Luz ll ➳ Herman Tømmeraas

04

Luz

Após entrar na sala, recebi logo comentários pelo facto de ter voltado.

Eles mostravam-se animados, levando-me a soltar um sorriso tímido. Uma semana sem eles mais parecia ter sido um mês.

Continuavam todos iguais.

Depois de uma troca de palavras e de ser o centro das atenções por uns minutos, percebi que o Herman estava no sofá com o Jonas.

Ambos agarrados aos comandos da psp. Os olhos do rapaz já estavam postos em mim, mas depois desviou.

O clima entre nós estava pesado.

A Bianca disse para irmos até lá fora, pois ela tinha apercebido. Já no exterior, avistei a Amalie no jardim.

- Eu não sei o que vou fazer. - paramos de andar, ficando em rodinha - Apetece-me ir àquela gaja.

- Tem calma. - repreendeu a Bianca, apoiando a mão no meu ombro - Não te precipites. E mesmo que ela olhe para ti, ignora.

- Eu não sei se vou conseguir aguentar a noite toda.

- Não aguentas o quê? Enfias uns copos de whisky que tu vês se não aguentas.

A Íris acabou por gargalhar o que me levou a fazer o mesmo. Foi quando recebemos os olhares do grupo da loira, pois tinhamos gargalhado um pouco alto. Os nossos grupos estavam perto, também.

Avistei a Theresa a aproximar de nós, não parecia muito satisfeita.

- Luz, o Herman disse para te vir chamar. - fiquei a olhar para ela - Ele quer falar contigo. 

- Ele agora já não vem é? Se viesse aqui era escolher.

- Ele disse que vocês não estão bem. E também não quis vir aqui porque a Amalie está ali e não se quer passar.

- O que é que adianta ele estar a fazer isso, se vai ter de lidar com as duas a noite toda? Olha e podes dizer que não vou, estou ocupada.

- Não faças isso. - interviu a Íris - Devias mesmo de ir falar com ele. Vão continuar nesse clima?

- Se tiver de ser... - encolhi os ombros - O que adianta ir falar com ele se depois vou ter aquela venenosa em cima de nós? Não dá.

- Deixa de ser orgulhosa. - falou a Theresa - Vocês ficam tantas vezes assim, eu não vos percebo. Vai mesmo falar com ele. - neguei com a cabeça - Olha que eu vou dizer que tu não quiseste.

- Diz o que tu quiseres.

Ela ficou a olhar para mim.

A rapariga voltou a virar costas.

Fechei os olhos por segundos, deixando escapar um suspiro. Estava a começar a ficar nervosa. 

- Não podes continuar assim. - olhei para a Íris - Só estás a fazer com que ele fique mais passado.

- E isto só me está a dar mais vontade de ir àquela que está ali. - disse irritada - Já se está a armar demais.

- E tu não vais continuar nesse estado o resto da noite. É isso que ela quer. - completou a Bianca - Estás a ficar stressada e ela está a perceber. Porque é que achas que se está a divertir tanto?

- Simples, vamos falar para o quarto do Thomas.

- Não. Nem penses que vais passar a noite a fugir. Olha, descontrai, respira fundo e esquece aquela presença.

- Queria que fosse tão fácil como estás a dizer, Bianca. Mas eu estou mesmo irritada. Se estou cá fora tenho-a ali, se vou lá para dentro está o Herman e não me apetece falar com ele. Já sei que é para discutir.

- Não sabes. Não lhe dás uma oportunidade de falar contigo. - respondeu a Íris - E olha que mesmo depois de o teres mandado embora de tua casa ele ainda se preocupa em querer falar. É porque ele gosta mesmo de ti. Não deixes que isso vos afaste.

  - A Íris tem razão. E ele só não veio cá fora por causa dela, ele não quer encará-la, o rapaz preocupa-se contigo.

- Está bem! Eu entendo isso tudo, mas ainda estou nervosa e vou descarregar nele, vai ser pior.

- Mas tu vais ficar sempre assim se não tentares. Vá lá, não fiques chateada com ele. - encarei a Bianca - Vocês são um casal tão bonito, achas bem estar cada um no seu canto?

- Mas vamos ficar a noite toda a falar da minha relação? Não. - revirei os olhos -

- És mesmo teimosa. - retorquiu a Íris -

Encolhi os ombros.

Não queria chateá-las o resto da noite com o mesmo assunto, não mereciam levar com as minhas chatices, principalmente numa festa. 

Apesar de não estar tão animada quanto elas, queria abstrair-me.

- Olhem, a música do Chris!

Disse a Bianca, sorrindo.

A rapariga puxou-me pelo braço, rodopiando-me. Dei um sorriso, balançando a cabeça.

luz.vieira
A tua história
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