13. Tabuleiros & Murmúrios

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Griffin
Assim que Kate sai da sala, minha atenção ainda perdurando na porta fechada, todos na mesa — sem exceções — viram os rostos para mim.

Ahh, não.

—Griff! — sai como um gritinho animado da garganta de Willow. — Ela é perfeita!

—Vocês viram como o cabelo dela é brilhoso? — pergunta Hannah.

—Acham que fomos...que a assustamos? — Minha mãe.

Fecho meus olhos e balanço a cabeça, almejando desaparecer dessa realidade.

—Não! Kate só é um pouco tímida — garante Parker, bebendo um enorme gole de seu suco de laranja.

—Além do mais, nós estivemos no lugar dela antes. Eu agi da mesma forma quando os conheci pela primeira vez — diz Evie, olhando para Gavin. O ruivo, porem ainda fitava a porta pela qual sua esposa havia saído.

Gavin e Sienna sempre foram o casal mais reservado, o mais preso em seu próprio universo. Mais propensos a afogarem-se um no outro.

Tinha quase certeza de que Sienna era o ar que Gavin respirava. Mesmo assim, nunca havia visto meu cunhado tão...imerso e preocupado.

Sienna está grávida e é como se, na cabeça de Gavin, sua esposa e seu filho só estariam bem se estivessem em seu alcance.

Toda a sua postura estava tensa longe dos dois.

Noto como Parker, ao seu lado, põe uma mão discreta em seu ombro em silencioso reasseguro.

—Kate vai se encaixar perfeitamente na nossa família — Bria assegura.

—A gente não se conhece há muito tempo — clarifico, não reconhecendo a minha própria voz. — Não significa—

—Você a trouxe pra cá — intervém minha mãe com um sorriso satisfeito. — Ela significa o suficiente pra você.

Um nó se forma em minha garganta e, quando estava prestes a...não alimentar toda essa esperança falsa da minha família, Brad volta com um enorme sorriso, erguendo duas garrafas de álcool.

Toda a sua expressão cai quando agudos gritinhos começam a estrondar do aparelho eletrônico na bolsa de Willow. Ambos trocam um olhar exausto.

Sabíamos exatamente o que era. Mais especificamente, quem era.

—Podem deixar comigo — informo, empurrando a cadeira e levantando-me.

—Não, Griff, a sua— Brad tenta antes de o cortar.

—Faz quase um mês que não o vejo. — Bato levemente em seu ombro quando passo pela porta. — Você está me salvando de muita louça pra lavar, a propósito!

A sua risada feia disputa com os chorinhos, me fazendo sorrir.

No caminho das escadas, passo pela porta aberta da sala de estar e quase tropeço. Kate e Sienna estavam rindo, apontando para diferentes jogos no Grande Armário.

—Você precisa entender que a intenção aqui não é ganhar. Nunca ganhar. É fazer com que todos percam — explica Sienna e eu cubro minha boca com a mão para conter uma risada.

—Mas, se todos perderem, eu ganho — Kate responde, racional como sempre.

Forço-me a continuar andando antes que o meu riso destrua o esconderijo.

Não parei de sorrir até e entrar no quarto de Bria, no segundo andar, onde meu sobrinho preferido (por enquanto) — Bennett DeRossi Lee — dormia como uma pedra até meros minutos atrás.

Experimento AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora