Foque Em Suas Conclusões

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Heyoon Jeong

   Depois de ter acordado, fiquei um pouco aérea de tudo, mas consegui fazer o essencial em poucos minutos, para que eu não me atrasasse para chegar à Casa Westreet. Hoje eu faria perguntas mais pessoais a ela. Precisamos progredir e do jeito que as coisas estão indo, não está dando certo. Folheei algumas folhas de meu caderno e analisei o que tinha escrito, logo vendo exatamente o que faltava eu perguntar. Parei em frente à porta do quarto dela, logo acenando para os brutamontes que faziam a vigia da mesma.

  Ao entrar no quarto, percebi que Deinert não estava onde costumava ficar, deve estar no banheiro. Constatei minha afirmação, pois era o único lugar mais óbvio que ela podia estar, mas não somente isso, como eu também pude ouvir o som de água caindo. Ela está tomando banho. Sina deve pelo menos ser solta da camisa de força para tomar banho e escovar os dentes.

  De repente, escutei o registro ser desligado e fiquei tensa, só de pensar que ela podia sair da porta do banheiro somente de toalha e se trocar aqui, mas descartei essa ideia ao vê-la sair do lugar que estava já vestida e secando seu cabelo com a toalha.

- Heyoon? Você por aqui agora? Pensei que viesse mais tarde. - Olhei em meu relógio e vi que realmente, eu tinha vindo mais cedo do que pensei.

- Oh, é que eu não dormi muito bem e acho que eu não consegui me segurar. Já virou hábito vir para cá.

- E por que você não dormiu bem? - Ela me perguntou sentando a minha frente.

- Porque você ainda está sem a camisa de força? - Perguntei, sem respondê-la.

- Eles normalmente colocam aquele troço quando você está chegando, mas já que está aqui - Ela deu de ombros.

- Tudo bem, você...

- Ainda não respondeu a minha pergunta. - Deinert me interrompeu.

- Esse assunto é particular e eu não devo compartilhá-lo com você, pois não compreenderia. - Ela riu debochadamente, como que se duvidasse.

   Franzi o cenho, percebendo que Sina me encarava nos olhos, mas logo desceu seu olhar para minhas mãos. Encarei as mesmas para ver se tinha alguma coisa de errado, mas não encontrei nada.

- Você sempre pinta suas unhas de azul? - Ela perguntou ainda encarando minhas mãos.

- É minha cor preferida. - Engoli em seco. - Eu sempre pinto dessa cor desde os meus seis anos.

Deinert assentiu, levantando e voltando para o banheiro, talvez para guardar a toalha que também estava em suas mãos. Depois de um tempo voltou e eu não me aguentei e perguntei:

- Porque você quis saber disso?

  Encarou-me sem responder e se aproximou de mim. A situação não estava uma das melhores. Eu ainda sentada e ela em pé. Me senti ameaçada.

- Você é minha psiquiatra e me faz perguntas sobre a minha vida, por que não posso fazer o mesmo?

- Como você mesmo disse, sou sua psiquiatra. Me formei para isso. - A encarei de volta, não conseguindo mais desviar o olhar.

- Justo. - Sorriu e se afastou, sentando-se em seu lugar, relaxadamente. Suspirei e peguei minhas coisas da bolsa colocando-as sobre a mesa.

Psiquiatra de uma AssasSina Onde histórias criam vida. Descubra agora