0.8 - Lição 08: Não empreste seu suéter favorito para Park Jimin

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"Deus não fez o amor tão lindo pra ser proibido

E se fosse, eu ainda te amava"

🍒

Quando Jungkook era pequeno, ele simplesmente amava os dias de domingo. Domingo significava ir à igreja e, ir à igreja, significava que veria seu pai e que sairiam para comer depois.

Depois de crescido, aquilo perdeu o encanto, pois sequer apreciava a companhia do pai como em outrora. Mas nunca teve algo contra a igreja em específico, todos lhe tratavam muito bem e faziam o máximo de elogios quando seu pai lhe arrastava para os cultos.

Entretanto, ele achava pouquíssimo provável, que Deus estivesse apreciando seus pensamentos naquele momento.

O relógio da catedral marcava oito horas da manhã em ponto quando o coral começou a louvar e o pastor apareceu sorridente para pregar a palavra do senhor Todo Poderoso.

Acontece, que Jeon Jungkook teve outro sonho perverso com um certo nanico cor-de-rosa na madrugada anterior, muito pior e mais realista, de acordo com ele mesmo. Então, era de se esperar que o menino de ouro não conseguisse prestar atenção no sermão com a imagem de Park Jimin sem roupas e em uma posição deveras constrangedora voltando à sua mente a cada segundo.

"Deus, por favor, me perdoe. Eu não queria estar pensando em nada disso." — Pensava, inconsolável. — "Eu não sei o que está acontecendo, então ignore tudo que estiver passando pela minha cabeça, por favor." — Foi o que ele pediu, em oração.

Infelizmente, a tortura de pensar coisas imorais na casa do Senhor pareceu levar muito mais do que três horas e meia para acabar e, quando o fez, Jungkook voou para o carro sem se dar o trabalho de cuprimentar os outros irmãos da igreja.

— Está tudo bem? Está agindo esquisito. — Seu pai comentou.

— Estou ótimo, será que podemos ir logo? — Ligou o rádio do veículo e sintonizou na estação de notícias.

"A investigação da polícia sobre a suposta presença da Neon Kitty na festa em um galpão abandonado, afastado da cidade foi finalmente concluída e três suspeitos que estiveram nos mesmos lugares das denúncias anônimas anteriores vão ser interrogados amanhã às 9h da manhã."

— A ineficácia desses policiais para pegar essa gangue não deixa de me surpreender, parece que fazem de tudo para cair no jogo deles. Inacreditável. — Mesmo que Jungkook estivesse acostumado, ver seu pai, Youngchul, advogado renomado, amigo íntimo de vários policiais pelo país inteiro, reclamar da polícia era sempre cômico. — Quer dizer, como é possível que eles não consigam rastrear a bendita denúncia? Argh. Essa cidade está cada vez mais perigosa, precisamos nos mudar o quanto antes.

— Que exagero pai, eu duvido que em algum momento a gangue vá fazer algo contra nós. Eles parecem ter objetivos diferentes. — Olhou pela janela, entediado. — Sem contar que eu não quero deixar o meu único amigo para trás.

— Sim, mas eu sou um advogado! Eventualmente posso acabar mandando um deles para a cadeia. — Bateu no volante. — E sabe que nós podemos levar Namjoon com a gente, acho que ele iria adorar sair daqui. Eu me preocupo com você! Sabia que o galpão onde a gangue do tal Cherry estava fica uns quinze ou vinte minutos daqui?

Sim, ele sabia. Sabia muito bem.

Havia estado lá na mesmíssima noite.

Quando todos os efeitos terríveis da ressaca passaram e as pessoas começaram a esquecer seu suposto romance fracassado com Lee Donghae, Jungkook teve tempo para voltar a estudar o caso da Neon Kitty nas noites em que Namjoon tinha que pegar o último turno em seu trabalho. Ele ficou muito estressado ao descobrir que o galpão da festa e o galpão da investigação eram, na realidade, o mesmo, só de imaginar que poderia ter trombado em Cherry sem querer e não lembrar lhe tirava o sono.

Cherry Hell | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora