Traumatismo Craniano

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Acordei, sentindo um peso sobre meu corpo. Levantei a cabeça em um solavanco e abri os olhos, arrependendo-me de imediato por logo sentir uma dor imensa. Voltei à posição de antes, mas a dor continuou presente, martelando minhas têmporas, fazendo com que uma súbita vontade de gritar me consumisse. Ao invés disso, uma lágrima escorreu em meu rosto. Enxuguei de imediato, com medo de Sina ter visto. Não queria preocupá-la, ainda mais com o episódio de ontem. Nós estávamos tão bem e eu queria vê-la feliz, não preocupada. Então, por fim, virei para o outro lado e suspirei tentando controlar a dor que parecia arder mais a cada respiração.

Senti uma mão apertando minha cintura, dispersando-me de meus pensamentos.

- Eu sei que você está acordada. - A voz rouca de Sinachamou minha atenção e eu tentei ao máximo disfarçar que eu estava mal.

Virei-me para ele, para que Sina não percebesse que algo está errado e sorri.

- Bom dia. Dormiu bem? - Perguntei, encarando-a, vendo que ela fez o mesmo.

- O que você tem? - Perguntou, não respondendo minha pergunta.

- Nada. Porque teria algo errado? - Arqueei uma sobrancelha, fazendo-a rir nasalado.

Sina me puxou para si e, consequentemente, eu sentei em seu colo. Gargalhei pelo desespero dela, para me ter por perto de si, ainda sentindo a dor de cabeça, mas consegui fingir que tudo está bem, por ela.

- Você tem que ir à delegacia hoje, não tem? - Sina fazia carinho em meu braço enquanto perguntava.

- Hummm... - Fingi pensar e logo sorri. - Sim. - Aproximei nossos rostos e sussurrei. - Sim, eu tenho. - Me mexi um pouco para me ajeitar e Sina me segurou forte pela cintura.

- Se você não quiser que eu arranque esse seu pijama e te foda bem agora, eu sugiro que não me provoque. - Ergui as mãos em rendição e gargalhei novamente. Sina, você usa uma linguagem muito inapropriada. - Brinquei vendo-a levantar o tronco e aproximar nossos lábios, que logo se atraíram inevitavelmente, e nos beijamos por um bom tempo. Nós aprofundaríamos o beijo se não fosse pelo toque incessante de seu celular.

Ela grunhiu de raiva e separou nossos lábios.

- Acho que você tem que atender. - Disse, saindo de seu colo.

- Você acha? - Foi sarcástica. Deinert saiu do quarto e eu sentei na cama, ainda tentando recuperar o fôlego. Eu posso com todas as minhas certezas, afirmar que Sina Deinert me faz muito bem, mesmo com todas as adjacências.

Uma pinicada na cabeça me fez levar um susto por ser muito forte. Fechei os olhos e isso fez com que eu sentisse algo jorrar em meu nariz. Arregalei os olhos e levantei-me rapidamente, indo até o espelho do banheiro para ver o que aconteceu e reprimi um grito quando vi sangue. Muito sangue.

Sem perder tempo, abri a torneira da pia e enchi as duas mãos de água, jogando contra meu rosto duas vezes, enxuguei o mesmo e pegou um pedaço de papel higiênico para estancar o sangue que ainda jorrava. Meu desespero não podia ser maior. Além de eu não saber o que estava acontecendo, ainda tinha Sina que estava aqui em casa e ela poderia voltar aqui no quarto e me ver desse jeito a qualquer momento.

Continuei a estancar o sangue, até que vi que não saia mais nada, então eu suspirei aliviada, joguei o papel no lixo e sai do banheiro ao mesmo tempo em que Deinert entrou no quarto me procurando.

- Quem te ligou?

- Minha mãe. Ela disse que ela, meu pai e os seus pais, já estão na delegacia a nossa espera. - Assenti.

- Vou colocar uma roupa e về se você faz o mesmo. - Brinquei arrancando mais uma risada dela, deixando-me alegre e esquecendo por um momento o problema que vou resolver assim que sair da delegacia.

Psiquiatra de uma AssasSina Onde histórias criam vida. Descubra agora