7. Jogos & Queimaduras

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Griffin
—Você precisa sair — ordeno a Parker, que acabava com o nosso último pacote de biscoito de polvilho, vidrado no jogo de baseball na televisão.

Abro o forno e examino a lasanha, meu olhar estreitado. Ainda precisava de alguns minutos.

Virando-me novamente para o idiota no sofá, reparo que ele não havia se movido um centímetro.

—Parker!

—Hm? — ele pergunta, distraído. Meramente reviro os meus olhos.

—Eu disse que você precisa sair. A Kate vai chegar a qualquer momento e eu quero você fora daqui antes disso.

Park vira o rosto em minha direção, mas não tira os olhos da tela. Estava lidando com uma criança quando passava o seu desenho favorito.

—Eu fiz a sua lasanha, como você pediu. E o jogo tá quase acabando — ele argumenta, levando mais um biscoito até a boca. — Só mais alguns minutos.

Descanso meus antebraços no balcão que separa a sala da cozinha e reviso mentalmente a minha estratégia.

Não sabia quanto tempo eu teria para fazer com que Kate se apaixonasse por mim — plano que eu ainda achava difícil de acreditar ser realidade. Tudo que ela havia dito era que tinha que ser o mais rápido possível.

E eu pretendia, depois de refletir sobre os estudos que ela havia selecionado e o próprio trabalho que ela teve de realizar toda essa pesquisa,  me esforçaria mais.

Não que eu não estivesse me esforçando antes. Mas, agora, eu tinha uma estratégia.

—Então, você é a vizinha... — Parker começa e eu ergo a cabeça, ele ainda não olhava para mim.

Espero algum tipo de complemento, mas, aparentemente, não o teria. O que não era tão surpreendente, era Parker.

—O quê? — pergunto, torcendo para que ele tivesse esquecido do que acabou de perguntar.

—Não é o segundo encontro de vocês? Em dois dias seguidos? — Ele sorri levemente. — Você não sai com ninguém em...tanto tempo que eu não consigo nem lembrar o nome da sua última namorada.

Cruzo os braços no balcão.

—Dalilah Stones. Três anos atrás — resmungo. — E eu não passei três anos sem um encontro, Park!

—Ninguém sério. Ninguém que você viu mais de uma vez. Muito menos em dois dias seguidos.

Abro a boca para explicar a realidade da situação, mas a fecho sem uma palavra sequer. Não sabia se Kate ia querer que isso fosse espalhado.

Nunca conversamos a respeito disso...Havia muita coisa que não havíamos estabelecido ainda.

—Então, ou você gostou mesmo dessa garota, ou ela é sensacional na ca—

—Qual é a sua de sempre se meter aonde não foi chamado? — o interrompo antes que precise atirar a lasanha em sua cabeça.

Com isso, noto que Park tinha os olhos em mim, aquele mesmo sorriso travesso decorando seu rosto.

—Julgando pela sua atitude defensiva e... — ele diz, apontando para o forno — o seu esforço, apostaria na primeira opção.

Lanço-lhe um olhar congelante e aponto meu indicador em sua direção. Abro a boca e—

A campainha toca.

As sobrancelhas de Park dançam sugestivamente para cima e para baixo. Mataria aquele idiota.

Experimento AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora