8. Nomes & Abraços

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Kate
Encaro a tela em branco do meu computador e torço o nariz.

—Eu preciso de um nome de homem bonito — digo, dando um enorme gole em minha xícara de chocolate quente.

Nem processo direito que havia queimado a língua.

—Griffin — ele responde sem tirar os olhos do livro em sua frente.

Havíamos começado esse experimento há pouco mais de duas semanas. Ainda não me sentia muito diferente. Sem resultados conclusivos por enquanto.

Pode-se dizer que tínhamos uma rotina síncrona agora — bastante ciente dos cronogramas um do outro.

Griffin tinha aulas fixas de segunda à sexta pela manhã, menos às quartas: ele tinha aulas à tarde também.

Durante as minhas manhãs, eu alterno entre ioga e meditação. Ocasionalmente, vou à academia no térreo — geralmente quando eu decido ultra-analisar a minha reflexão no espelho depois de um longo banho.

Griffin e eu nunca cruzamos caminhos na academia não somente pelo fato de ele ir diariamente, mas, também, por ele ir durante as tardes. Logo quando chega da faculdade.

É quando escuto a sua porta batendo, do outro lado, que me dirijo até o seu apartamento, onde passamos a maior parte das tardes. Griff estudando. Eu escrevendo.

"Escrevendo", na verdade, seria uma palavra muito forte. Eu ainda não havia começado a escrever exatamente. Estava nos estágios finais de formação da história...

Seguindo o cronograma, trabalhamos em silêncio — a não ser por comentários eventuais sobre o que vamos pedir para o jantar e o péssimo senso de humor de Griffin, que ri a cada vez que eu espirro.

Nossos jantares, normalmente, ocorrem no seu apartamento, cheios de risadas e conversas. Park, dependendo do dia da semana, consegue chegar antes das onze de seu turno no restaurante italiano que eu, mais tarde, descobri que pertencia à familia de Griff.

No fim do dia, me despeço com um aceno sonolento e praticamente arrasto-me até a minha própria cama. Muitas vezes, caindo no sono antes de sair de minhas roupas.

—Muito brega. Outro nome. — Com isso, ele ergue o olhar, uma única mecha úmida e desobediente caindo sobre sua testa.

O céu refletia um doce tom de lavanda pela janela, estava anoitecendo. Estávamos há algumas horas trabalhando no sofá de seu apartamento. Cada um em uma ponta.

Revirando os olhos e lutando contra um sorriso, Griff tenta novamente:

—"Griffin" é o nome masculino mais atraente que você vai ouvir, querida. Não se iluda.

Mordo meus lábios, fingindo estar me esforçando para pensar, e estalo os dedos em falsa epifania.

—Jacob. Jacob é perfeito.

Enquanto anotava algo no canto do livro, consigo ouvir o meu vizinho resmungando o seu desprazer. Abro um sorrisinho.

O som dos meus dedos teclando e de páginas sendo passadas permeia no ar — um tipo confortável de silêncio.

Experimento AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora