Não Diga O Nome Dela

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Ainda encolhida no chão, pensando no que havia acontecido comigo no passado, do porque de ter tido o traumatismo craniano e, consequentemente, perdido a memória, resolvi ligar para Sebastian, afinal, ele e Alex deveriam saber do que me lembrei.

- Oi Heyoon. Aconteceu alguma coisa? - Era Sebastian.

- Sim, aconteceu. Alex está aí com você? - Perguntei me levantando, secando minhas lágrimas com a palma da mão e ajeitando minha roupa.

-Sim, ela está, mas o que aconteceu?

- Me esperem aí. Eu já estou a caminho, preciso falar com os dois.

Desliguei sem esperar uma resposta vinda dele.

(...)

- Tudo bem com você querida? Seu rosto está todo inchado. O que aconteceu? - Estava na casa da família Deinert, sentada no sofá com Sebastian, enquanto Alex me trazia uma xícara de chá para acalmar os nervos. Desde que cheguei, ela não parava de me fazer perguntas, o que me fez perceber que estava realmente preocupada comigo, enquanto Sebastian não dizia nada, apenas me avaliava com uma expressão, hesitante.

- Eu estou bem sim. - Omiti. - Desculpem-me se estou atrapalhando, vindo até a casa de vocês a essa hora da noite, mas eu precisava arrancar essa angústia de meu peito, e não se preocupem. Também conversarei com meus pais. - Confessei os encarando.

- Tudo bem Heyoon, nós não nos embravecemos de te receber neste momento. Mas estamos seriamente preocupados com você. - Pronunciou-se, Senastian.

Suspirei e me acomodei mais no assento.

- Eu me lembrei do que aconteceu comigo há sete anos. - Confessei baixo.

-Eu me lembrei de como perdi a memória. - Olhava para os rostos dos dois que no mesmo instante adquiriram uma coloração esbranquiçada.

- Você lembrou? - Perguntou Alex, ao meu lado.

- Sim. E por isso vamos continuar com o que combinamos. Agora, mais do que nunca. - Disse convicta de minhas palavras, meio orgulhosa de mim por estar prestes a desmascarar o homem que me fez mal por um longo tempo. Robert iria pagar.

Estava mais aliviada por dizer o que me machucava por dentro. Precisava falar para alguém que minha memória estava ficando intacta.

- Tudo bem. - A mulher ao meu lado olhou para o marido, talvez contente por saber que eu tinha reagido da melhor forma possível diante da situação. - E você vai falar com Sina sobre isso?

Minha alegria de repente se dissipou por ouvir aquele nome.

- Não diga o nome dela. - Disse séria me levantando.

- Por quê? O que aconteceu entre vocês?

- Nada com que tenham que se intrometer. Nós já decidimos o que queremos para nós duas.

-E o que seria? - Sebastian disse com os braços cruzados.

- Cada uma cuidar da sua vida sem a outra. Não vamos mais nos falar. - Comentei já sentindo o choro formando um nó na minha garganta.

- E você está normal diante dessa decisão? - Alex perguntou talvez tão indignada quanto Sebastian aparentava estar.

- É claro. - Ri baixo, lutando contra as lágrimas. - Sina só pensa no bem estar dela. Não tenho espaço em sua vida, assim como ela não tem mais na minha. - Disse, vendo o quanto minha mão estava suada. Esse assunto logicamente me incomodava muito. - Enfim, não quero falar sobre esse assunto. - Já sentia que ambos me encaravam repulsivamente. E eu, estava na defensiva. - Ainda são 20h00min. Vou aproveitar que não está tão tarde e vou à casa de meus pais, contar a eles que eu me lembrei. Vão ficar preocupados, mas também sei que alegres, afinal eu estou me lembrando não é? - Não fui respondida. Tanto Alex quanto Sebastian encaravam-me, desapontados, mas eu não ligava.

Psiquiatra de uma AssasSina Onde histórias criam vida. Descubra agora