Capítulo 07

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14 de outubro de 2017.

Lily.

-Pai, eu não posso ir sozinha? –ele me olhou com raiva.

-Não, Lily Evans, você não pode. Eu estou deixando você tocar com seus amigos adolescentes em um bar, mas não me peça para fingir que não está indo em um lugar cheio de pessoas mais velhas e que estão lá para beber. Eu vou com você e não se fala mais nisso. –suspirei.

-Tudo bem.

-Agora, vá ver se Petúnia quer ir conosco –abri a boca para reclamar –eu vou chamar sua irmã, Lily. Eu honestamente não sei o que aconteceu com vocês –fechou os olhos em sinal de irritação.

-Vocês eram tão amigas em Londres –mamãe completou –mas chegamos aqui e as duas mudaram completamente. Não conversam mais, não se apoiam.

-E fingem que não moram juntas –papai assentiu –Achamos que a mudança para a cidade pequena ia ser ótima para vocês. Não sei onde erramos.

-Papai...-mordi o lábio inferior, aflita –Não fale assim. Vocês dois não erraram em nada, nós duas erramos. Deixamos outras amizades entrarem e fomos nos deixando de lado no processo. E agora parece meio tarde para conciliar. Somos muito diferentes.

-Nunca é tarde demais para tentar, querida –minha mãe segurou as minhas mãos –e uma de vocês precisa tomar o primeiro passo. Se fosse com Lene, você ia deixá-la ir sem nem tentar trazê-la de volta para a sua vida?

-De jeito nenhum –neguei veemente.

-Então por que quer deixar sua irmã ir desse jeito? Ela vai para faculdade ano que vem, e talvez, se vocês não tentarem se aproximar agora, vão acabar tendo filhos sem saber notícias da uma da outra. Você não quer privar seu filho de ver a tia, quer?

-Mãe –gemi –filhos? Que filhos? Eu só tenho 16 anos!

-Nada de filhos por agora –papai arregalou os olhos –Não dê ideias, Helena!

-Não está mais aqui quem falou –levantou os braços, em rendição.

-Ok –bufei –vou chamar Petúnia para ir ao show.

-Se ela quiser, o Vernon pode ir também –mamãe completou.

-Helena –papai repreendeu –nada de Vernon. Deus me livre daquele namorado irritante que sua filha arranjou.

Fui subindo as escadas e ouvindo as vozes diminuírem.

-Minha filha? Deixa eu te contar que eu não tenho nada a ver com o mau gosto da nossa filha, Richard. E se tivesse, lembra com quem eu me casei? –papai bufou.

-Eu não estava falando de mim. Lembra daquele seu namorado esquisito, o Laurent? –ouvi risos de mamãe.

-Ele não era esquisito, querido. Você só ficou com ciúme!

-Ciúme?! Daquele louco?

Parei de ouvir os sussurros deles quando me vi em frente a porta de minha irmã. Respirei fundo e bati.

-Entra –ela disse.

-Oi –murmurei, sem graça.

Nossa, fazia tempo que eu não entrava ali. Desde quando Petúnia tinha aquele gosto tão...fru fru? Era tudo rosa, cheio de babados. Parecia um quarto de princesa.

Não que isso seja ruim. É só...diferente.

-Oi –ela tirou os olhos da roupa que estava tirando do closet para me olhar atentamente –O que você quer?

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