair dali. Ela precisa ficar sozinha. É um perigo para os outros que moram ali – suspirou - enfim o tratamento dela será nesta mesma sala e você ficará sozinha com ela - arregalei os olhos - mas não se preocupe. Haverá seguranças do lado de fora. Sina está acostumada a viver somente com sua própria companhia. Desde o dia que seu pai o largou, não consegue ter uma relação saudável com ninguém. São somente ela, seus pensamentos e uma enfermeira que passa três vezes ao dia em seu quarto para levar café da manhã, almoço e jantar. Mas também há um banheiro reservado a ela - riu debochadamente.

Psiquiatra de uma AssasSina Onde histórias criam vida. Descubra agora