solução

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Mike, pelo visto voce desistiu de usar o cell, não me atende de jeito nenhum... Mas eu estou indo pra sua casa

Eu tinha acabado de chegar à minha casa e de tomar um banho quando o interfone tocou. Eu não podia imaginar quem seria, em pleno domingo, onze da manhã. Meus pais haviam viajado e levado Holly, então eu estava totalmente sozinho.

Por isso, atendi meio revoltado. Com a ressaca que eu estava, não queria ver ninguém. Eu não me lembrava de muita coisa da noite anterior. Só que eu havia conversado com umas meninas e tomado todas. E depois tudo ficava meio nebuloso na minha mente.

Eu lembrava que tinha acordado no meio da noite com o pescoço todo tordo, com um gosto horrível na boca e sem saber direito onde eu estava. Mas, aoesar de ainda estar de tênis, alguém havia jogado um cobertor em cima de mim. Ao levantar e ver o Lucas dormindo no sofá do lado, lembrei que estávamos no apartamento do Dustin. Minha vontade era de ir embora correndo para minha cama, mas eu estava tão enjoado que o único lugar para onde consegui correr foi o banheiro.

Dormi mais um pouco, naquele sofá mesmo, mas logo que acordei, às nove da manhã, resolvi não esperar o Lucas, pois ele ainda estava em um sono profundo, e peguei um táxi.

E agora, quando finalmente estava me preparando para deitar na minha própria cama e enfrentar mais um dia difícil, sem conseguir tirar o Will da cabeça, aquele interfone chato tocava.

Quando atendi e o porteiro falou que era exatamente o Will, pensei que ele tivesse confundido. O Will não podia sair de casa, ele estava todo engessado. E, além de tudo, nós havíamos terminado...

Mas, ao abrir a porta, vi com surpresa que realmente era ele. O Jonathan estava ao lado, ajudando a escorá-lo. Fui correndo ajudar também, e, assim que o colocamos no sofá, ele disse: "Vou deixar vocês sozinhos. Quando a cnversa terminar, me liguem que eu volto. Vou estar por perto. Só não demorem demais..."

O Will concordou, mas eu estava muito surpreso para dizer qualquer coisa, por isso apenas fechei a porta depois que ele entrou no elevador.

Eu me virei e ele estava roendo as unhas, parecia meio nervoso. Mas estava com a cara bem melhor do que no dia anterior. Com a expressão mais leve...

"Quer beber alguma coisa, Will?", perguntei só para quebrar o gelo.

Ele deu um sorrisinho e disse: "Tem tequila?".

Franzi as sobrancelhas, mas logo percebi que era uma brincadera... Porque subitamente a noite anterior começou a voltar inteira na minha cabeça. Quer dizer, algumas partes...

"Você lembra que me ligou ontem à noite, Mike?", ele perguntou um pouco mais sério.

"Estou começando a me lembrar...", respondi totalmente desconfortável.

"E você sabe o que me disse?"

Recostei no sofá, forcei a memória, mas eu não tinha a menor ideia. Eu podia ter dito qualquer coisa!

Por isso só virei a cabeça de um lado para o outro.

Ele sorriu, disse que já imaginava, e pediu que eu chegasse mais perto. Eu me levantei e tornei a me sentar, bem ao lado dele. O Will então começou a passar a mão de leve pela minha franja, olhando atentamente o meu rosto, como se estivesse verificando que eu estava inteiro.

Drunk - BylerOnde histórias criam vida. Descubra agora