A Verdade Assusta

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- NÃO, NÃO MENTE PRA MIM, PETE

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- NÃO, NÃO MENTE PRA MIM, PETE. NÃO ME DEIXA, NÃO DEIXE DE ME AMAR - Sinto cada partícula escorrer por minha pele, meu corpo atado pela camisa de força, cada vez mais sufocado pelas fivelas em meu corpo em uma cadeira de choque enquanto Pete dizia não me amar mais, com uma arma apontada para si, mas ninguém a segurava, enquanto Veneci estava nos braços do Macau deitado ao chão, o sangue cobria seu corpo comum manto encharcado abraçando seu corpo.

- VEGAS, ACORDA, VEGAS - Sinto meu corpo ser abraçado com afinco, me impedindo de bater, batendo em seu corpo, até que me transe acabe me despertando quase me arrancando do despertar.

- Sabe quais são as minhas reais intenções com você?

- Quais?

- É colocar um anel em seu dedo, é não ser perfeito, mas tentar ser o perfeito para você, tentar todos os dias ser o melhor de mim, não apenas por você, mas também por mim, porque você desperta isso em mim, Pete, você amansa os meus demônios, acaricia os meus monstros sem medo, na verdade, os meus monstros têm medo de você, porque teme ensinado a pular as mais simples pedras no caminho sem a visão de que elas são maiores que eu, e você pula emas comigo, também quero pular as suas pedras, destruir as rochas que aparecerem no seu caminho, atravessar a montanha que for por você e com você. A minha intenção é te fazer meu homem.

- E é por te amar que também preciso saber te deixar ir e confiar em você, mesmo que seus atos às vezes me digam o contrário.

- Meus atos? O ato de ser capaz de matar por você? Ter olhos unicamente a você e se alguém tenta avançar em mim, tortura essa pessoa ou eu mesmo torturo? É desse ato que está falando?

- Não, estou falando das centenas de pessoas que te olham na rua e não posso fazer nada, do fato de esconder coisas de mim e nunca confiar em mim.

- Ter meu tempo não quer dizer não confiar em ti, pelo contrário e confiar tanto que sei que no meu tempo você estará lá, para me ouvir e compreender. Confia em mim?

- Confio. Confia em mim?

- De olhos fechados.

- Porra, agora perdi o sono. CULPA SUA.

- Podemos aproveitar isso se quiser - Digo enquanto desço a braguilha de sua calça justa ao corpo, não escura quanto as noites de luar quase resplandece sob mim.

Descendo meus olhares delicadamente pervertidos sem permissão, para as curvas de sua cintura, descendo para o leve relevo entre suas pernas, que em uma de suas coxas a tatuagem recém feita de uma borboleta e poesia, que de poesia entendo bem, Pete é o mais complexo na compressibilidade de contemplar com fervor jamais sentido na bela poesia de suas curvas que há, sob os singelos raios dourados da luz agora mesclando com o breu intenso aqui dentro, o dourado alaranjado que irradia em sua pele dando ênfase a suas silhueta, dissolve-se em uma luminosidade intensa por todos os colaterais e meridianos que constituem Pete.

- Não.

- Mas eu nem... - Me indigno. Que porra é essa? Telepatia? É apenas garganta profunda - Vá se fizer então - Saio do quatro em direção ao quatro do bastardo, sua respiração serene em total serenidade, seu corpo descoberto, abraçando suas pernas pelo frio, me faz rir inconscientemente, pegando uma manta o dobro do meu tamanho colocando sobre a cama ao lado de seu berço, pegando o Veneci recostado sua cabeça, calando seus murmúrios, nos deito, aconchegando sua cabeça em meu peito - Vou te dizer o que sempre desejei em segredo que desejasse por mim e para mim, bastardo, feliz aniversário, mesmo que não seja realmente o seu aniversário apenas mesversário. Ah! Sei lá... foda-se!

Me aconchego no frio que todos os cantos das quatros paredes exalam, transpassando em minha pele procurando por mais calor na lá grossa, encobrindo ainda mais Veneci que boa parecia se importar. Tão resistente a tudo, igual ao Pete, mas quem realmente vejo ao olhá-lo, sou eu.

A esperança resguardada, a vontade constante de aprovação e punição por reprovação, a vontade de brincar como um rei.

Voltar a ser um rei.

Isso que digo não é sobre ele, não é nada sobre o Veneci e sim sobre mim, eu sei que sou todo errado e que o Pete está me consertando como um brinquedo que foi desmembrado com afinco, rabiscado com ódio e visto a tortura com tanto prazer nos olhos de uma criança desalmada nos seus primeiros sinais de sociopatia.

Eu sou o reflexo de tudo aquilo que é mais humano.

VegasPete - Le Gambetto Onde histórias criam vida. Descubra agora